Crítica | Loja de Unicórnios (Unicorn Store)

Nota
2

Kit (Brie Larson) é uma jovem artista cheia de sonhos que vê seu mundo desabando durante um julgamento de uma de suas obras na escola de arte. Após a sensação de fracasso, ela volta a morar com seus pais e então toma a difícil decisão de se tornar uma pessoa adulta e buscar um trabalho temporário em uma agência.

Em seu ambiente profissional, Kit sofre – sem perceber – grandes investidas do vice-presidente da empresa. Durante essas investidas, ela recebe supostas cartas que a convidam de forma misteriosa para conhecer a Loja de Unicórnios.

Kit é uma garota solitária e tem apenas a companhia dos seus pais Gladys (Joan Cusack) e Gene (Bradley Whitford), que são consideravelmente irritantes e muitas vezes não dão total amparo para sua filha. Mesmo com uma crítica social em meio às cenas, eles estimulam sua filha a uma arte que não é consideravelmente boa para as Academias de Artes. Kevin (Karan Soni) é um jovem que tenta agradar de todas as formas Glady e Gene com presentes , visitas, entre outras coisas que mantém os pais da Kit ocupados. Todo o desejo dos pais da protagonista é que ela seja bem-sucedida como ele, porém a Kit tem sua própria forma de pensar e crescer.

Kit tem a ajuda de Virgil (Mamoudou Athie) para construir um estábulo. Quando divide seus sonhos com ele, Virgil se encanta pela sua doçura e suspeita que o The Salesman (Samuel L. Jackson) está tentando roubar seu dinheiro de alguma forma e a sensação de proteção do Virgil acaba despertando independência e incertezas na vida de Kit, o que a leva a se questionar sobre crescer. O choque de realidade de Virgil ajuda Kit a ver e pensar em algumas coisas. Assim, sua ficha começa a cair em relação ao seu crescimento, chegando o momento em que ela percebe que já é uma mulher adulta e que grandes coisas irão mudar em sua vida.

Brie Larson não expressa a emoção necessária para a protagonista, porém todo o projeto tem uma direção incrível da atriz. O longa é impecável e tem um roteiro incrível, mas não é possível ver de forma clara uma conexão plausível com o espectador. A fotografia apresenta cores quentes e fortes, o que melhora a questão do jogo de cores apresentado no longa. Os cenários com tons fortes ficam impecáveis com tons de arco-íris e tons alaranjados fortes.

As dores de crescer da Kit mostram o total despreparo de seus pais, o que seria uma pequena crítica a uma tradição americana de não cuidar bem de seus filhos para que enfrente os problemas do mundo durante seu crescimento. Mostrar-se uma mulher de negócios madura foi uma tarefa um tanto difícil de ser executada, já que todas as suas ideias são movidas por cores e, mesmo com seus sonhos frustrados, ela segue tentando, para não desapontar seus pais e nem perder as esperanças em um mundo consideravelmente difícil de se viver.

O longa é simples e tem como principal intenção de levar um pouco de cor ao espectador e dar um brilho ao nosso cotidiano cada vez mais cinza. De uma forma divertida, o longa passa mensagens importantes  para todas as culturas e mostra que o medo de errar faz parte do nosso cotidiano.

 

Formado em Letras, atualmente cursando Pós-graduação em Literatura Infantil, Juvenil e Brasileira. Sentindo o melhor dos medos e vivendo a arte na intensidade máxima. Busco sentir histórias, memórias, escrever detalhes e me manter atento a cada cena no imaginário dos livros ou numa grande tela de cinema.

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