Crítica | Last Shift

Nota
4

A novata oficial de polícia, Jessica Loren (Juliana Harkavy), foi incumbida de uma missão muito importante logo em seu primeiro dia de trabalho: será responsável por monitorar, sozinha, o turno da noite em uma delegacia que já deveria estar fechada graças à construção de uma nova e mais moderna, sob o pretexto de aguardar pela equipe que virá buscar o material biológico de casos antigos. Mas a noite acaba se tornando aterrorizante e macabra quando duas almas que cometerem suicídio decidem buscar por vingança.

Last Shift é um terror psicológico de 2014 escrito e dirigido por Anthony DiBlasi, que constrói a narrativa de forma única, introduzindo pistas misteriosas já nos primeiros minutos e induzindo o espectador a tentar encaixar as peças desse enorme quebra cabeças. Ambientado por completo em uma delegacia decadente e sombria e com a protagonista sozinha durante a madrugada, DiBlasi constrói sua trama de forma primorosa ao apresentar o mistério com uma ligação telefônica que não deveria ter chegado naquele ramal, e aos poucos começar a solidificar as desconfianças que esta chamada induz. A fotografia complementa de forma primorosa o roteiro, trazendo uma iluminação propositadamente cansativa para que o espectador se sinta na pele da Jessica, mas sem perder o foco no que está se passando em tela, utilizando de momentos de pura escuridao para reforçar o ar sombrio e tenebroso.

Juliana Harkavy não é a melhor das atrizes, mas sustenta bem o papel. A personagem é o centro da trama e assim é tratada durante todo o filme. Jessica é uma mulher determinada e que possui conflitos com sua mãe desde a morte de seu pai, principalmente pelo fato dela estar seguindo os passsos dele ao ingressar na mesma carreira que seu genitor. No decorrer da trama ela precisa compreender a ligação de sua família com tudo aquilo que está acontecendo ao seu redor, chegando ao clímax apenas alguns minutos antes do fim. O único apontamento negativo que precisa ser feito é a falta de informações para conectar todos os elementos à personagem, fazendo com que algumas informações pareçam jogadas no meio da história.

Aparecem outros personagens no decorrer do longa, mas todos servem apenas para destacar e engrandecer Jessica, e fazer o espectador entrar na mente dela para sentir sua confusão e descrença enquanto ela questiona sua própria sanidade. Todos possuem destaque a sua maneira, mas é impossível não comentar sobre o morador de rua (Joshua Mikel) que, com todas as suas ações e jeito esquisito, reforça a desconfiança e mistério que o longa propõe em toda a sua duração.

Last Shift possui uma trama simples e direta, mas que funciona quase perfeitamente. O mistério construído aos poucos leva ao completo foco nos detalhes para que em seu momento de clímax o espectador seja surpreendido com o plot apresentado, enaltecendo quase tudo que foi construído e deixando ainda mais mistérios na mente de quem assiste.

 

Graduado em Biológicas, antenado no mundo geek, talvez um pouco louco mas somos todos aqui!

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