Crítica | O Grito 2 (The Grudge 2)

Nota
2.5

“Dizem que essa é a casa mais assombrada de todo o Japão”

Mesmo depois que Karen causou um incêndio na casa onde Kayako foi assassinada, o local continua acessível e visitável, o que garante que cada vez mais pessoas possam explorar o lugar e ser perseguido pela maldição. Quando a mãe de Karen fica sabendo do que aconteceu no Japão, ela envia Aubrey, a irmã de Karen, para descobrir o que aconteceu, tirar a garota do hospital psiquiátrico e leva-la de volta aos Estados Unidos, Aubrey só não espera ter que presenciar a morte de sua irmã e, junto com um repórter chamado Eason, ser levada para investigar a fundo a origem da maldição e enfrentar a terrível garota vingativa. Em paralelo vamos conhecendo duas histórias aparentemente desconexas, que nos levam a buscar cada vez mais entender o que pode conectar as três mulheres que protagonizam esse grande terror, as três mulheres que, cada uma da sua forma, estão sendo perseguidas pela Kayako.

O longa começa com uma das cenas mais misteriosas possíveis: Trish Kimble matando seu marido, Bill Kimble. Logo somos levados a perceber que, enquanto Aubrey tenta entender o que realmente causou a morte de sua irmã, alguma coisa muito maligna está dominando Trish, o que coloca em perigo o seu marido e seus enteados, JakeLacey; que alguma coisa está acontecendo na casa ao lado da casa dos Kimble, na casa dos Fleming; e que AllisonVanessaMiyuki, três estudantes japonesas, estão sofrendo as consequências de ter visitado a casa amaldiçoada por Kayako, sendo perseguidas por uma versão muito mais raivosa e poderosa da garota, uma versão que foi provocada pelo incêndio de sua casa, causado por Karen.

Com a volta de Takashi Shimizu à direção, a continuação de The Grudge vai mais fundo na história de Kayako, indo para frente e para trás na trama, nos levando a entender melhor o passado da garota, entendendo mais a fundo como sua morte causou a maldição e sobre a sua mãe, ao mesmo tempo que vamos vendo o que aconteceu após os atos de Karen, como eles fortaleceram o espirito vingativo e como a garota se tornou ainda mais poderosa em seu país, caçando cada vez mais longe as suas vítimas, indo parar até nos EUA para alcançar Trish. Talvez o problema do longa seja justamente esse, ficar focando na morte e nas origens de Kayako ao invés de focar realmente nos poderes que a assombração possui, algo que fica esquecido na trama a ponto de a presença da garota perder o foco, tendo pouco tempo de tela, deixando para Toshio menos tempo ainda de tela, escanteando os verdadeiros ícones que marcaram a trama original para construir uma mitologia completamente desnecessária para o longa, tentando alongar uma mitologia que já se mostrava suficiente em seu primeiro momento.

Enquanto o primeiro longa teve uma trama bem interessante, introduzindo bem seus antagonistas para a mentalidade coletiva popular, a sequencia não foi tão bem sucedida. O Grito 2 tenta corrigir os erros do primeiro filme, mas peca ao tornar essa correções em trama. O diretor quer aprofundar a mitologia além do que fez anteriormente, mas isso deveria ter sido feito num plano de fundo, esse era o momento de vermos a Kayako mais presente no longa, cada vez mais sanguinária, acumulando mortes em seu currículo, aumentando o poder da sua lenda, numa luta imbatível contra Aubrey e Eason, deixando um rastro de corpos na busca da dupla pela forma de derrota-la, talvez até usando Toshio como alerta de sua chegada. Infelizmente não é isso que vemos, Kayako pode estar mais raivosa, mas parece estar mais lenta, a garota que matou Yoko em questão de minutos passa semanas para chegar em Miyuki, a garota que perseguiu tão habilmente suas vítimas, parece ter medo de ser vista nesse novo longa. A troca de Sarah Michelle Gellar  por
Amber Tamblyn 
no papel protagonista é ótimo para melhorar a atuação, as participações de Teresa Palmer Arielle Kebbel ajudam muito, mas enquanto o primeiro longa acertou no enredo e errou em seu elenco, O Grito 2 inverte os papeis e escolhe um elenco muito melhor para executar um roteiro cheio de problemas.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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