Crítica | Scooby-Doo e o Fantasma da Bruxa (Scooby-Doo! and the Witch’s Ghost)

Nota
5

“Esse não é um de seus mistérios bobos. Não podem me derrotar tão facilmente.”

Durante uma investigação no museu, a Mistério S/A recebe o auxílio de um renomado escritor de terror chamado Ben Ravencroft (Tim Curry), que convida os garotos para conhecerem sua pacata cidade natal e aproveitar o festival de Outono regional. Movidos pelo desejo de umas boas férias (e pela grande admiração de Velma pelo escritor), a equipe parte para Oakhaven, mas encontra a cidade transformada.

Repleta de atrações turísticas, a cidade passou a ser atormentada pelo fantasma de Sarah Ravencroft, uma antigo antepassado de Ben, que foi acusada e perseguida em 1657 por praticar bruxaria nos moradores da cidade. Irritado, Ben protesta, dizendo que seu antepassado não passava de uma Wicca e que usava seus conhecimentos para ajudar a população. Determinado a provar a inocência de Sarah, ele pede ajuda aos garotos para achar o único item que pode limpar o nome de sua família, mas que está perdido há muitos séculos: o antigo diário de Sarah.

Enquanto tentam descobrir mais sobre o passado de Sarah, a trupe se vê tragada por um novo mistério ainda mais assustador. Como Sarah pode ser inocente se seu fantasma atormenta a cidade? Seria isso real ou apenas um novo truque? E quem são essas misteriosas cantoras que parecem tão sinistras quanto a bruxa em si? Ao longo da investigação, a Mistério S/A pode descobrir segredos que deveriam permanecer secretos e que nem tudo é o que parece ser.

Dirigido por Hiroshi Aoyama, Kazumi Fukushima e Jim Stenstrum, Scooby-Doo e o Fantasma da Bruxa é o segundo filme de animação da equipe, trazendo o mesmo tom sombrio e divertido para as histórias da Mistério S/A. O roteiro afiado de Matthew Lillard traz reviravoltas surpreendentes enquanto brinca com os clássicos da franquia e acrescenta novas camadas ao grupo que tanto amamos.

Seja pelo singelo interesse romântico entre Daphne (Mary Kay) e Fred (Frank Welker) ou até mesmo pela troca proposital de um dos bordões mais amados por algo um tanto quanto inusitado (tornando-se uma surpresa até para os personagens), os elementos foram milimetricamente pensados para fazer parte de forma coesa e natural no enredo. E por falar de enredo, que trama maravilhosa. O filme consegue ser envolvente, divertido e empolgante sem nunca perder a mão da ingenuidade e carisma que tanto amamos na franquia.

A animação mais realista se aproxima bem do sucesso anterior, mostrando que a Warner aprendeu com seus méritos e decidiu reaplicá-lo em um trabalho mais polido e gratificante, entregando-nos um filme primoroso e bem feito. O longa apresenta, sim, novos subenredos que não levam a lugar nenhum, apenas desviando a atenção do espectador para misturar as pistas em nossas cabeças, mas, ao contrario de Ilha dos Zumbis, aqui eles são aproveitados e tem certa serventia no final.

Tudo parece muito bem costurado, mas o tom parece aguardar apenas o final do filme, não nos fazendo temer pelos nossos protagonista até o derradeiro fim. Por falar em protagonistas, a evolução deles se mostrou latente nesse longa.

Velma (B.J. Ward) se mostra muito mais presente nesse longa do que no anterior. Fascinada por conhecer seu ídolo, a garota demonstra uma liderança muito maior, tomando boa parte das decisões e incentivando os demais a agir. É gratificante ver Velma tomar á frente do grupo e colocar seu intelecto para atuar de forma tão afiada e certeira sem parecer esnobe ou maçante. Daphne e Fred, embora mais apagados, ganham uma nova camada sobre seu relacionamento. Mostrando uma química, o casal escancara seus sentimentos sobre algo que até então permanecia subentendido na franquia.

Salsicha e Scooby (ambos dublados pelo brilhante Scott Innes) mostram todo seu carisma e cumplicidades aqui. A dupla de medrosos nunca esteve tão entrosada e divertida, o conjunto mostra uma sintonia tão perfeita que é impossível não arrancar um sorriso ao acompanhar suas peripécias. Ressaltando aqui uma das melhores cenas da dupla, onde se demonstra o quão bizarro é acompanhar sua comilança como espectador.

Ben é levemente inspirado em um dos maiores escritores de terror da atualidade: o rei Stephen King. Curry nos entrega um personagem obcecado e um tanto quanto assustador, que vai ganhando novas camadas a cada nova volta que a trama dá, trazendo alguém interessante e cativante, que prende nosso olhar a cada cena em que aparece. Mas, com toda certa, um dos maiores acertos do longa é a adição das macabras Hex Girls à mitologia de Scooby-Doo. O trio misterioso formado por Thorn (Jennifer Hale), Dusk (Jane Wiedlin) e Luna (Kimberly Brooks) traz uma boa dinâmica a história, além de nós deixar intrigados e desejosos de mais participações da banda. Suas músicas são tão cativantes e combinam tanto com a trama que é impossível não sair cantarolando no final do filme.

Bem construindo e extremamente cativante, Scooby-Doo e o Fantasma da Bruxa continua o ótimo trabalho mostrado no longa anterior. Trazendo novas camadas a seus personagens, a produção demostra que a franquia pode, sim, ser assustadora e charmosa ao mesmo tempo e que, às vezes, um susto sobrenatural não faz mal a ninguém… ou quase.

“I’m a Hex Girl and I’m gonna put a spell on you
I’m gonna put a spell on you”

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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