Crítica | Trolls 3 – Juntos Novamente (Trolls Band Together)

Nota

Uma explosão de cores, anos 90, muito pop e nostalgia. O filme explora as boyband dos anos 90, nos trazendo a participação do ‘N Sync, com a história se desenvolvendo a partir do momento que Poppy descobre que Tronco fazia parte da BroZone, sua boyband preferida dela quando era criança, o que leva o casal à uma nova aventura para resgatar Floyd, um dos irmãos de Tronco, de uma dupla do pop do mal formada pelos super astros Veludo e Cotelê.

Esse terceiro filme desenvolve melhor o relacionamento de Poppy e Tronco, que estão cada vez mais próximos, e inicia com o casamento dos bergens Bridget
e Rei Gristle Jr., com a cerimonialista sendo dublada, na versão original, por RuPaul, e o casamento acontecendo numa cidade dos bergens que lembra muito Nova York na parada LGBT+, onde tudo tem arco iris, bandeiras e muitas outras referências. O filme trouxe muitas novidades, como mais piadas adultas, uma animação menos infantil e aparição de animação 2D em algumas cenas, como no botão do agito, que lembra bastante as animações de clipes dos anos 90, com estética Vaporwave. O ambiente de cada um dos integrantes da família do Tronco traz uma estética própria, com estilos de músicas próprios, os integrantes do BroZone possuem uma estética e personalidade própria de boybands, tanto das antigas quanto das mais novas, como o fato de assumir estilos completamente diferentes quando mais velhos.

O filme ainda nos apresenta Viva, a irmã mais velha de Poppy, que é tão energética como ela, e conhecer alguém assim, igual a ela, é uma escolha muito boa para o filme, além da escolha de dar mais tempo de tela para um dos personagens queridinhos, o Tico Diamante, que foi algo muito esperto. A direção incrível de Walt Dohrn adiciona novos hits musicais e canções inéditas, como Better Place do ‘N Sync, reunido depois de 20 anos, e músicas pop como Perfect, Sweet Dreams, I Want You Back, ABC, Stayin’ Alive, We Are Family, muitos remixes, alguns melismas da Christina Aguilera, enquanto aborda vários temas mais de família, como casamento, lua de mel, problemas com irmãos, preconceito, traumas, e incrivelmente, a banalização do talento, a exploração do showbizz e o preço da fama. O filme acaba precisando mudar um pouco sua abordagem musical, não abrasileirando todas as músicas e deixando algumas na versão original, talvez um efeito da participação do ‘N Sync. No quesito dublagem, novamente os americanos podem ter tirado maior proveito, com a presença de Troye Sivan no papel de Floyd, o irmão sensível de Tronco, e Camila Cabello como Viva, essa última tendo ganhado, no Brasil, a dublagem da queridíssima Larissa Manoela.

Trolls 3 entrega mais comédia, boas risadas e muito pop music, se baseia na nostalgia, porém seus antecessores traziam narrativas mais tocantes e emotivas, foi uma mudança de público gradativa, que amplia a obra a novos gêneros musicais e narrativos e não deixa a desejar, pelo contrário, traz uma leveza ao sair do cinema. A motivação dos antagonistas é simples e bem definida, ela explora bem e define o caminho do climax do filme, eles são trabalhados bem com uma energia bem balanceada, um mais dominante que o outro, um mais flexível, balancearam bem os contrapontos, nas maldades e como escolheram explorar seus desenvolvimentos no decorrer da história. Em termo de narrativa, foi um filme com pouco desenvolvimento, simples, direto ao ponto, porém aproveita muito do humor, tantos temas e novos personagens acaba deixando uma sensação de que faltou mais tempo para desenvolver a trama, porém concluíram de uma forma convincente, sem tantas surpresas. O filme consegue atingir dois públicos, tanto crianças como adultos irão se divertir, diferente dos dois anteriores, a DreamWorks parece ter apostado numa pegada mais próxima de Shrek, além de colocar uma boa dose de nostalgia para todos que vivera os anos 90.