Crítica | Capitão Ameríca: Guerra Civil (Captain America: Civil War)

Nota
2.5

“Ele é meu amigo…
…Eu também era.”

Após uma desastrosa missão em Lagos, Nigéria, Os Vingadores precisam lidar com as consequências de seus atos. O trágico acidente, somado com as ações passadas, tem uma repercussão negativa mundialmente, o que abala ainda mais as estruturas do grupo de heróis. No quartel general da equipe, o Secretário de Estado Thunderbolt Ross (William Hurt), informa que a Organização das Nações Unidas preparou uma lei de regulamentos para heróis, chamado “Tratado de Sokovia”.

Assinado por 117 países, o novo regulamento estabelece que um painel seria responsável pelo controle dos heróis, decidindo quando e como eles seriam utilizados. A decisão traz uma cisão grandiosa na equipe: de um lado, Tony Stark (Robert Downey Jr.), que se sente responsável pela criação de Ultron e os acontecimentos em Sokovia, aprova o acordo. Do outro, Steve Rogers (Chris Evans) discorda plenamente que tal ato seja o melhor para a equipe.

Tudo piora quando, durante a conferencia da ONU em Viena, acontece um ato terrorista que mata o Rei T’Chaka (John Kani), de Wakanda, um dos grandes apoiadores do Tratado. As câmeras de segurança do local mostram que o responsável foi Bucky Barnes (Sebastian Stan), antigo amigo de Rogers, o que desperta a irá não só dos governos como do príncipe herdeiro, T’Challa (Chadwick Boseman), que jura vingança contra o Soldado Invernal.

Agora, Steve precisa provar a inocência do seu amigo enquanto entra em rota de colisão com sua antiga equipe, destroçando de uma vez por todas a união que um dia possuíram. O que acontece quando antigos amigos se tornam rivais? E o que será do mundo ao presenciar um embate físico e ideológico entre o Capitão América e o Homem de Ferro?

Após finalizar bem a segunda fase de seu universo compartilhado, a Marvel estava preparada para dar o próximo passo e balançar toda base sólida que construiu até então. O estúdio já tinha conquistado os fãs com o carisma de seus heróis e despertado fagulhas em disputas ideológicas, trazendo embates contidos e divertidos que engrandeciam ainda mais a dinâmica de seus personagens. Portanto, era hora de criar um confronto direto entre seus protagonistas.

Iniciando a terceira fase do MCU, Capitão América: Guerra Cívil pretendia não só dar continuidade aos eventos de Soldado Invernal como trazer uma das mais grandiosas sagas dos quadrinhos. Dirigido por Anthony e Joe Russo, o longa trazia um nome de peso que elevou as expectativas do público, e criou um panorama enorme para o que se esperar, além de todo grupo criativo que estava presente no projeto que, por si, já trazia um selo de qualidade imbatível mas que, infelizmente, se mostrou decepcionante.

O filme até inicia bem seu projeto, trazendo as consequências dos atos de seus heróis e mostrando que todo ato da equipe tem um preço a ser pago. Criando assim um paralelo entre um conceito libertário e um regime autoritário, e invertendo tudo aquilo que esperávamos de nossos protagonistas. O grande problema é que esse caminho logo é largado de mão para focar em uma trama mais emocional e clichê que não combina com o que foi construído na primeira parte do longa.

Tudo passa a ser sobre os relacionamentos conturbados dos heróis, e não sobre suas consequências, trazendo questões desnecessárias que soam mal resolvidas dentro do próprio longa. Não é a toa que até mesmo o embate final soe falso e forçado, com todos tendo plena certeza que foram manipulados, executando o plano de seu inimigo mesmo assim por puro ego.

Para início de conversa, Guerra Civil nem deveria ser um longa protagonizado pelo Capitão. O longa caberia muito mais em um evento Vingadores, que se mostraria mais complexo e questionador do que realmente foi em tela. Algo que fica ainda mais evidente na batalha do aeroporto, mostrando que falta algo no sentido épico de seu embate, que mais parece um projeto não finalizado e construído as pressas do que em uma jornada bem pensada.

Mas, como não só de espinhos se faz uma flor, o longa tem seus acertos que se mostram magníficos. As cenas de ação, embora não tenham a força que merecem, bebem diretamente dos quadrinhos, sabendo dar um espaço de tela preciso para que cada herói explore suas qualidades, criando um desabrochar perfeito da sintonia de cada time. A introdução de Peter Parker (Tom Holland) ao universo Marvel é magistral, trazendo tudo o que esperávamos do aracnídeo. Holland é energético, divertido e traz um novo frescor à equipe demostrando todo o carisma que o personagem exigia, deixando todos empolgados para seu filme solo que chegaria logo mais.

O mesmo não podemos falar do príncipe de Wakanda. Chandwick traz uma atuação mediana, que não consegue nos empolgar nem em suas melhores horas. A construção de seu dilema não contribuí com o carisma do personagem, que passa boa parte da trama em busca de vingança apenas para ter uma redenção pra lá de forçada no fim, o que decepciona mais do que qualquer outra coisa.

Embora seja uma peça fundamental para MCU, Capitão América: Guerra Civil demonstra que não é sempre que os estúdios acertam. Soando como uma caricatura de seu projeto original, o longa frustra mais do que empolga, largando suas ideias na metade para aproveitar um dramalhão barato, que não necessariamente constrói nada. Talvez, se esperasse um tempo maior para sua execução, o projeto trouxesse o que se propunha, mas o que nos é apresentado não chega nem aos pés do que poderia ser. Se a missão era dividir ainda mais os fãs, ela foi executada com louvor.

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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