Resenha | A Dança dos Dragões

Nota
5

“Você nunca voltará a andar, Bran. Mas você voará…”

O Norte se encontra devastado com as cicatrizes da guerra. Sem uma presença forte no poder, os lordes nortenhos entram em um caos sem precedentes. A Patrulha da Noite, abalada pelas perdas sofridas além da Muralha, encontra-se aflitos e com um inimigo ainda mais poderoso do que os selvagens para lidar. Jon Snow tem a dura tarefa de manter a ordem em meio ao caos.

Tomando decisões difíceis e tendo que lidar com a dura presença de Stannis, o único rei que atendeu a seu chamado, o 998° Senhor Comandante precisa lidar com seus problemas enquanto tenta balancear os desejos dos reis e as rivalidades entre o povo Selvagem e os homens que comanda.

Para lá da Muralha, Bran prossegue em sua viagem para descobrir seu destino e encarar as horríveis surpresas que o espera no caminho. Além do Mar Estreito, Daenerys Targaryen, a última herdeira da Casa Targaryen, descobre a dificuldade em governar uma cidade construída sobre o pó e a morte. Se a Mãe dos Dragões não consegue manter a cidade e lidar com seus inimigos cada vez mais numerosos, como ela conseguirá manter um reino inteiro?

O futuro dos Sete Reinos nunca pareceu tão incerto e as ameaças que conhecemos se mostram nulas quando novos fatores são adicionados a um jogo sem precedentes.

Idealizado para funcionar como um único livro com seu antecessor, A Dança dos Dragões nos mostra alguns dos melhores momentos de escrita da mente brilhantemente afiada de George R.R. Martim. Se O Festim dos Corvos se limita a narrar as intrigas e jogos políticos ao Sul do Gargalo, o quinto volume nos traz a continuidade dos personagens que amamos e adoramos conhecer.

Embora A Tormenta de Espadas ainda seja o melhor volume das Crônicas de Gelo e Fogo, é aqui que o autor apresenta uma fluidez sem par e nos deixa ansiosos a cada virada de página ao mostrar o destino dos personagens. Daenerys percebe aqui as dificuldades de liderar uma nação. A Rainha dos Dragões precisa entender mais sobre si e como lidar com as dificuldades de governar algo. Cada decisão que toma e até o ato de se dobrar mostra o crescimento que a personagem precisa passar para chegar a seu objetivo e encontrar seu cerne. Tudo parece conspirar contra ela e a fúria e a força de seus filhos se mostra um verdadeiro problema, ter três dragões para criar e ainda lidar com sua natureza selvagem não é pra qualquer um.

Enquanto isso, na Muralha, Jon passa por um crescimento parecido. O Senhor Comandante precisa balancear suas decisões e ser firme ao que acredita, matando o garoto que já foi para que o homem possa surgir. Jon tem plena ciência dos problemas que estão por vir além da Muralha, mas mesmo seu histórico o preparou para essa posição de poder. É engraçado que nesse livro, Jon e Danny precisem amadurecer tão rapidamente e aprender com os erros que comentem e lidar com as decisões controvérsias que tomam. Mas no Jogo dos Tronos cada erro pode ser fatal.

Bran mostra que seu caminho ainda tem muito a nos apresentar, prometendo algo grandioso para o futuro do garoto. Tyrion tem um dos arcos mais arrastados do livro, mas mesmo assim apresenta encontros fascinantes e uma visão impecável das terras em Essos. Theon, ou melhor Fedor, é uma sombra do seu antigo eu. Quebrado e destroçado, o filho do ferro foi reduzido a um ser asqueroso. Todo seu arco é agonizante mas nos mostra um vilão implacável e sádico que pode ser pior do que Joffrey na sonhou em ser. Cersei tem uma curta aparição mas nos trás uma das cenas mais poderosas da obra.

A edição da Leya se mostra mais uma vez magnífica. Com a brilhante arte de Marc Simonetti e uma tradução primorosa, a editora nos presenteia com toda magnitude que o quinto volume pode ter. As páginas amareladas e a fonte confortável facilitam e muito a longa leitura, nos fazendo mergulhar de cabeça nas intrigas e surpresas que o livro guarda.

Repleto de traições, revelações e fantasmas do passado que voltam para nos assombrar quando menos esperamos, A Dança dos Dragões mostra que ninguém esta seguro e que a escrita de George é ainda mais afiada do que aço valiriano. Encerrando arcos e preparando o terreno para os ventos sombrios do inverno que nunca pareceram tão próximos e cruéis, o jogo nunca se mostrou tão perigoso como agora.

“- Eu lhe dei um aviso, Lannister. Guarde sua língua ou vai perdê-la. Reinos estão em perigo aqui. Nossa vida, nosso nome, nossa honra. Isto não é um jogo que estamos jogando para seu divertimento.
Claro que é, pensou Tyrion. O jogo dos tronos.”

Ficha Técnica
 

Livro 5 – As Crônicas de Gelo e Fogo

Nome: A Dança dos Dragões

Autor: George R.R. Martin

Editora: Leya

Skoob

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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