Review | Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D. [Season 1]

Nota
4

“O segredo foi revelado […] Eles estão entre nós. Heróis. E monstros.”

Depois da Batalha de Nova York, o mundo foi tomado por uma onda de insegurança. Agora está clara a existência de monstros, deuses, alienígenas, heróis e vilões, toda a população do mundo sabe que pode ser atacada a qualquer momento e os resíduos da batalha fez com que a tecnologia Chitauri caísse em mãos erradas, inundado o planeta com casos estranhos, casos que precisam ser contidos pela S.H.I.E.L.D. Para lidar com esse trabalho, a Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão decide criar um grupo de agentes que se destacam em suas áreas para que, comandados pelo recém-ressuscitado Phil Coulson, possa investigar cada um desses casos e capturar os artefatos que os causam, garantindo a segurança do mundo e o sigilo absoluto.

O grupo formado por Agente Coulson é composto por Grant WardJemma SimmonsLeo FitzMelinda May, quatro grandes agentes em suas áreas que formam a equipe menos tradicional e estratégica possivel, mas que Coulson logo faz se tornar uma poderosa equipe. O Agente Ward é um renomado agente de nível 6, um especialista em operações negras que trabalhava sozinho reavendo artefatos Chitauri de cofres de civis; a dupla Fitz-Simmons formam uma das mais poderosas mentes da S.H.I.E.L.D., ambos de nível 5, sendo Jemma uma bioquímica especializada em ciências da vida humana e alienígena e Leo um especialista em engenharia e tecnologia de armas, a equipe se fecha com a Agente May, de nível 7, uma piloto da S.H.I.E.L.D. que é especialista em armas e acaba sendo revelada como a lendária A Cavalaria, uma das mais poderosas agentes da S.H.I.E.L.D. e que parece carregar uma trágica história sobre seu afastamento de campo.

Durante a primeira missão, a equipe acaba recebendo um novo reforço na forma de Skye, uma habilidosa hacker associada à Maré Crescente, um grupo hacktivista que vem atacando a agencia a algum tempo e parece ter informações que nem os agentes nível 8 possuem acesso, uma garota que se junta a Coulson na busca de se infiltrar na S.H.I.E.L.D. para investigar um documento editado pela agencia, a única pista da verdadeira identidade de seus pais. Além da equipe do Coulson em si, pouco a pouco vamos vendo o surgimento de apoios e reforços para missões especificas, como a chegada de Mike Peterson (que é construído de forma a assumir o manto de Deathlok), Victoria HandLady SifJohn Garrett, entre tantas outras participações saídas diretamente das páginas da Marvel Comics ou das telonas da Marvel Studios, além de aproveitar tantos elementos, artefatos e organizações que transitaram na história dessas duas bases. Mas a presença que mais chama nossa atenção não é a de todos esse ícones da Marvel ficcional, mas sim do maior ícone da Marvel real: Stan Lee, que faz um rápido dos seus clássicos cameo em “T.R.A.C.K.S.” (episódio 13).

Apesar de se iniciar após os eventos de Os Vingadores, a série de vinte e dois episódios, criada para o ABC por Joss Whedon e desenvolvida em colaboração com Jed Whedon e Maurissa Tancharoen, acompanha todo o desenrolar da Fase Dois do Universo Cinematográfico Marvel. Com seus sete episódios iniciais desenvolvendo a equipe, vamos vendo os efeitos que a invasão dos Chitauri teve para o mundo e dentro da agência, assim como somos apresentados ao Projeto Centopeia, que desenvolveu supersoldados usando as sucatas Chitauri e o Extremis (apresentado em Homem de Ferro 3). A dinâmica começa a mudar com a chegada de “The Well” (episódio 8), onde temos o primeiro salto temporal, nos colocando após os eventos de Thor: O Mundo Sombrio e após a S.H.I.E.L.D. saber que Asgard pode ser considerada como um mundo alienígena e que, assim como os Chitauri, possuem artefatos poderosos escondidos na Terra. A série aos poucos se acomoda nessa dinâmica, evoluindo a investigação do Projeto Centopeia e revelando O Clarividente, a mente por trás da organização que tem um poder tão gigantesco que o permite ter acesso até aos sigilosos dados da S.H.I.E.L.D., exceto o segredo por trás da ressurreição de Coulson. Mas o ápice da temporada chega com “Turn, Turn, Turn” (episódio 17), onde o colapso da S.H.I.E.L.D., apresentado em Capitão América: O Soldado Invernal, atinge a série, e começamos a ver o destino que atinge a organização.

A forma como o show segue de forma paralela expandindo tudo o que os filmes contam é surpreendente, vamos vendo vagarosamente sobre o Índice de pessoas com poderes (que pode ser uma flertada com o conceito de mutantes) e sobre os segredos obscuros da S.H.I.E.L.D., mas tudo isso não seria possivel sem o habilidoso elenco do programa. Clark Gregg consegue abandonar seu jeito fanboy que víamos nos filmes e começa a se tornar mais sério, assumir o posto de aspirante a Fury, Já Brett Dalton segue o caminho oposto, ele é um durão egoísta desde o inicio e vai amolecendo a cada episódio, criando uma personalidade mais doce, mesmo que a revelação de seu segredo coloque os conceitos do expectador de ponta a cabeça. Ming-Na Wen consegue ir fundo na sua personalidade fria, a Agente May é tão dura quanto precisa, ela é a maior arma dentro da equipe e ao mesmo tempo a maior conselheira, é nela que todos colocam sua fé e é justamente por isso que ela se torna tão potente dentro do grupo. Nosso papel dentro da trama é desempenhado pela Chloe Bennet, a hacker nunca foi treinada pela S.H.I.E.L.D. e é através dela, em campo, que vamos aprendendo o funcionamento da agencia, vamos vendo os limites e vamos sendo representados, ao mesmo tempo que somos levados a querer saber mais sobre a origem da garota, Chloe consegue lidar com seu papel de uma forma tão brilhante que alcança uma imensa força de protagonismo que quase ofusca seus companheiros. Apesar de ter pouco destaque na trama, as atuações de Iain De Caestecker Elizabeth Henstridge se torna essencial para o desenrolar da série, eles são os guias intelectuais da missão e acabam por se tornar o perfeito alivio cômico para a trama.

A série tinha tudo para ser impecável se não fosse uma unica falha: falta de foco. No primeiro episódio conhecemos a Centopeia e a Maré Crescente, dois grandes motes que poderiam ter sido usado para desenvolver uma temporada inteira, que poderia ir se ramificando intensamento até chegar ao ápice alcançado junto com Soldado Invernal, mas o show não entende isso de inicio e passa a seguir o clichê do ‘vilão da semana’, o que prejudica bastante a linearidade da trama, mas aos poucos esse foco vai sendo alcançado e a trama vai se alinhando com seu potencial, elevando o conceito e nos carregando até o majestoso final, que parece tão essencial para o futuro dos filmes do universo. A conexão da trama é sua maior qualidade, sabendo bem como se comunicar com os filmes sem perder sua identidade, mas seu maior defeito é o fato de não poder contar eventos muito impactantes, a trama fica presa à sina de ser um background do UCM e isso limita o roteiro a ir fundo em certos pontos ou dar um poder verdadeiro aos inimigos que os circundam.

“Fora das sombras e para a luz.”

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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