Crítica | Godzilla [2014]

Nota
4.5

Após a morte de sua esposa em um acidente na a usina nuclear de Janjira, no Japão, Joe Brody (Bryan Cranston) criou seu filho, Ford, sozinho. Ele nunca aceitou a catástrofe e, quinze anos depois, continua remoendo o acontecido, tentando encontrar alguma explicação, chegando até a invadir a zona de quarentena de Janjira. Ford Brody (Aaron Taylor-Johnson), agora adulto, se tornou um oficial da Marinha dos EUA, casado com Elle (Elizabeth Olsen) e pai de Sam, mas quando uma criatura apelidada de M.U.T.O. emerge de Janjira e desperta um ser ainda mais poderoso, Ford se vê obrigado a lutar desesperadamente para salvar a população mundial – em especial sua família – do gigantesco, inabalável e incrivelmente assustador monstro conhecido como Godzilla.

O início do MonsterVerse nasceu de uma parceira da Lionsgate com a Warner Bros, e mesmo que seja o primeiro filme desse universo, a produção acertou muito nas escolhas. Claro, um elenco carismático ajuda bastante, porém a direção de Gareth Edwards casa com a história que foi contada, ressaltando a forte presença de Elisabeth como par romântico de Aaron, um contraste interessante para o papel que a dupla teve no mesmo ano, como os irmãos Maximoff  em Capitão América: O Soldado Invernal. O ínicio do filme foca em mostrar o personagem do Bryan Cranston passar pela perca de sua esposa, interpretada por Juliette Binoche, para funcionar como uma rápida introdução para fatos que serão mais relevantes mais a frente. Ford Brody só começa a ser realmente explorado quando se torna adulto, nos apresentando um homem casado que é pai e está seguindo com sua vida. Elle é uma enfermeira, e o filme faz questão de dar o tempo da tela para Olsen, que realmente salva vidas e foge de ser apenas uma donzela indefesa. O filme começa a ter problemas quando começa a trabalhar com os Kaijus, com cenas escuras e dificeis de enxergar.

Com o decorrer do filme, começamos a entender sobre pulso eletromagnético e como isso é um sinal que um monstro pode despertar ou a eminência de perigo na região. Basicamente o filme mostra como acontece o despertar de feras em um mundo que não sabia da existência deles, com o desenrolar da trama, vão sendo revelados segredos sobre organizações secretas, e o protagonismo é entregue completamente nas mãos de Aaron Taylor-Johnson, nos mostrando um soldado com experiencia de enfrentamento a esses monstros passando a conduzir a narrativa. Através dos ataques de kaiju é onde há uma maior percepção do CGI do filme, que é bem descente funciona bastante tela, claro que se perde pelas cenas escuras, um pouco mais de claridade não faria mal. Mas eis que surge a pergunta, o protagonista não deveria ser o Godzilla? Digamos que há uma escolha a dar maior tempo de tela aos humanos, de uma forma em geral, Godzilla só aparece quando mais se precisa dele.

A direção de Gareth Edwards entrega um trabalho sonoro brilhante quando é preciso, dá para sentir de fato o som, e a lentidão dos monstros ajuda a deixar tudo mais crível, escolhas que merecem ser aplaudidas. O longa lembra um pouco Círculo de Fogo, de Guilhermo Del Toro, com suas lutas do exército americano para pode conter os monstros. É só após cerca de uma hora de filme que Godzilla começa a realmente ter tempo de tela, apresentando a força e natureza do daikaijū, mostrando que a terra é o território dele. Godzilla é um ótimo início para uma franquia, é um filme solido, com bastante ação e desenvolvimento, além de possuir um elenco que ajuda a cativar o público para gostar do filme.

 

Jornalista, torcedor do Santa Cruz e do Milan, Marvete, ouvinte de um bom Rock, uma boa leitura acalma este ser pacífico.

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