Crítica | Legalmente Loira (Legally Blonde)

Nota
5

Elle Woods (Reese Witherspoon) é a típica patricinha da Califórnia, vivendo sua vida em luxo e rosa além de namorar o mais bonito garoto de seu colégio e ter planos de casar com ele no futuro. O grande problema é que Warner (Matthew Davis) considera Elle muito fútil para ser sua esposa. Ele decide estudar Direito na Universidade de Harvard, termina o relacionamento com ela e começa a namorar uma nova garota, a antipática Vivian (Selma Blair). Elle não se dá por vencida nesta situação, e com o apoio de suas amigas decide estudar a fim de também passar para o curso de Direito, uma prova difícil e extremamente concorrida a fim de provar sua inteligência.

Legalmente Loira é um filme de comédia lançado em 2001 que se propõe a quebrar paradigmas de forma divertida e leve, sem deixar a veia crítica de lado, mas este enredo simples poderia ser o suficiente para segurar e entreter o espectador? Dirigido por Robert Luketic, o longa usa do estereótipo de loira burra para quebrar vários estereótipos ao mostrar os desafios que a protagonista precisa enfrentar e como a sua influência muda a relação consigo mesma e com as pessoas ao seu redor. O roteiro possui cenas propositadamente constrangedoras para trazer o caráter cômico da obra, os diálogos funcionam e o timing cômico é impecável. Mesmo sendo um filme do início dos anos 2000, o teor das problemáticas levantadas segue bem atual, trazendo machismo como foco em uma profissão que na época era dominada por homens.

Reese Withesrpoon se entrega de corpo e alma ao papel, sua atuação excelente como Elle demonstra toda a dedicação da atriz para com o personagem. Ela abraça e dialoga de uma forma tão única e de tão boa que o espectador consegue sentir a dificuldade dela, correlacionando-se com a protagonista e vibrando a cada conquista nova dentro da trama. Ela também interage e muda a percepção do mundo das pessoas ao seu redor, provando que uma mulher loira é bem mais que um estereótipo.

Selma Blair interpreta Vivian, a atual noiva do homem pelo qual Elle se apaixonou, dentro do papel de “antagonista” ela possui ótimos momentos e funciona bem, além disso a personagem é uma caricatura das mulheres que acham que existe uma competição entre elas. Ela também é importante para fazer a trama girar em alguns momentos.

Matthew Davis interpreta Warner, o típico homem machista que acha que uma mulher mais conservadora é a ideal para se casar, seu papel é apenas pra reforçar o quanto a Elle é resiliente e não precisa das migalhas de amor que são oferecidas por ele, muito pelo contrário, ela consegue fazer tudo muito melhor que qualquer um que se ache superior.

Jennifer Coolidge dá vida à Paulette, que nos mostra como boa parte das mulheres se vê, insuficientes e fracas, mas que se houver o estímulo certo podem conseguir tudo aquilo que quiserem, ela e a protagonista tem uma relação forte, que vai se construindo aos poucos e que é muito bonita de se ver. A atriz entrega muito em seu papel, uma manicure estagnada e que não possui voz ativa dentro de sua vida amorosa, mas que possui sonhos e desejos que a protagonista incentiva e ajuda a realizar, sempre dando apoio mesmo nos momentos ruins.

Sendo assim, Legalmente Loira entra no hall dos clássicos do cinema com uma trama simples mas repleta de elementos importantes que a engrandecem e influenciam o espectador a tentar, personagens cativantes e fáceis de se correlacionar, além de quebrar paradigmas de forma divertida e caricata, consolidando-se dentro do seu nicho e moldando toda uma geração a sua frente.

 

Graduado em Biológicas, antenado no mundo geek, talvez um pouco louco mas somos todos aqui!

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