Crítica | Patos! (Migration)

Nota
3

Dirigido por Benjamin RennerPatos! conta a historia de uma familia de patos formada por Mack (Kumail Nanjiani), um pai superprotetor, Pam (Elizabeth Banks), uma mãe que deseja exploradorar o mundo, e os filhos do casal, Dax (Caspar Jennings) e Gwen (Tresi Gazal). Enquanto Pam tem o sonho de mostrar o mundo aos filhos, Mack só quer manter a família em segurança no lago em que vivem na Nova Inglaterra. Porém, quando um novo grupo de patos passa pelo lago contando uma série de histórias sobre viagens incríveis, a família decide convencer o pai a migrar para conhecer a Jamaica, no Caribe… Mas a viagem não sai exatamente como eles planejavam.

Lançada pela Illumination nos Estados Unidos no final de 2023, e nos cinemas brasileiros em 4 de janeiro de 2024, Patos! traz uma experiência bastante divertida, apesar de não entregar aquele aprofundamento e desenvolvimento emocional como Soul ou Gato de Botas 2 nem um visual desnorteante como o de Homem-Aranha: Através do Aranhaverso, o que deve agradar bem ao seu público alvo, que é o público infantil. A história aponta o angulo que devemos olhar, percebendo em Mack alguém que vive dentro de uma caixa, e não conhece o que há fora dessa caixa, seria bom? Seria ruim? Seria indiferente talvez? Não dá pra saber essas respostas sem sair da caixa, ou da caverna, digamos assim. Através das ideias de pertencimento e descobertas, o filme te mostra brevemente como é o dia a dia da família de Patos, chegando ao momento que surge um “estranho no ninho” e fala sobre o novo, a tal da possibilidade de descoberta, aguçando a curiosidade. Por outro lado, o longa também explora o medo do que novo pode trazer, através de Mack, que, de certa forma, quer proteger sua família, e todo o processo que ele passa no decorrer do tempo até ser capaz de ceder em prol de ver sua família feliz e de conhecer novos ares, partindo para as descobertas de um mundo novo.

Mas o caminho até a Jamaica reserva aos personagens uma série de dificuldades, como o risto de serem caçados e virarem jantar de predadores maiores, ou a possibilidade de fazer novas amizades aqui e ali. A chegada da família à cidade grande traz a tona toda sua problemática da poluição visual, de uma forma que da pra sentir através da tela caso preste atenção. A jornada ainda traz amizades como a da pomba Lelé, que serve como guia para até a arara Delroy, único capaz de ensinar à família como chegar à Jamaica. Toda a trama é voltada para a busca da família de patos em conseguir fazer sua migração pela primeira vez, passando por lições de confiança, pertencimento e união, lembrando um pouco a proposta de A Fuga das Galinhas, com direito a uma sequência onde os patos precisam lutar para não acabarem indo para o abate, mas sem tanta elaboração de plano ou estratégia.

Patos! é uma boa opção de diversão para as férias escolares de janeiro, mas não espere profundidade e sim bom “timing” cômico, que de fato faz com que as piadas sempre funcionem, com ideias que ficam em segundo plano mas podem deixar o público depois pensando a respeito, e uma trama que com toda a certeza você poderá levar como reflexão para si e para as escolhas que acaba fazendo no decorrer da vida.

 

Jornalista, torcedor do Santa Cruz e do Milan, Marvete, ouvinte de um bom Rock, uma boa leitura acalma este ser pacífico.

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