Crítica | Operação Overlord (Overlord)

Nota
3

Uma tropa de paraquedistas americanos é lançada atrás das linhas inimigas para uma missão crucial. Mas, quando se aproximam do alvo, percebem que não é só uma simples operação militar e tem mais coisas acontecendo no lugar, que está ocupado por nazistas.

Imagine se você pudesse juntar elementos de Bastardos Inglórios, Guerra Mundial Z, Corações de FerroResident Evil e colocar tudo ao mesmo tempo numa tela de cinema. Pois bem, no longa Operação Overlord, dirigido pelo australiano Julius Avery, a tentativa é pegar o melhor dos gêneros de filmes de guerra, terror, suspense  e entregar uma experiência assustadora e ao mesmo tempo divertida para o público.


Falando primeiramente sobre a direção de Julius Avery, o jovem diretor, que tem apenas quatro anos de carreira, mostra que tem muito talento para mover a câmera durante as inúmeras de ação compostas por plano sequência. Ele mostra logo todo seu potencial numa das primeiras cenas da produção, que conta com um plano sequência que mostra os soldados se preparando para um salto numa zona de guerra  bastante perigosa na Alemanha. A cena é dirigida de forma incrível num espaço apertado dentro de um avião, e mesmo assim, a câmera se mexe com uma leveza natural.

Após o salto na zona de guerra, os soldados sobreviventes se reúnem para tentar concluir sua missão. É nesse breve momento que o filme tenta trazer elementos de Bastardos Inglórios e Corações de Ferro. Esses dois filmes se baseiam nas relações entre os soldados, os conflitos internos do esquadrão, e no desenvolvimento dos personagens. Claro que isso não é feito com a mesma intensidade dos dois longas que servem com referências, mas a verdade é que essas relações dentro da proposta do longa, funcionam muito bem.


Depois do foco nas relações entre os soldados, enfim a produção entra na parte de suspense/terror. Provavelmente ai é quando o filme começa a ficar um pouco mais previsível e cheio de clichês, contudo, ao mesmo tempo, não deixa de ser divertido. Muito da diversão se deve as cenas de ação muito bem dirigidas e que irão deixar o público tenso nas cadeiras de cinema esperando os próximos momentos de terror.

E em falando de diversão durante um longa de terror, outro ponto forte do longa é não ter medo nenhum de ser “trash”. E isso fica estampado pelos efeitos especiais. Por muitas vezes a sensação é que os efeitos especiais usados para aterrorizar o público foram produzidos por técnicas de efeitos dos anos 70 e 80, e pelo fato de se tratar de um filme de época, até que esses efeitos especiais mais antigos, caem muito bem.

Operação Overlord consegue na medida do possível misturar alguns gêneros de filmes e não se perder nesse processo.  Com boas sequências de ação, o longa consegue mais divertir do que propriamente assustar. No fim das contas, é uma boa escolha pra quem procura um bom entretenimento leve e sem preocupações de se levar a sério.

 

Formado em publicidade, crítico de cinema, radialista e cantor de karaokê

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