Crítica | Mansão Mal-Assombrada (Haunted Mansion) [2023]

Nota
3

Gabbie (Rosario Dawson) é uma mãe solteira que se muda com o filho, Travis (Chase W. Dillon), de nove anos, para uma mansão em Nova Orleans, a qual compraram por um preço surpreendentemente baixo. Eles querem começar uma nova vida ali, mas logo percebem que algo está errado: a moradia é assombrada por uma certa quantidade de fantasmas.

Dirigido por Justin Simien, o filme, sendo bem franco, parece feito para streaming, chega a ser inacreditável que esse filme possa ter custado U$ 150 milhões quando, claramente, ele cabe tranquilamente no catalogo da Disney+. O filme traz um elenco bem bacana, porém o desperdicio de Jared Leto nesse filme soa surreal. Com uma direção mais inventiva ou mais liberdade criativa, que poderia existir com Guilhermo Del Toro (que chegou a se envolver no projeto anos atrás, mas acabou deixando a produção), o resultado seria completamente diferente, as piadas praticamente não funcionam, a não ser quando algumas saem da boca de Owen Wilson, interpretando um falso padre exorcista com um time de roteiro bem piegas. Fica a lembrança que esse filme é um reboot daquele estrelado por Eddie Murphy há exatos 20 anos atrás, a ideia do filme surge exatamente de ser baseado em uma atração dos parques temáticos da Disney, o problema em si está em sua falha execução, que entrega algo perto do genérico e enfadonho.

O filme logo nos mostra seus protagonistas, introduzindo Ben Matthias, o personagem vivido por Lakeith Stanfield, um astrofísico que se especializou em atividade paranormal, e nos é mostrado sua vida como guia turístico. Após a introdução de Ben e da personagem de Rosario Dawson, o filme tenta criar um ar de mistério e suspense, que não funciona de forma alguma, deixando no ar a dúvida de qual público alvo o filme quer atingir, se é de fato o infantil ou o adulto. A história segue sendo contada pelo ponto de vista de Ben, revelando que ele perdeu sua esposa e sofre com o luto até hoje, para que depois Gabbie o coloque nessa aventura de descobrir como se livrar dos fantasmas, o que faz Ben procurar o professor Bruce Davis, vivido por Danny DeVito. Com o desenrolar do longa, os personagens passam a interagir dentro da casa, tentando resolver o problema dos fantasmas, o que adiciona Tiffany Haddish como Harriet, uma médium e vidente. Jared Leto entra na história como o fantasma “vilão”, com uma péssima construção que o deixa genérico, algo que poderia ter sido bem diferente com a direção de Del Toro.

Mesmo com esse elenco e 2h de duração, Mansão Mal-Assombrada falha na comedia e no drama, muito pela falta de capricho na direção e roteiro, nem o incrível talento de Owen Wilson para a comedia ajuda, e o ator até da seu melhor. Temos alguns ângulos de câmeras interessantes, que lembram cenas do corredor em Doutor Estranho com aprofundamento e perca de sentido, o que é bem bacana, como se estivessemos em outra realidade. Sem sentir um carisma fluindo na história, o filme segue a busca dos personagens por impedir que as almas sejam colhidas pelo fantasma vivido por Leto, que já havia colhido ao longo dos anos centenas de almas que estavam presas na casa, e caso pegue a última conseguirá sair de lá. Mansão Mal-Assombrada é claramente um filme que você pode esperar para ver em casa.

 

Jornalista, torcedor do Santa Cruz e do Milan, Marvete, ouvinte de um bom Rock, uma boa leitura acalma este ser pacífico.

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