Crítica | Scooby-Doo 2: Monstros à Solta (Scooby-Doo 2: Monsters Unleashed)

Nota
5

“Se na toca dos monstros você entrar seus pesadelos vão se realizar.”

Com seu crescente sucesso e popularidade, a Mistério S/A é convidada para um exposição em sua homenagem no Museu de Criminologia em Vila Legal, onde seus maiores mistérios são expostos com todas as ridículas fantasias de monstros que a turma enfrentou durante os anos. Porém, o evento é interrompido pela aparição de um novo vilão mascarado que promete destruir de uma vez por todas a Mistério S/A.

Acompanhado do Fantasma do Pterodáctilo, o mascarado causa um caos tremendo na inauguração e transformando os heróis da cidade em uma trupe de incompetente. Como se não bastasse o desastroso fim do museu, a equipe ainda precisa lidar com a manipulação midiática da repórter investigativa Heather Jasper-Howe (Alicia Silverstone) que distorce as declarações do grupo e incentiva ainda mais a raiva dos fãs da agência de detetives.

Desacreditados, a equipe tenta resgatar o pouco de dignidade que lhe resta e para desvendar o novo mistério e limpar seu nome. Mas, durante suas investigações eles descobrem algo ainda mais terrível que o misterioso mascarado: todos os monstros que estavam expostos no museu foram misteriosamente transformados em criaturas reais. Agora, a Mistério S/A precisa enfrenta o maior desafio que já cruzou seu caminho, enquanto tentam voltar a sua origem e descobrir os verdadeiros laços que um dia uniram sua equipe.

Dois anos após o sucesso estrondoso do primeiro filme da franquia, Scooby-Doo e sua turma retornam para mais uma aventura em live-action repleta de monstros, risadas e uma boa dose de mistério. Dirigido mais uma vez por Raja Gosnell e roteirizado por James Gunn, Scooby-Doo 2: Monstros à Solta assume um tom mais cartunesco que o seu anterior.

O filme não tem medo de abraçar e referenciar a animação clássica de 69, trazendo um peso nostálgico para seus fãs. O roteiro nos trás tantas lembranças que não é difícil imaginar uma continuação natural daqueles episódios que assistimos nas manhãs de sábado culminando nessa aventura magnifica que o longa nos proporciona.

Seja pelas citações diretas como as fantasias de vilões passados ou pela estrutura narrativa abordada, o longa verdadeiramente parece consciente dos erros anteriores e tenra uma abordagem diferente nesse momento. A premissa é interessante e cativante e levanta um dos questionamentos mais comentados entre os fãs da saga: e se os monstros fossem reais?

É impagável ver criaturas tão icônicas ganharem vida perante nossos olhos. Episódios tão magnífico e que ficam gravados nos universo pop até os dias atuais. Quase todos os monstros ganham sua própria personalidade e mesmo os que estão ali apenas para fazer número recebe uma quantidade de poderes interessantes que torna ainda mais cativante aos olhos dos espectadores. O Cavaleiro Negro, Mineiro de 49, Mostro de Piche, O Fantasma de 10.000 Volts e os impagáveis Skelemen são alguns dos magníficos inimigos que a turma precisa enfrentar. Misturando efeitos visuais de primeira (para a época, é claro) e efeitos práticos, as monstruosidades criam uma realidade impar que desperta nossa nostalgia e torna tudo mais crível.

Como se não bastasse a onda de nostalgia que o longa nos trás, o enredo ainda despertar dilemas presentes em cada um dos seus personagens. Salsicha (Matthew Lillard) e Scooby (Neil Fanning) sentem-se extremamente culpados pelo desastre da equipe. Sempre atrapalhando todos os esquemas do grupo, a dupla de comilões decide mudar sua tática e agirem mais como seus companheiros, nunca tentativa de serem mais heroicos e menos inúteis para o grupo. É gratificante acompanhar o entrosamento entre os dois e o destaque merecido a Matthew na trama. Com um humor preciso e algumas das mais emocionantes do filme, a dupla se mostra uma das melhores coisas que o longa poderia nos proporcionar.

Velma (Linda Cardellini) sempre foi mais ligada as lógicas e aos fatos do que a assuntos sentimentais que não podia controlar. A sabichona sempre esteve confortável com seu papel na equipe mas encontra seu mundo transformado quando confronta o seu pior medo: alguém verdadeiramente interessado nela. Sem saber como se portar com a situação, ela se pega em devaneios tentando se achar no meio da confusão. Linda entrega a personagem insegura que tem sérios problemas em confiar em seu coração, entrando em um arco único para a personagem e trazendo novas camadas à mesma.

Fred (Freddie Prinze Jr.) sempre foi confiante e cheio de si, mas ao ver suas declarações sendo tiradas de contexto e destruído qualquer reputação que poderia existir, o líder da turma entra em uma espiral de declínio pessoal. Fred nunca foi bom em dialogar sobre seus sentimentos e sempre tentou manter a pose de machão, mas agora ele se mostra mais vulnerável e reconhece que precisa da ajuda dos demais para lidar com os problemas, descascando um pouco sua dura casca. O personagem se mostra menos detestável nesse longa e, mesmo cheio de frases bem machista, podemos notar uma leve mudança em seu interior durante a trama.

Daphne (Sarah Michelle Gellar) se encontra mais apagada do que no longa anterior. A patricinha mais amada de todos os tempos serve principalmente de suporte para os outros personagens mas mesmo assim levanta um questionamento pessoal: qual o seu verdadeiro papel na equipe? Será que ela esta ali só por ser um rostinho bonito? Embora tenha um crescimento raso comparado ao antecessor, essa questão se mostra tão interessante que nos leva a indagar como seria se o roteiro soubesse utilizar melhor essa premissa para a personagem.

Repleto de uma nostalgia latente e nos levando ao cerne da equipe que amamos, Scooby-Doo 2: Monstros à Solta nos leva em uma divertida aventura que parece ter sido retirada diretamente dos desenhos clássicos. Nos transportando com maestria ao universo maravilhosamente colorido da turma e nos mostrando que muitas vezes precisamos regredir para entender o que procuramos no momento. Afinal, não existe nada melhor do que reaprender com o passado. Exceto, talvez, por uma caixa de Biscoitos Scooby.

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *