Crítica | Godzilla vs. Kong

Nota
2.5

Cinco anos após Godzilla derrotar Ghidorah, Kong é monitorado pela Monarch em uma cúpula gigante na Ilha da Caveira. Numa estrutura que é quase como uma prisão, ele é mantido aos olhos dos humanos, que o estudam. Dra. Ilene Andrews (Rebecca Hall) é quem comanda tudo que acontece ali, tudo que pode e não pode ser feito com Kong. Jia, filha adotiva da Dra. Andrews, é a última nativa Iwi, além de ser surda, o que a permite se comunicar com Kong através da língua de sinais, o que permite enxergar bem a competencia da produção com os efeitos especiais, transmitindo bem a linguagem para o gorila gigante.

No primeiro crossover do MonsterVerse, universo cinematográfico criado pela Legendary Pictures, acompanhamos a história dos protetores de Kong embarcando em uma jornada perigosa para encontrar o verdadeiro lar do gorila gigante. Mas tudo sai do controle quando Godzilla fica enfurecido e começa a deixar um rastro de destruição pelo planeta Terra, tornando necessário que o rei da Ilha da Caveira precise agir para deter o rei dos monstros. Um combate épico entre dois Titãs provocados por forças ocultas, esse é apenas o começo da trama que envolve muitos mistérios sobre o que jaz no núcleo da Terra. Será que o mundo sobreviverá ao duelo de monstros?

Lançado durante a pandemia, é claro que o longa gerou trabalho dobrado para a equipe de efeitos visuais, que precisou dar conta de forma remota daquilo que é a maior parte do que se conta no filme. Cheio de personagens inúteis e desinteressantes formando o elenco humano, os únicos destaques são a cientista interpretada por Rebecca Hall, Nathan Lind, um explorar (ou guia) interpretado por Alexander Skarsgård, e a pequena Jia (Kaylee Hottle), os únicos que parecem ter algum tipo de relevância para o desenrolar do filme, que tem o enredo salvo graças as excelentes brigas entre monstros e momentos épicos,

Pode se dizer que Godzilla vs. Kong tem núcleos demais, e isso atrapalha o andamento do filme, principalmente se considermos o timing péssimo do humor. Quando Millie Bobby Brown surge em tela, reprisando o papel que viveu em Godzilla II: Rei dos Monstros, fica claro que sua personagem é completamente desnecessária, poderia nem ter aparecido no filme sem fazer falta, principalmente pelo texto pobre que Millie parece ter recebido, um texto que tem sua disparidade destacada nas cenas do excelente Brian Tyree Henry, que recebe um personagem com um humor péssimo, um ex-técnico da Apex Cybernetics que se tornou um teórico da conspiração. Essa mesma Apex tem grande importancia para a narrativa, já que é a empresa quem decide levar Kong para a Terra Oca, onde poderá fazer extração de energia de uma fonte misteriosa, ao mesmo tempo que a Monarch tenta encontrar respostas para o reaparecimento do Godzilla.

É uma viagem extremamente perigosa, porém o diretor Adam Wingard nos entrega sequências de ação épicas, com um Kong lutando para sobreviver e um Godzilla que não brinca em serviço. A produção é uma aposta certa para a diversão, com bastante sangue e uma disputa entre gigantes, que levam até o embate final, onde reviravoltas levam a uma batalha ainda mais gradiosa. Godzilla vs. Kong é um filme com muitos erros e acertos, que apesar de usar toda a mitólogia já construida passa a sensação de que poderia ser mais do que realmente foi, de ser um potencial não atingido. Os vários personagens desnecessários atrapalham a trama, contrastando com o excelente elenco humano de Godzilla (2014), mas possui um excelente ritmo de ação, com belos takes e sem ser maçante, que poderiam salvar o filme se não fosse seu texto raso.

 

Jornalista, torcedor do Santa Cruz e do Milan, Marvete, ouvinte de um bom Rock, uma boa leitura acalma este ser pacífico.

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