Crítica | Thor

Nota
3

“Aquele que empunhar esse martelo, se for digno, terá então o poder de Thor.”

Séculos atrás, os Gigantes de Gelo de Jotunheim iniciaram suas conquistas, atravessando os Nove Reinos e acabando com toda a vida neles. Liderados por Laufey (Colm Feore), eles invadem Midgard apenas para serem detidos pelos guerreiros Asgardianos. Após uma longa batalha, Odin (Anthony Hopkins), Pai de Todos, consegue derrotar os gigantes e roubar sua fonte de poder: uma caixa de gelo.

Nos dias atuais, Thor (Chris Hemsworth), Filho de Odin e deus do Trovão, se prepara para ascender ao trono, mas tem sua coroação interrompida pela invasão de Jotums aos cofres de Asgard. Irritado com a petulância, Thor ignora as ordens de seu pai e reúne uma equipe para invadir e confrontar o reino de Laufey. Seus atos impensados colocam um fim na frágil trégua entre as duas raças, despertando a ira de Odin, que tira seus poderes divinos e o bane para a Terra como um mortal.

Desprovido do que lhe torna divino, o Asgardiano é encontrado por Jane Foster (Natalie Portman), que o confunde com um bêbado. Enquanto a cientista leva o Deus para um hospital próximo, o seu martelo, Mjölnir, cai em terra, despertando o interesse da SHIELD. Agora, o príncipe de Asgard precisa se provar digno, recuperar sua arma e enfrentar um poderoso inimigo, enquanto luta para recuperar seus poderes e forças sombrias se aproximam de seu reino.

Durante a construção de seu universo cinematográfico, a Marvel Studios sempre optou por algo mais científico e mundano, com heróis que pudessem ser aceitos em nosso dia-a-dia. São gênios bilionários que constroem armaduras superpoderosas ou renomados cientistas que sofrem mutação após experimentos com raios gama, mas agora essa ciência ganha novos contornos, que nenhum estudioso do mundo poderia explicar.

Dirigido por Kenneth Branagh, Thor expande o Universo Marvel para novas dimensões, dando um grande passo para a introdução da magia e do sobrenatural ao mesclar esses elementos com o que já tinha sido criado até então. Sendo uma das maiores apostas do estúdio até então, o longa sobre reinos fantásticos se mostrou uma peça chave para a consolidação do futuro dos estúdios.

Com um ar mais solene para seu enredo, o longa se mostra uma grande aventura épica, com falas mais rebuscadas e cheias de floreios que combinam com a majestade que o roteiro se propõe. A construção do visual do longa enche os olhos, nos transportando para lugares inimagináveis repletos de uma realidade sobre-humana, digna dos deuses que a habitam. O reino de Asgard parece saltar diretamente das páginas dos quadrinhos, com todo seu esplendor e magnificência, os frios domínios de Laufrey retiram toda nossa esperança com sua brusca realidade algo que fica ainda mais gritante com o design de seus habitantes.

Mas, mesmo com toda sua beleza e sobriedade, a trama do longa se mostra simplória e pouco atrativa. Para aqueles que conhecem minimamente a mitologia nórdica sabe reconhece qual será o plot e como ele será apresentado. As vezes, o longa não se torna atrativo e se consegue algo bom se deve a prima direção de Branagh, que consegue mesclar a imponência de Asgard com a comédia de Midgard, além de seu poderoso elenco.

O personagem titulo começa sua jornada repleto de arrogância e teimosia, trazendo tudo aquilo que sempre detestamos no herói. Mas, durante o longa, o deus do trovão vai se despindo dessas capas e ganhando uma evolução louvável como personagem. Chris Hewsworth consegue vestir bem a manta do herói e transpor toda sua brutalidade, com uma leve veia cômica (que se mostraria um achado no futuro).

Anthony Hopkins abraça toda nobreza e peso de seu personagem, trazendo o Odin que imaginávamos. Sua realeza incomparável combina com toda solenidade que é dada ao texto, trazendo ótimos momentos em que o ator sabe encara a responsabilidade de seu papel e se fazer presente e imponente mesmo em total silêncio.

O papel de Jane cai como uma luva em Natalie Portman. Leve e descontraída, a astrofísica tem uma química latente com o protagonista, e Natalie sabe dosar as vertentes de sua personagem sem soar fingida ou irritante. Duas ótimas escolhas para o elenco. O longa ainda nos apresenta vagamente o Gavião Arqueiro de Jeremy Renner, apenas para deixar atentos os fãs mais assíduos dos quadrinhos.

Mas, com toda certeza, quem rouba a cena é Tom Hiddleston com seu incomparável Loki. O deus da trapaça começa a trama contido e acanhado, sempre a sombra do irmão mais velho, mas, com o decorrer do longa, ele ganha uma nova força e consegue roubar cada uma das cenas em que aparece. É ele que consegue prender nossa atenção e despertar nossa curiosidade para o que o deus está tramando a seguir.

Mesmo com seus problemas, Thor consegue nos divertir e consolidar a Santa Trindade, que serviria de alicerce para o grande evento que estava por vir. Ampliando os caminhos cinematográficos para novos horizontes, o longa abraça o futuro sem largar do passado, trazendo uma ponte robusta para novos e preciosos passos que se mostrariam um acerto monumental no universo, que estava sendo criado.

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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