Review | Modern Family [Season 2]

Nota
4.5

Depois do estrondoso sucesso da primeira temporada e das várias indicações e vitórias na época de premiação, “Modern Family” manteve o nível e assumiu uma roupagem ainda mais divertida na segunda etapa. Aqui, as relações são mais aprofundadas e os dilemas dos adultos dão mais espaço aos das crianças, principalmente Haley e Luke, a primogênita e o caçula dos Dunphy-Pritchett.

Assim como o piloto da temporada passada, o primeiro episodio da nova fase também arranca boas gargalhadas do espectador, essencialmente através do plot do antigo carro de Phil. Nesse contexto, o roteiro cria uma espécie de redoma em que o apego ao bem material se torna o centro da situação, numa tentativa de ridicularizar o personagem e até criticar seus atos, com o bom humor que já virou marca da série. Ainda mais divertido e afiado do que na primeira temporada, Ty Burrell eleva Phil a um nível avassalador de comédia e se consagra como o melhor entre os atores masculinos, assim como Julie Bowen, que potencializa o timing cômico de Claire.

Continuando entre os adultos, Mitchell e Cameron ainda tentam lidar com a bebê Lily e seu crescimento rápido, que gera algumas confusões e o debate sobre as adaptações de uma adoção, primordialmente nas interferências dos familiares. Com muita química em cena, os atores Jesse Tyler Ferguson e Eric Stonestreet arrancam boas risadas de quem assiste, e as diferenças de seus perfis aumentam. Enquanto o primeiro é mais contido e se vê como o “centrado” da relação, o segundo é mais extravagante e amoroso, rendendo bons momentos na dupla. Vale salientar, também, que Stonestreet levou o Emmy de ator coadjuvante pela temporada inicial, recebendo outra nomeação pela segunda.

Mais próxima dos enteados, Gloria cresce ainda mais nos episódios, graças a um furacão chamado Sofia Vergara. Boa parte dos trechos hilários da temporada são atribuídos à desbocada colombiana, principalmente nas confusões que cria com o marido Jay e o filho Manny, que continua com os dilemas da pré-adolescência. Gloria não tem papas na língua e, embora seja uma caricatura, não faz com que sua intérprete caia numa canastrice e sempre se destaca nos plots.

Mesmo que a função de Alex, a filha do meio de Phil e Claire, esteja sem função própria na temporada e sirva, por vezes, como “sombra” de Haley, o núcleo dos menores ganha ainda mais força. Enquanto Luke e Manny se unem, e o primeiro demostra ciúmes de Lily (afinal, não é mais o caçula da família), Haley caminha pelos amores e as dores da idade, e consegue divertir mais do que na primeira temporada, consagrando Sarah Hyland como a melhor atriz do grupo juvenil. É interessante observar o quão eles se tornam o retrato dos próprios pais – vide Luke e Phil; Haley e Claire; Claire e Jay. A impressão que fica é o ciclo se tornando mais estreito.

Indo na contramão de certas séries, que não conseguem manter a qualidade, “Modern Family” vai além e continua acertando na comédia, com humor ácido em alguns e sensível em outros. Uma boa oportunidade para ver e se deliciar com a família, essencialmente nos pontos que facilitam a identificação.

Melhor episódio: “Um de Carne e Um de Frango” (02×13)

 

Apenas um rapaz latino-americano apaixonado por tudo que o mundo da arte - especialmente o cinema - propõe ao seu público.

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