Crítica | Thor: Amor e Trovão (Thor: Love and Thunder)

Nota
3

Encontrar o deus do trovão em uma jornada completamente diferente do que já se foi vista pode ser algo completamente cômico, mas seria essa a intenção da Marvel Studios? Thor (Chris Hemsworth) está em uma nova aventura, desta vez em uma busca pela sua paz interior, ele cansou de procurar seu grande amor e decide continuar realizando grandes atos heroicos, solucionando problemas e caçando. Diante disso, outros problemas passam a surgir, porém o maior deles é a aparição de Gorr, o grande assassino galáctico de deuses, e, para combatê-lo, Thor decide que precisa buscar ajuda para combater todo o mal que poderia ser causado pelo carniceiro.

Embarcando nessa aventura junto com sua ex-namorada, Jane Foster (Natalie Portman), que por incrível que pareça empunhava o Mjölnir de uma forma inacreditável, e até mesmo inexplicável, eles passam por diversas situações até se escolherem. Trazendo fortes referências à mitologia nórdica, o longa traz o par de bodes Tanngrisnir e Tanngnjóstr, que são montados pelo Thor e puxam sua carruagem, alguns modelos de navios, que são o melhor tipo de embarcação existente, capaz não só de navegar pelo mar mas também pelos ares, e conta com uma representação a árvore da vida, Yggdrasil. Tais elementos referenciais foram extremamente importantes para trazer enriquecimento histórico para o longa.

Apesar de ser uma comédia rasa, o longa possui uma trilha sonora repleta de clássicos do rock, como a presença dos grandes clássicos do Guns and Roses, porém sua falta de originalidade na trilha com outros clássicos acaba trazendo mais um ponto negativo para o longa. Sua fotografia, no entanto, é de tirar o folego, toda a construção de cenários tem uma ótima composição visual, trazendo um resultado de grande qualidade. Amor e Trovão é um longa de qualidade, porém com tantos elementos presentes muita coisa acaba sendo prejudicada ou deixada de lado. Gorr (Christian Bale) é um dos pontos mais fortes do longa, pois como vilão o mesmo tem apenas um único desejo, que pode causar uma comoção e até humanização do mesmo. Seu desejo muitas vezes pode parecer egoísta, mas é fruto apenas da culpabilização de um ato que pode ser considerado sua maior perda pessoal.

Trazer algo diferente, digamos que cômico, numa busca por funcionar em uma história com diversos lados e tramas, no fim das contas gerou uma certa frustração. Thor: Amor e Trovão é um longa de qualidade, que com tantos acontecimentos e um tom cômico no meio acaba tornando a experiência um tanto estranha. Não podemos esquecer que Thor carrega uma imensa carga cultural, que é vastamente apresentada no longa, mas o tom de comédia, presente no filme, era mesmo necessário para fazer com que algo de grande poder cultural pudesse funcionar nas telas de cinemas ao redor do mundo? O amor no fim das contas é a grande marca do longa, é o que prende o expectador e, mesmo que com tanta dor causada pelo Gorr, muito se cria sobre empatia e afeto, o longa acerta em alguns pontos e isso não tira sua grandiosidade.

 

Formado em Letras, atualmente cursando Pós-graduação em Literatura Infantil, Juvenil e Brasileira. Sentindo o melhor dos medos e vivendo a arte na intensidade máxima. Busco sentir histórias, memórias, escrever detalhes e me manter atento a cada cena no imaginário dos livros ou numa grande tela de cinema.

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