Host Indica | Bom Para a Alma [The Boys #15 a #22]

“La Guerre. Singular ela ser feminina, não acha?”

Após uma serie de infortúnios que testam sua gentileza, Annie January perdeu totalmente sua fé, o que a leva a buscar uma conversa longa e franca com o próprio Deus. Mas após encontrar apenas um denso silêncio sobre seu sofrimento, a moça aproxima-se de um estranho rapaz que um dia encontrou no parque. Tentando sobreviver à nova realidade, a heroína começa a entender que certos aspectos devem morrer caso queira tomar de volta as rédeas da situação.

Hughie Mijão, por outro lado, precisa enfrentar seus próprios demônios, que parecem ter saído da tumba para assombrá-lo. Desde o infeliz acidente envolvendo um super, o rapaz evita machucar qualquer um, mas, após ser convocado pelo Lenda, ele precisa devolver seu erro para a catacumba… antes que seja tarde demais.

Enquanto velhos segredos são trazidos a tona, demostrando que as cordas por trás dos Super estão ainda mais sujas de sangue e truques sujos do que imaginávamos, Os Rapazes enfrentam Os Setes no local do maior fracasso na história dos super-heróis… o pior segredo de todos que começou em uma manhã de setembro na cidade de Nova York.

Após uma HQ destinada aos trabalhos da equipe, o terceiro volume de The Boys retorna às suas raízes e nos mostra mais sobre o universo apresentado no primeiro quadrinho. Em seu terceiro volume, denominado Bom Para a Alma, Garth Ennis decide explorar melhor as consequências do seu universo e aprofundar suas raízes ao nos relevar um pouco sobre a origem de toda essa loucura obscena.

Ennis não só mostra um controle abissal sobre os ramos históricos de sua obra, como em expandir cada vetor que pode afetar seu universo. Seja traumas passados, vinganças veladas ou até mesmo segredos obscuros… tudo tem seu preço dentro da saga. A perca da inocência e a desconstrução sobre eventos catalizadores trazem um gás extremamente sedutor à obra, que começa a nos dar algumas respostas enquanto nos deixa ainda mais curioso para o que virá a seguir.

Utilizando momentos sombrios da historia americana e mundial, o autor vai desconstruindo seu universo e apresentando suas garras narrativas, nos arrastando para algo ainda mais perverso do que imaginávamos. O Lenda mostra o seu valor crescente no segundo arco da trama, trazendo um contorno mais profundo para a Vought e tudo aquilo que ela representa enquanto preenche o segundo arco de uma riqueza magistral que encanta (e revolta) o leitor.

No primeiro arco, voltamos a observar os conflitos dentro d’Os Sete, através de uma Annie desiludida que perdeu totalmente sua pureza. Violentada física e mentalmente, a heroína não encontra apoio em nenhum, absorvendo as piadas maldosas e as porradas do universo enquanto demostra toda fragilidade de uma vítima de um abuso. Seus conflitos são explorados com maestria, trazendo alguém que tenta se reerguer e lutar pelo que acredita enquanto tenta não se corromper com o ambiente que a cerca. É doloroso acompanhar seu processo de cura e ver sua tentativa de se erguer enquanto convive com toda toxidade na qual está inserida.

A jornada de Hughie serve para nós mostrar as consequências do Composto V enquanto faz uma sátira funestas sobre as constantes mortes e ressurreições. A organização de marketing para cada evento e a banalização de suas consequências trazem um dilema constante no universo quadrinhesco, que poucos parecem se importar. Afinal de contas, quantas vezes você levou a sério uma morte de super-herói?

O roteiro aproveita então para aproximar Annie de Hughie de uma maneira natural e bem construída, fazendo com que ambos sirvam de apoio para o outro em meio a toda aquela loucura crescente. E não é a toa que as relações pessoais sejam tão bem construído nesse volume, dando espaços para diferentes vertentes que liguem seus personagens.

O Francês e A Fêmea ganham um pouco mais de espaço, despertando nosso interesse com seu afeto genuíno gerado por sua estranheza, demostrando algo caloroso de mentes tão bizarramente parecidas. Até mesmo Leitinho Materno ganha um novo ar de mistério, nos fazendo pensar em quais são os segredos que ele esconde.

The Boys – Bom Para a Alma não só apresenta um contexto maior para o mundo distorcido no qual esta inserido, como prepara o terreno para um embate sem precedentes. Trazendo uma jornada doentia e profunda, enquanto constrói seu laços de uma maneira impecável. Resta saber o que a mente perturbada de Ennis reserva para o futuro e quantas pedras serão tiradas do caminho.

“Pra falar a verdade, é o único segredo que há para você descobrir…”

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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