Crítica | Kong: A Ilha da Caveira (Kong: Skull Island)

Nota
4

Em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial, dois aviões, um americano e outro japonês, são abatidos em pleno combate aéreo. Os pilotos sobrevivem, chegando a uma ilha desconhecida no Pacífico Sul. Lá eles dão continuidade à batalha, sendo surpreendidos pela aparição de um macaco gigante: Kong. Vinte e nove anos depois, em 1973, o agente do governo dos EUA Bill Randa (John Goodman) tenta obter, junto a um político norte-americano, a verba necessária para bancar uma expedição à tal ilha perdida. Ele acredita que lá existam monstros, mas precisa de provas concretas. Após obter a quantia, ele coordena uma expedição que reúne militares, liderados pelo Tenente Coronel Preston Packard (Samuel L. Jackson), o rastreador James Conrad (Tom Hiddleston) e a fotógrafa Mason Weaver (Brie Larson).

Ilha da Caveira é o segundo filme do MonsterVerse, universo compartilhado iniciado em 2014 com Godzilla, porém os produtores optam por trazer um prequel na cronologia dos acontecimentos, apostando em um elenco de peso, cuja química vem de forma natural. O longa possui algumas referências diretas a King Kong (2005), filme que não faz parte do Monsterverse, mas que possui erros e acertos que servem como uma boa base. Ilha da Caveira usa de algumas dinâmicas interessantes, como deixar o protagonismo nas mãos do queridinho da cultura pop, Tom Hiddleston, famoso por interpretar Loki, que exala carisma da primeira à última cena, seu papel como o herói James Conrad, com seus princípios dignos, monta uma boa dupla aventureira com a personagem de Brie Larson em meio a um filme onde, literalmente, temos muitos personagens descartáveis, dando mais um passo para um mundo cheio de monstros, ou melhor kaijus.

Chegando na ilha, quando explosivos são ativados, a atenção do protagonista real do filme, Kong, é captura, gerando uma bela cena ao pôr do sol, dá para perceber que o diretor mandou muito bem aqui, palmas a Jordan Vogt-Roberts, que trouxe a veracidade e urgência latente, sem perder o tempo de um macaco gigante batendo, destruindo e matando pessoas super enfurecido, nesse ponto é onde o filme tenta estabelecer ao telespectador o nível de poder e tamanho do Gorila, que é o Protetor da Ilha. Os efeitos especiais estão excelentes a cada cena, o filme tem realmente muita ação, na selva os perigos são constantes. Como esse filme serve como a apresentação de Kong nesse universo, o enredo aproveita para iniciar uma exploração de conceitos, abordando as teorias sobre a terra oca, de que existe um mundo dentro mundo. O ritmo de aventura do filme é perfeito, sempre colocando como se algo estivesse prestes a acontecer, é notório também que o roteiro e direção do filme tentou reproduzir a dinâmica da Naomi Watts com o Kong de 2005, onde existia a clara conexão dela com o macaco, porém falta aquela emoção, aquela transmissão de pensamento que outrora foi usada na tela do cinema.

Kong: A Ilha da Caveira apresenta o Rei Kong com um texto básico, que possui um tom de humor razoavel e é diversão garantida, um filme família que não traz aprofundamento de personagens, mas trabalha toda a inserção de universo sem focar exclusivamente nisso, mas sim na aventura. O encontro de James Conrad e Mason Weaver com os humanos vivendo na ilha ajuda a responder perguntas, e é a base para o confronto que o terceiro ato promete, desdobrando de uma forma inesperada mostrando que, dentro do ecossistema da ilha, Kong é uma peça importante, abrindo as portas para o longa apresentar uma cultura de subsistência da região a medida que seu filme também chega ao seu fim.

 

Jornalista, torcedor do Santa Cruz e do Milan, Marvete, ouvinte de um bom Rock, uma boa leitura acalma este ser pacífico.

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