Crítica | Uma Carta para Papai Noel

Nota
3

Natal é uma época de ficar em família e cuidar das pessoas que você mais ama. Mas quando você tenta abraçar o mundo sozinho e cuidar de todo mundo, uma hora você vai cansar e apenas querer ser cuidado. É assim que se sente o Papai Noel do filme Uma Carta para o Papai Noel, do diretor Gustavo Spolidoro.

Jonas (Caetano Rostro Gomes), é um garotinho de 8 anos que vive em um orfanato comandado pela terrível Léia (Elisa Volpatto), e que se sente triste por nunca receber seus presentes de natal. Cansado das desconfianças de sua amiga Beca (Lívia Borges Meinhardt), ele decide enviar uma carta para o Papai Noel para descobrir o que aconteceu com seus presentes. Enquanto isso, no polo norte, o Papai Noel se sente desmotivado a continuar o natal, porque depois de tantos anos cuidando de todas as crianças do mundo, ele queria que ao menos alguém se importasse com ele também. Mas depois de receber a carta do Jonas, a Mamãe Noel decide mandá-lo para desvendar o mistério dos presentes desaparecidos com sua ajudante, Tatá (Polly Marinho).

Produzido pela OKNA e Pandora Filmes, Uma Carta para Papai Noel é com certeza um filme muito diferente do que já foi produzido pelas duas produtoras e pelo próprio diretor. Apesar de um olhar lúdico desde o início, com uma abertura animada por Stop Motion ou cenas dinâmicas com o trenó tecnológico, trocas de roupas mágicas e presentes que saem de uma mala encantada, definitivamente não é um filme feito para agradar os papais e mamães que vão acompanhar seus filhos no cinema, visto que apesar de ter um tema diferente, falando sobre a tristeza do Papai Noel, esse filme consegue ser facilmente comparado a qualquer filme natalino estadunidense, visto que, apesar de se passar no Brasil, não tem tanta regionalidade da principal festa do ano e acaba sendo uma cópia dos formatos de filmes de natal tão conhecidos.

Mesmo não sendo um filme para os pais e mães, ele pode sim conquistar as crianças por ser um filme leve, divertido e bem colorido. A direção de arte do filme conta com figurinos muito bem pensados para toda parte do elenco mais mágico, desde as roupas tradicionais do Papai e Mamãe Noel, as roupas divertidas e coloridas dos ajudantes, até as roupas casuais do Papai Noel quando ele visita as crianças. Os cenários são divertidos e coloridos e as invenções tecnológicas da Mamãe Noel podem ser capazes de atrair a atenção até das crianças mais agitadas. Mas quem realmente brilha é a Polly Marinho, como essa ajudante atrapalhada que tem uma dinâmica ótima com todos os personagens e um humor leve típico de filmes bem infantis. Apesar disso, crianças maiores podem não se interessar tanto pelo filme, pelas dinâmicas e humor infantis, e excesso de efeitos visuais que pode desagradar quem está acostumado com grandes filmes de Hollywood.

Uma Carta para Papai Noel é filme simpático, leve, mas talvez um pouco longo para o público infantil. Ele tem uma história previsível e de fácil resolução, mas que funciona muito bem para o público infantil. Com figurinos bem feitos que conversam muito bem com as atuações caricatas e divertidas e visuais até interessantes, mesmo sem um orçamento alto, o filme promete atrair os olhares dos mais pequeninos para as telonas, mas sem agradar tanto os adultos acompanhantes ou até crianças mais velhas que podem preferir esperar os próximos lançamentos mais populares como Wish e Patos!

 

Ilustradora, Designer de Moda, Criadora de conteúdo e Drag Queen.

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