Review | Marvel’s Runaways [Season 1]

Nota
4

 

6 jovens normais estão a anos sem se ver, unidos quando criança pela amizade de seus pais, foram separados pelo tempo e pela dor da morte da sétima criança, Amy. Ao que tudo parece, estamos vendo mais uma série adolescente, mas essa série tem algo de diferente: é uma série da Disney/Marvel. Só isso já muda tudo e faz com que nossos adolescentes normais sejam na verdade um grupo de mutantes que acaba se unindo contra o Orgulho, um grupo de supervilões composto pelos pais do sexteto.

Uma série que muda completamente o sentido de ‘esqueletos no armário’, o que fazer quando você descobre que seus pais são a verdade supervilões e você é um mutante? Nada mais Marvel do que se unir a seus “amigos” e formar uma equipe para lutar contra seus pais. Essa é a grande premissa da série de ação, aventura, drama e ficção cientifica que nasceu da união da ABC com o Hulu e teve uma aclamada primeira temporada.

A série teve uma primeira temporada com 10 episódios de 50 minutos, que estreou em 21 de novembro de 2017 com “Reunion” e seguiu até 9 de janeiro de 2018, quando finalizou com “Hostile”. A Marvel planejava a anos transformar o grupo em protagonistas de um filme, e o projeto quase engatou em maio de 2008, mas com a fama dos Vingadores, o grupo acabou indo pra gaveta, de onde foi tirado em 2016 para se transformar numa série de TV. Sua trama começa contando muito sobre a base do surgimento dOs Fugitivos, os dois primeiros episódios contam sobre o mesmo dia, o dia que os jovens descobre o segredo dos pais, em “Reunion” (episodio 1), vemos tudo que acontece no dia dos jovens até a descoberta, em “Rewind” (episodio 2) revemos o mesmo dia, porém mostrando o Orgulho preparando a reunião anual.

Um ponto elogiável da série é a fidelidade, a série dá uma aula de como fazer um live-action fiel às HQ’s e ainda manter um elenco genial, uma historia cativante e não perder a mão na carisma com o decorrer dos episódios, tudo isso sem esquecer de trazer algumas das cenas das HQ’s sendo encarnadas nas telinhas.

Como dito anteriormente, Os Fugitivos são formados por 6 adolescentes: Karolina Dean é uma garota que vive sendo a cara jovem da religião liderada por sua mãe, uma igreja incrivelmente influente que acaba a sufocando o tempo todo, até que ela descobre que é uma alienígena com capacidade de voo, brilhar com luz de arco-íris e disparar feixes de luz; Gert Yorkes é uma feminista que luta contra a sociedade patriarcal e tem um rebelde cabelo roxo, até que descobre seus poderes telepáticos e sua empatia com um dinossauro que seus pais escondem no porão de sua casa; Chase Stein é o popular e jogador de Lacrosse, mas ele esconde uma enorme habilidade em engenharia, que ele usa para criar as Fistigonas, luvas energéticas que ele usa como arma.

A equipe segue ainda com o líder, Alex Wilder, um nerd que desejava apenas reunir seus amigos de infância quando descobriu o ‘culto’ secreto dos pais e possui um alto intelecto; Molly Hernandez é a mais jovem do grupo, ela possui força e invulnerabilidade sobre-humana, mas sempre após usar o seu poder cai no sono; e Nico Minoru, a gótica do grupo que tem descendência Wicca e acaba descobrindo que herdou de sua família um cajado poderoso que a permite lançar magias e feitiços

Já no time dos vilões/pais temos: Leslie Dean, a líder da Igreja de Gibborim, que é mãe de Karolina, e usa sua religião para conseguir jovens moradores de rua de 17 para os sacrifícios anuais feito pelo Orgulho; Dale and Stacey Yorkes, médicos e cientistas, pais biológicos de Gert e adotivos de Molly, que trabalham para a Wizard e estudam toda a forma biologia a fim de usar suas descobertas para o ritual de sacrifícios do Orgulho, e terem criado o soro que apaga memorias; Victor e Janet Stein, os cientistas malucos que são pais de Chase e fabricam os apetrechos usados pelo culto.

Geoffrey e Catherine Wilder, os empresários do ramo imobiliário, pais de Alex, que abrigam em seu porão o centro do ritual anual e estão cuidando de preparar o terreno que será usado nos planos malignos de dominação mundial do Orgulho; Robert e Tina Minoru, os donos da Wizard e fonte de todo o dinheiro para pesquisas dos Yorkes, que atuam no culto através de Tina, a maga que cria as barreiras protetivas que isolam o Orgulho do mundo externo; e claro que não podíamos deixar de citar Gene e Alice Hernandez, os falecidos pais biológicos de Molly, que eram geólogos e tinham grande papel na busca por algo de grande importância para o Orgulho.

Quando o assunto é desenvolvimento e trama, temos um certo problema, visto que a série trás muitos personagens e muitas sub-tramas (as do presente e as do passado), que acaba usando tanta informação e não chegando a lugar nenhum, o que acaba gerando muitos mistérios e poucas respostas, fora o ritmo lento de certas partes. Um dos grandes motes da trama foi trazer um elenco totalmente novo, o que nos fez ver os personagens sem esperar uma carga de outros personagens, mas que acabou tendo o problema por ninguém se destacar exatamente do todo. Rhenzy Feliz como Alex Wilder casou completamente, mas o ator não consegue ter um carisma de líder, uma impressão que acabamos tendo desde o primeiro episodio por Gregg Sulkin como Chase Stein, que parece estar o tempo todo tentando conter seu ar de líder. 

Virginia Gardner como Karolina Dean é inegavelmente perfeita, a atriz é extremamente bonita e fica ainda mais bonita quando brilha, algo que parece casar perfeitamente com o estigma que Karolina pede, e consegue se sair bem no papel da adolescente certinha que descobre viver uma mentira, mas infelizmente a personagem não teve uma trama que se desenvolvesse. Temos ainda Allegra Acosta como Molly Hernandez, que aparenta ser velha demais para seu papel, principalmente quando vemos os momentos infantis de Molly, parece que Acosta é um alien. Lyrica Okano como Nico Minoru foi outro potencial que acabou não sendo explorado na série, ela tem muita revolta e principalmente é estupenda nas cenas onde está de luto ou investigando a morte de Amy, mas tem uma trama tão curta e tão mal aproveitada. Por último temos Ariela Barer como Gert Yorkes que se sobressai na trama com seus inúmeros dilemas, seja sua relação com Chase, de amor incorrespondido/ciumes doloroso, seja com sua relação com seu dinossauro, de solidão, apoio e companheirismo, mas que acaba suprimida pela sua personalidade revolucionaria anti-patriarcal.

Se você deseja referencias, aqui é um bom lugar, temos Nárnia, Cinquenta Tons de Cinza, Harry Potter, etc, e claro que não podíamos deixar de citar o fator minimo para que algo se integre ao selo Marvel de produções: Temos o divino e indispensável cameo de Stan Lee. Já quando o assunto é efeitos especiais, a série oscila bastante, há cenas onde ele é muito bom, mas há cenas em que as coisas parecem estranhas porém aceitáveis. Já no ponto trilha sonora, a serie foi bem feliz.

E a série acaba sem muita historia bem contada mas com um ótimo potencial, o que dá uma certa vontade de aguardar por uma segunda temporada, que já foi confirmada em janeiro de 2018, e terá 13 episódios.

 

https://youtu.be/DbEmUiB5RWk

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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