Review | Altered Carbon [Season 1]

Nota
4

“A tecnologia avança. Mas os humanos, não.”

Num futuro distante existe uma nova tecnologia chamada FHD, um chip que é implantado no interior da coluna dos humanos quando eles completam seu primeiro ano. Esse chip passa a copiar todos os dados e memórias durante os anos, para que, no dia em que seu corpo morrer, aquele individuo possa transferir sua consciência para um novo corpo, ou capa.

Criada por Laeta Kalogridis e baseada no livro de homônimo de Richard K. Morgan, Altered Carbon teve sua primeira temporada, com dez episódios, lançada em 2 de fevereiro de 2018 na Netflix. Ainda em 2018, no dia 27 de julho, a série foi renovada para uma segunda temporada. A série de ficção científica se passa 366 anos no futuro, no ano de 2384, em uma San Francisco futurista conhecida como Bay City.

Takeshi Kovacs, nosso protagonista, foi o único emissário sobrevivente após a derrota de Falconer, mas ele foi morto por um ataque policial e seu FHD aprisionado em Alcatraz. Mas agora, 250 anos, após sua prisão, ele sai para condicional como servo de Bancroft, um dos Matusas do planeta Terra. Bancroft é um dos milionários que vive por anos anos, pois estão sempre clonando suas capas para transferir suas consciências de tempos em tempos. Mas o homem de 364 anos tem um problema, ele foi assassinado e perdeu os dados que revelam as 48hs antes de sua morte e cabe a Kovacs investigar e descobrir como tudo aconteceu.

Por outro lado, temos Kristin Ortega, uma jovem policial que se tornou inimiga de Bancroft quando finalizou a investigação de sua morte com a conclusão de suicídio, e que possui uma certa ligação com a atual capa de Kovacs. A policial acaba sendo a maior aliada do reencapado e, com o passar do tempo, vira seu interesse amoroso. Claro que não podemos deixar de citar os coadjuvantes que, mesmo com menos tempo de tele, dão um show. Temos: a Lizzie Elliot, uma garota que teve uma morte traumática e não consegue reencapar sem uma terapia para curar sua loucura mental; o Edgar Allan Poe, um IA que é o melhor anfitrião que existe e é dono do Hotel The Raven, e o apoio de Kovacs; e Vernon Elliot, homem que perdeu seu rumo quando sua esposa acabou presa e sua filha sofreu uma morte violenta.

Além da série popular que mexe bastante com o nosso imaginário futurístico, com todo um novo conceito distópico de sociedade, ela consegue por em pauta algumas polêmicas que nem vivenciamos ainda, mas já podemos pensar, como, por exemplo, o limite do que o dinheiro pode ser capaz, do direito que as pessoas têm de morrer e até do dever de morrer. Temos cenas que retratam duas épocas, o Kovacs do Bancroft, vendo a que ponto o mundo chegou, e o Kovacs da Falconer, que se rebela contra o inicio das mudanças e luta pela melhoria.

Na questão do elenco, não podemos reclamar. A série é protagonizada por ninguém menos que Joel Kinnaman, que cai como uma luva no papel do ex-mercenário reencapado no corpo de um ex-policial. As cenas de ação são o grande forte da série, mas não podemos de citar a construção da trama e a interação do ator com Martha Higareda, uma química até melhor do que a que acontece entre Will Yun Lee e Renée Elise. Chris Conner dá um show no papel do Poe, mas a grande estrela, que mereceu seu ápice no episodio final, foi Hayley Law, que soube evoluir majestosamente entre a Lizzie frágil, a Lizzie psicótica e a Lizzie Assassina, para finalizar com uma Lizzie Inocente.

Claro que isso deixa claro que o melhor e mais eletrizante episodio da série foi The Killers (Episódio 10), mas o pior episódio é de longe o sétimo (Nora Inu), não por ter uma trama ruim ou por ser um filler, mas pelo fato de reunir todos os flashbacks que já vimos e reexibe de forma resumida para poder preencher seus intervalos com informações novas sobre o passado de Kovacs. Um episódio que foi focado no passado e talvez não devesse existir.

https://www.youtube.com/watch?v=D7wDY0lJWwA

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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