Crítica | O Que Fazemos nas Sombras (What We Do in the Shadows)

Nota
4

Em uma movimentada cidade quatro criaturas da noite se aventuram durante a pós morte. Esse grupo vive diversas aventuras e passam por diversas situações engraçadas, se meter em encrenca não é o foco principal deles, pois tentam manter uma vida discreta para viver de forma segura na cidade em que vivem.

Viago (Taika Waititi) é a versão de um síndico que transparece responsabilidade e hábitos cavalheirescos. Deacon (Jonathan Brugh) acha que é um vampiro sexy e bonito e queria estampar a capa de uma revista. Vladislav (Jemaine Clement) é um sanguinário que muitas vezes esquece de que perdeu parte de seus poderes e que ainda prática tortura com suas vítimas por ter vivido na idade média e temos por fim o Petyr o ancião da casa que nem sempre participa das reuniões para melhoria do ambiente por ser considerado velho.

Esse grupo de quatro vampiros dividem uma casa e apenas três deles dividem tarefas domésticas, contas e tentam manter regras de convivência na casa, para que assim possam manter um bom relacionamento. Todos sofrem com a questão da imortalidade e a inadequação de luz e padrões sociais. Sofrem também com dificuldades para encontrar vítimas para se alimentar.

Nick (Cori Gonzales-Macuer) é um vampiro descolado que recentemente foi transformado. Ele se mistura entre humanos para impor medo nas pessoas frágeis e com isso acaba atraindo a atenção de caçadores. Por ser um vampiro de “nova geração” Nick tenta interagir com outros vampiros para que possam trocar algumas informações que envolvem tecnologia e a facilidade para entrar em alguns eventos badalados da cidade que estão habitando.

As idas aos bares e boates em busca de uma presa para se alimentar, improváveis relações de amizade com humanos que os acompanham nas peregrinações noturnas e uma situação onde os vampiros levam seu amigo numa convenção de variados tipos de monstros e causa bastante confusão com os lobisomens e demônios.

Uma realidade nunca mostrada tem como principal visão mostrar o outro lado da história. A solitária vida dos vampiros, seus medos e suas fraquezas são exploradas da forma mais engraçada que existe e com profundidade encantam o público. O longa reinventa toda trajetória cinematográfica por ser uma comédia misturada a um falso documentário, o que pode ser positivo visando a industrial atual.

A fotografia do longa é toda feita na casa dos vampiros, a decoração é macabra contendo paredes vermelhas, velas, crucifixos, cortinas velhas e taças pretas. Toda essa aparelhagem indica que mortos vivos vivem na casa e a construção dos itens leva um pouco de medo ao expectador contraindo toda a sensação com as piadas que rolam durante a trama. Passando também para bares da cidade que possuem temas rústicos e o salão de festas onde é realizado o baile de máscara.

A trilha sonora é composta por “Lastochka” música da banda Leningrad que foi inclusa no trailer e no final da trama. A música recebeu os devidos créditos no ano de 2015. A ideia de retratar a vida de vampiros é diferente do que já foi visto, o longa-metragem mostra a vida de um grupo de vampiros com um outro olhar. Com piadas e aventuras eles vivenciam momentos diferentes e muitas vezes fora do tradicional o que inclui humanos em suas vidas, assim acabam aproveitando o melhor que a imortalidade pode propor.

 

Formado em Letras, atualmente cursando Pós-graduação em Literatura Infantil, Juvenil e Brasileira. Sentindo o melhor dos medos e vivendo a arte na intensidade máxima. Busco sentir histórias, memórias, escrever detalhes e me manter atento a cada cena no imaginário dos livros ou numa grande tela de cinema.

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