Crítica | Percy Jackson e o Ladrão de Raios (Percy Jackson & the Olympians: The Lightning Thief)

Nota
3

No topo do Empire State Building, Zeus (Sean Bean) encontra com seu irmão, Poseidon (Kevin McKidd), para comunicar que seu raio mestre foi roubado, disparando imediatamente que o roubo foi realizado por seu sobrinho, dando ao irmão o prazo de 14 dias para contatar sua prole e trazer o item de volta a suas mãos. No dia seguinte, Percy Jackson (Logan Lerman)  está em uma visita, com a escola, a um museu, mas sua vida começa a mudar quando, após passar por uma exibição de arte da mitologia grega e romana, ele é atacado pela Sra. Dodds, sua professora que acaba se revelando ser uma Fúria disfarçada, que está caçando o ladrão do raio.

Em 12 de fevereiro de 2010, chegava aos cinemas mundiais uma fantasia épica que misturava comédia e aventura. Percy Jackson e o Ladrão de Raios foi produzido se baseando no roteiro de Craig Titley, que foi livremente inspirado em O Ladrão de Raios, de Rick Riordan, e apresentou uma da mais bem trabalhadas produções adolescente ao mesmo tempo que era a pior adaptação de um livro famoso, causando ao mesmo tempo o êxtase dos espectadores e o ódio dos fãs da saga de livros, que já tinha seus cinco livros lançados na época. Com a direção de Chris Columbus, que fez sucesso após ser bem sucedido com a adaptação de Harry Potter e a Pedra Filosofal, o longa é a maior contradição que pode ser imaginada na história das sagas. O mais revoltante é que Percy Jackson e o Ladrão de Raios é um filme razoável e um bom blockbuster, mesmo que não seja um arrasa-quarteirão, mas que não funciona de jeito nenhum como uma adaptação, já que tecnicamente Titley parece ter pego apenas os nomes dos personagens e alguns elementos do livro e os rearranjado para criar uma nova trama, que parece ter saído completamente da mente dele e não honra em nada a obra criada por Riordan.

Surpreendendo a todos, a escolha do elenco parece ter sido cuidadosa. Logan Lerman não é o ator perfeito para o papel do protagonista do primeiro livro, mas de certa forma ele consegue absorver o personagem de uma forma que se tornaria o ator perfeito para viver uma versão mais velha de Percy Jackson, o que deixa os fãs em parafuso, como ter um ator perfeito para o papel quando ele não tem a idade ideal para tal? Algo parecido acontece com Alexandra DaddarioBrandon T. Jackson, enquanto Daddario, assim como Lerman, é a Annabeth perfeita com uma idade errada (exceto por conta de seu cabelo na cor errada), Jackson é o Groover completamente errado mas que fica mais perfeito que o do livro, visto que o ator assume tão bem seu papel que acaba transformando o personagem em nossa visão. É extremamente complicado julgar um filme nessa situação, como conceituar um filme que é tão bem feito quando considerado de forma isolada mas que se torna um fiasco quando considerado dentro do contexto, onde deveria ser uma adaptação e, no minimo, ter 50% de fidelidade a sua obra original, mas que, por uma motivo que não se tem como entender, foge completamente de sua função básica e entrega aos fãs da saga a maior decepção possivel.

Percy Jackson e o Ladrão de Raios é um bom filme de sessão da tarde, mas se recomenda que, caso queira assistir, nunca tenha lido o livro, por outro lado, também é um ótimo ponta-pé para te levar a conhecer a saga criada por Riordan, já que é uma apresentação plausível a esse universo e pode servir de ótima motivação para te levar a conhecer o que realmente é uma releitura excepcional da mitologia grega, fundida a uma aula de história estupenda. Talvez o maior acerto da Fox tenha sido tentar adaptar uma saga cheia de potencial, num momento em que a saga Harry Potter estava chegando ao seu fim, se preparando para preencher o vácuo que estava prestes a surgir, mas seu maior erro foi, com toda a certeza, não ter o autor da saga como consultor, para garantir que o roteiro pudesse ser o mais respeitoso possivel com a obra, que já arrecadou milhões e poderia ter ido muito mais além se tivesse tido uma adaptação satisfatória.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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