Crítica | A Morte Te Dá Parabéns (Happy Death Day)

Nota
4

Tree acorda no dia do seu aniversário, uma das piores datas de sua vida, o dia em que ela mais sofre a perda de sua mãe (que fazia aniversário junto com ela), mas quando ela achava que seu dia não poderia piorar, eis que tudo acaba com a morte, uma pessoa vestida de bebê a mata num beco escuro, e quando ela achou que tudo não podia piorar, Tree acorda novamente na manhã do seu aniversário.

Se você assistiu ao trailer deve ter pensado duas coisas logo de cara (assim como eu), você imagina que o filme vai te fazer querer saber “quem tem motivos para matar Tree” e “quem é o portador da tal fantasia”. Mas eis que o filme começa e tudo muda de figura, logo de cara você percebe que a fantasia é uma máscara do mascote da escola, um objeto que 90% dos alunos provavelmente tem e, como se isso não bastasse para nos deixar sem pistas, ele mostra o quanto Tree é a pior pessoa do mundo, logo TODOS tem motivos para matar ela, na verdade até você vai ter vontade de matar ela.

Mas como todo bom clichê de comédia, (sim, esse longa está mais para uma comédia que para um terror) temos uma garota presa num mesmo dia tentando desvendar os fatos e redescobrindo a si mesma, vendo pouco a pouco o segredo daqueles à sua volta, vendo o quão idiota é, e, obviamente, se apaixonando por uma pessoa improvável.

O papel protagonista está ao cargo de Jessica Rothe, que chegou à luz do conhecimento depois de cantar Someone In The Crowd com Emma Stone em La la land, e mostra agora muito mais de sua personalidade artística, que está de parabéns, Tree tem personalidade forte e nos faz sentir suas camadas, primeiro odiando quem ela é e depois cativando por entender o que a levou a ser assim, isso tudo com uma enorme camada de presepadas que a garota vive na busca de conhecer seu assassino.

Ao lado de Tree temos Israel Broussard, no papel de Carter Davis, o dono do quarto onde Tree acorda e seu, acidentalmente, braço direito, visto que o garoto é a primeira pessoa que Tree encontra ao acordar de sua morte, ele acaba sendo seu porto seguro, e venhamos e convenhamos, quem não sentiu falta do ar arteiro do Marc de Bling Ring? Pois Israel resgata um pouco dele em Carter.

Na direção temos Christopher B. Landon, que já trabalhou com terrores como Atividade Paranormal 2, 3, 4 e Marcados pelo Mal e já mostrou que trabalha bem com terrir em Como Sobreviver a um Ataque Zumbi, e com esse longa, ele mostra que ainda não perdeu a mão na hora de fazer um bom terrir, para divertir e brincar com o medo.

Acredito que esse filme pode ser resumido em uma única palavra: Despretensioso, pois vemos um filme cheio de clichês, sem intuito de ser uma mega produção sucesso de bilheteria, que pode facilmente figurar entre os filmes teen atuais e, apesar de ser um pouco canastrão, funciona de uma forma agradavelmente engraçada. O final é mega previsível, o casal é mega previsível, mas isso não estraga a trama, ela continua sendo dinâmica o tempo todo e nos empolga a querer ver o final da história, mas não por estar cansados, mas por que nós queremos ver o assassino ser descoberto.

Quanto a ideia do mesmo dia se repetindo, isso não cansa, pois brinca com a teoria do efeito borboleta, onde cada ação que a personagem faz para impedir sua morte, resulta em diversas novas consequências e uma nova forma de morrer. E é impossível não dar um crédito a mais só pela citação maravilhosa que o filme faz a Feitiço do Tempo, brincando com a ideia de usar a premissa do loop que ganhou fama pelo filme de Bill Murry.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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