Crítica | Thor: O Mundo Sombrio (Thor: The Dark World)

Nota
3

“Antes do nascimento da luz, havia escuridão.”

Milênios atrás, Malekith (Christopher Ecclestone), senhor dos Elfos Negros, tinha um único objetivo para o universo: trazer a pura escuridão para os Nove Mundos. Para tal, ele pretendia utilizar o alinhamento entre os mundos, um evento que acontece a cada 5 mil anos, e um poderoso elemento, chamado de Éter, que lhe daria poder total para cumprir seu objetivo. Mas seu plano foi destroçado pelo ataque das tropas de Bor, pai de Odin, que não só derrotou a raça como roubou o poderoso elemento.

Temendo o poder do Éter, Bor ordenou que o mesmo fosse escondido nos confins do universo, onde ninguém pudesse encontrá-lo e espalhou histórias que ele fora destruído trazendo paz para os reinos. O que ele não sabia é que Malekith e seu braço direito Algrim (Adewale Akinnuoye-Agbaje) utilizaram o massacre de sua raça para escapar, escondendo-se até o momento certo aparecer e colocarem novamente seu plano em prática.

Nos dias atuais, Thor (Chris Hemswoth) atravessa os Nove Reinos, que se encontram em caos após a quebra da Bifrost, e Loki (Tom Hiddleston) recebe sua condenação por seus atos de traição. Mas tudo muda quando Jane (Natalie Portman) é levada a uma fabrica abandonada, onde as leis da física entram em colapso. Curiosa, a astrofísica é sugada por vórtice espacial que a leva ao local onde o Éter foi guardado.

Ao entrar em contato com a estranha substância, Jane dispara um novo alarme e absorve seu conteúdo, lhe proporcionando poderes que podem destruir até o mais forte dos humanos. Desesperada, a moça é levada por Thor para Asgard, onde o deus pretende retirar o elemento de seu corpo humano. Mas, as tropas de Makekith sentem o despertar do Éter e partem em busca de vingança, após tanto a anos se escondendo nos confins do universo.

Enquanto um novo alinhamento se aproxima, Thor precisa deixar seu orgulho de lado, procurar velhas alianças pouco confiáveis e liderar seus amigos em mais uma batalha, salvando sua amada de um destino cruel e impedindo o fim dos Nove Mundos. Mas, toda batalha tem um preço e ele pode ser caro de mais, até mesmo para um deus…

Durante anos, todos se indagavam como a Marvel conseguiria fugir do seu senso comum e introduzir novos elementos ao seu universo. Todas as histórias até aqui tiveram uma explicação mais plausível, criando sua base científica e moldando o universo em algo mais terreno… até a chegada do primeiro filme do deus trovão. Thor foi uma enorme aposta, trazendo um toque mágico que resultaria em uma primorosa surpresa cinematográfica, cujo nome vingaria aos fãs dos quadrinhos e solidificaria ainda mais o nome da Marvel Studios. Mas, mesmo o poderoso herói precisava encarar suas consequências.

Dirigido por Alan Taylor e roteirizado pelo trio Christopher Yost, Christopher Markus e Stephen McFeely, Thor: O Mundo Sombrio da continuidade ao universo do herói, expandindo seus limites e trazendo novas possibilidades para os filmes. Mantendo seu tom Shakespeariano, o longa explora as consequências dos eventos passados enquanto traz novos dilemas que aproximam ainda mais o misticismo da obra para com a física do universo dos heróis.

São inúmeras as vezes que o roteiro tenta achar uma explicação lógica para determinado evento, ou reconstruir o aspectos dos deuses para algo mais mundano, tirando um pouco da magia da trama mas não fugindo do que já tinha sido levemente estabelecido anteriormente. A escolha de um tom sombrio, combinando com as consequências aqui cobradas, trazem uma nova atmosfera que explora como ninguém seu universo. A construção visual do filme se mostra impecável, desde suas novas raças até os novos planetas mostrados no longa, trazendo a visão coesa e concreta do que podemos explorar a seguir.

Mas, mesmo com toda sua construção, o longa se mostra enfadonho em muitos momentos, nos perdendo aos poucos ao tentar parecer mais do que é. Não são poucas as vezes que o roteiro apela para conveniências, extrapolando o senso crítico para facilitar seu desenvolvimento, trazendo soluções preguiçosas que vão se acumulando e formando uma base de entulhos ao fundo do longa. A jornada do vilão não nos convence em momento nenhum, trazendo algo genérico que logo será esquecida no meio das grandes produções. Em compensação, o humor do filme se mostra mais trabalhado, trazendo um bom timing que não quebra o tom que o longa deseja passar e mostrando o quanto eles evoluíram nesse quesito.

Além do visual, o maior acerto do filme está nas relações de seus personagens. Thor se mostra alguém diferente do que conhecemos, mais confiante de si e com uma responsabilidade latente, mostrando o quão a vontade Hemswoth está com o papel. O deus do trovão ganha um novo ar quando seu irmão entra na trama. A relação entre os irmãos é uma das melhores coisas do longa, trazendo momentos magníficos que trazem vida a trama. A troca de alfinetadas e a dinâmica entre eles ultrapassa a tela e nos prende verdadeiramente ao longa, mostrando que são as pequenas coisas que conquistam o público.

Loki rouba cada uma das cenas em que aparece. Se nos longas anteriores o deus da trapaça tinha nos conquistado, agora ele fixa sua posição como um dos vilões favoritos do MCU. Hiddleston engole o cenário, batendo de frente com grande nomes e encarnando com maestria seu complicado personagem, parecendo ainda mais preciso em todo o misto de emoções que deseja nos passar.

Jane Foster tem uma participação mais importante na trama, sendo incorporada à problemática principal, embora mias como um receptáculo do que qualquer outra coisa. Frigga (Rene Russo) ganha um destaque merecido, sendo um dos pontos positivos da trama. A esposa de Odin traz toda sua maternidade a tona, servindo como balança entre seus filhos e ligando-os em momentos difíceis. É nesse longa que conhecemos sua força e sua coragem, construindo um verdadeiro laço emocional que nos cativa e agracia.

Embora não seja o melhor longa do estúdio, Thor: O Mundo Sombrio traz um bom divertimento para os fãs da franquia. Mesmo com uma trama esquecível, que tenta ser mais do que realmente é, o longa entrega cenários deslumbrantes e um visual digno de nota, mostrando que ainda existe muito a expandir na franquia do deus do trovão.

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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