Crítica | Capitão America: O Soldado Invernal (Captain America: The Winter Soldier)

Nota
5

“Desde que eu me lembro, eu sempre quis fazer o que era certo… acho que não sei mais o que é isso.”

Dois anos após a batalha de Nova York, Steve Rogers (Chris Evans) tenta se ajustar ao mundo moderno. Vivendo em Washington, D.C., o soldado continua seu trabalho para a S.H.I.E.L.D. embora nem tudo seja como parece ser. Após sua última missão, o herói descobre que Natasha Romanoff (Scarlett Johansson) possuía um missão secundária, o que desperta um conflito com o diretor da agência, Nick Fury (Samuel L. Jackson) que o informa sobre um projeto secreto com a qual Steven não concorda.

Porém, quando um companheiro é atacado por seus questionamentos, Steve se vê jogado em uma rede de intrigas, que vai contra todos seus ideais e coloca não só sua vida em risco como a de todo o mundo. Unindo suas forças com Natasha e seu novo aliado, o Falcão (Anthony Mackie), o herói patriota precisa lutar contra sua própria origem e reavaliar seus conceitos enquanto um misterioso inimigo ressurge em seu caminho.

Durante anos, o Capitão América serviu como representação do sonho americano. Vestindo seu uniforme estrelado e lutando pela pátria, o herói sempre foi a representação perfeita do soldado americano em toda sua luta política e sua defesa pela terra em que nasceu. Mas, o que aconteceria se colocássemos um ideal tão ultrapassado e etéreo em um ambiente bem mais hostil e cinzento?

Dirigido por Joe e Anthony Russo, Capitão América 2: O Soldado Invernal coloca o ideal americano contra seu maior inimigo, a sua amada pátria, e que melhor maneira de fazer isso do que desestabilizar o maior cerne de inteligência americana nos quadrinhos. Isso mesmo, a S.H.I.E.L.D. foi comprometida.

O roteiro de Christopher Markus e Stephen McFeely bebe diretamente dos thrillers de espionagem dos anos 70, misturando essa inspiração com a boa dose de humor, diversão e ação que tanto amamos no estúdio. Com um texto ágil e pontual, o longa nos leva a um dos melhores enredos que a Marvel Studios nos mostrou até aqui, trazendo uma crescente ao personagem enquanto remodela todo seu universo de uma maneira esplêndida.

Sem a necessidade de apresentar seu protagonista, a trama se torna muito mais segura de si, desmontando suas peças centrais e remodelando ao seu bel prazer, o que nos deixa ainda mais empolgados para a história que está sendo escrita diante dos nossos olhos. Não é a toa que o longa consegue balancear seus elementos e fazer uma construção mais palpável daquilo que quer nos contar, explorando bem cada um de seus personagens e as múltiplas reviravoltas que esta disposto a nos mostrar.

Steve traz seu olhar crítico de um homem de outrora para uma sociedade mais nebulosa e caótica. Se no seu tempo era mais fácil identificar os vilões da historia, aqui tudo parece muito bem velado e jogado de uma maneira que o herói não consegue reconhecer. Sua adaptação se mostra mais desenvolvida que na sua participação anterior, embora ainda seja complicado para o herói entender certas dinâmicas atuais. Para não pensar em seu deslocamento temporal, ele mergulha de cabeça em seu trabalho mas, quando até mesmo isso se mostra apodrecido, o soldado precisa analisar suas prioridades nesse novo século.

Evans se mostra mais a vontade no papel, mostrado um desempenho latente de alguém que achou o seu caminho. Com um tempo maior para desenvolver seu personagem, o ator consegue transpor todas as nuances presentes não só no Capitão como também no Steve, trazendo todo o caráter honrado com uma fluidez impecável. Scarlett, com quem divide as maior parte das cenas, abre mais sua personagem, permitindo ao espectador enxergar as rachaduras na armadura impenetrável que a espiã veste desde sua primeira aparição.

Forte, determinada e bastante esperta, a Viúva Negra se mostra mais humana, trazendo seus temores à tela enquanto destrói tudo aquilo que é posto em seu caminho. Não é a toa que a personagem tenha crescido tanto aos olhos do público a ponto de querermos conhecer mais sobre sua historia, dando-lhe o protagonismo que tanto merece.

Sam Wilson serve como ligação do protagonista com a nova era. O Falcão consegue compreender o herói e compartilhar partes do seu drama, construindo um verdadeiro laço que amadurece com naturalidade durante o desenrolar da trama. Maria Hill (Cobie Smulders) ganha um destaque mais pontual no enredo, embora não esteja nem perto daquilo que a personagem merece. Já o Soldado Invernal de Sebastian Stan parece mais uma promessa futura do que uma ameaça presente, ficando em segundo plano mas despertando nosso interesse no que sua presença pode significar para os próximos filmes do universo.

Repleto de acertos e com cenas memoráveis, Capitão América 2: O Soldado Invernal se consagra como um dos melhores filmes do universo Marvel. Trazendo o melhor dos quadrinhos para as telas de cinema, o longa aprendeu com seus erros passados e se permitiu trazer uma liberdade maior para conduzir sua historia. Mostrando não só um diferencial para o que vinha sendo construído, mas remodelando tudo aquilo que achávamos seguro até aqui. E, acredite, nada mais será como era antes.

“Não há mais lugar para espiões nesse mundo, nem para heróis. Esta é uma era de milagres, doutor. E não há nada mais assustador… do que um milagre.”

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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