Crítica | Percy Jackson e o Mar de Monstros (Percy Jackson: Sea of Monsters)

Nota
2

Há sete anos, Annabeth, Luke, Grover e Thalia estão tentando chegar ao Acampamento Meio-Sangue enquanto são seguidos por monstros. Para salvar seus amigos, Thalia se sacrifica e acaba sendo transformada por seu pai, Zeus, em uma árvore, criando uma fronteira mágica ao redor do acampamento. Atualmente, Percy Jackson está vivendo pacificamente no Acampamento, disputando saudavelmente com Clarisse La Rue em praticamente tudo, mas a rotina do acampamento muda quando um Touro de Colchis surge, revelando que a árvore de Thalia foi envenenada pelo, agora vilão, Luke, deixando o Acampamento vulnerável e seus moradores em perigo.

Depois da odiada adaptação de O Ladrão de Raios acontecer, uma segunda chance foi dada à saga que, mesmo com seu fracasso de crítica, teve sucesso de público, na esperança de uma correção da saga e, talvez, uma redenção com os fãs. Baseado no segundo livro da saga, O Mar de Monstros, o novo filme foi colocado nas mãos de Thor Freudenthal, com a missão de corrigir a desandada obra feita em 2010 por Chris Columbus, que volta apenas como produtor nesse longa. Desesperada em exorcizar a mal-sucedida maldição, o novo filme parece querer trazer muito mais elementos do livro para os longas, trazendo uma Annabeth loira, uma Clarisse maldosa, e até uma aparição de uma Silena Beauregard e um Chris Rodriguez, mas corrigir um erro com outro erro pode ter sido a pá de terra final para a saga.

Logan LermanAlexandra Daddario conseguem afinar ainda mais seus papeis, chegando mais próximo da personalidade do personagem que interpretam, Leven Rambin surge como uma ótima adição a trama, ela tem todo o fogo nos olhos que Clarisse deveria ter, mas não tem tempo suficiente para construir a personagem e viver o todo o arco que a personagem deveria viver durante o enredo, se prejudicando pelo simples fato de ter aparecido tardiamente na produção. Douglas Smith chega ao filme como Tyson, o meio-irmão de Percy que é essencial no livro, com um ator que consegue viver todo o lado bebezão do personagem, mas que não o enredo que o ajude, a mitologia remendada do longa tira completamente a magia da saga, a Névoa em Frasco se torna um dos cúmulos da insanidade, quebrando completamente a mitologia que existe nos livros e vertendo ela a uma nova faceta que nem chega a funcionar no longa.

Jake Abel assume uma nova personalidade, que lhe parece bem mais confortável, mas novamente o longa erra ao coloca-lo como unica mente sombria, tirando quase que completamente o espaço de Cronos na trama, mesmo que agora ele exista, dando a Luke o status unicamente de vilão e não de um garoto manipulado por uma entidade maior, um fator que pode não ser tão ruim agora mas prejudica muito uma futura continuação da saga. Outro grande erro foi trocar Pierce Brosnan, que já nos era aceitável como Quíron, por Anthony Head, que não adiciona nada ao personagem e, ao contrário, parece tirar todo o brilho que o centauro tem na trama. Compensando um pouco essa troca, temos a chegada de Stanley Tucci, que cai perfeitamente no papel de Dionisio e nos dá uma fagulha de esperança para a continuidade de um longa que já veio sem expectativas.

Talvez um dos motivos que mais prejudicou o longa tenha sido a mania da Fox de trabalhar em trilogias, o que pode ter sido o motivo para o novo longa ter feito uma insana adaptação que buscava se conectar com seu antecessor, corrigir seu erros, montar uma base para uma sequencia e adiantar a franquia de 5 livros para ser possivel condensa-la em três filmes, pior escolha, pior ideia, pior execução e, infelizmente, resultando em um filme pior que seu antecessor. Se o anuncio de Percy Jackson e o Mar de Monstros era acompanhado de esperanças para a saga, sua chegada foi a pedra final em cima do tumulo que marcava a história da saga nos cinemas. O longa não funciona como adaptação, não funciona como sequencia e nem mesmo funciona como um filme isolado para curtir numa tarde de tédio.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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