Crítica | Guardiões da Galáxia Vol. 2 (Guardians of the Galaxy Vol. 2)

Nota
2.5

“Eu vejo dentro de você. Nada ortodoxa sua genealogia. Um híbrido que parece, particularmente… desleixado.”

Após ficarem conhecidos por enfrentarem e derrotarem Ronan, O Acusador, os Guardiões da Galáxia conseguiram certo prestígio interplanetário, levando Ayesha (Elizabeth Debicki), líder da raça Soberana, a contratar o estranho grupo para proteger e resguardar as poderosas baterias de seu mundo de um monstro interdimensional em troca da infame Nebulosa (Karen Gillan), que foi pega tentando rouba-las.

Tudo ocorria como previsto, até Rocket (Bradley Cooper) tomar a frente e roubar aquilo que devia proteger. Irritados, os Soberanos investem em um ataque em massa contra o grupo, que quase se vê destroçado se não fosse a aparição repentina de uma figura misteriosa que destrói todos os drones inimigos. Forçados a usarem seus últimos suprimentos de energia para pousar em um planeta próximo, o grupo debate quem poderia ser a tal figura, até que ela pousa bem a sua frente revelando sua identidade.

Ego (Kurt Russel) é um Celestial, uma das criaturas mais poderosas do universo, e pai biológico de Peter Quill (Chris Pratt). O estranho ser esteve procurando seu filho durante todo esse tempo, e o convida, com seus amigos, para conhecer seu planeta partícula, onde espera explicar melhor a descendência divina do rapaz.

Convencido por Gamora (Zoë Saldana), Peter parte junto com ela e Drax (Dave Batista) para o lar de seu pai, enquanto Rocket e Baby Groot (Vin Diesel) ficam para trás, com o intuito de consertar a nave e vigiar Nebulosa. Enquanto isso, Ayesha contrata Yondu (Michael Rooker) e sua tripulação para capturar e deter aqueles que um dia ousaram lhe desafiar.

Após o sucesso estrondoso do primeiro longa, o mundo entrou em polvorosa e contou os dias para a sequencia espacial dos novos queridinhos da America. Com um humor latente, galhofas e repleto de uma ironia cativante, o primeiro longa criou uma expectativa alta com o que viria a seguir na franquia dos heróis. Seria uma sequencia tão digna do primeiro ou o estalo criativo de perderia no segundo volume como acontece com tantas continuações por ai? Como manter a originalidade sem perder a essência do que já foi apresentado?

Dirigido e roteirizado por James Gunn, Guardiões da Galáxia Vol. 2 tinha altas expectativas para serem cumpridas, trazendo um peso enorme para a continuação. Abusando do visual estonteante e das ótimas cenas de ação, o longa já mostra a que veio em sua cena de abertura, trazendo um dos melhores momentos da trama enquanto brinca com o expectador.

Com o objetivo de desenvolver seus personagens, Gunn constrói uma trama mais pausada, utilizando seus momentos e dividindo sua equipe para dar seu espaço devido. Mas, infelizmente, não são todas as tramas que são realmente interessantes, e esse é apenas um dos deslizes do longa. Embora as piadas sejam, num todo, engraçadas, muitas soam fora de hora e apáticas, nos despertando um saudosismo da preparação do primeiro longa.

A jornada de Quill, que deveria ser o cerne da trama, fica a deriva e sem emoção, consumindo longos minutos enquanto outras tramas mais interessantes são deixadas de lado. Toda a construção do vilão é genérica e sem graça, e até mesmo seu plot twist é previsível, tirando qualquer emoção que poderíamos ter com a virada de roteiro… que está na cara desde o primeiro momento da trama.

Até mesmo a trilha sonora, marca registrada da franquia, parece sem vida nesse novo volume. Como se todas as músicas memoráveis já tivessem sido utilizadas para engrandecer o primeiro longa, deixando algo morno e sem graça para esse novo volume. Sinceramente, não consigo lembrar de nenhum momento marcante com a trilha, o que é uma pena se compararmos com a eloquência musical do antecessor.

Mas, como não só de coisas sem gosto vive um filme, o longa também tem ótimos momentos de entrosamento. As duplas Rocket/Yondu e Gamora/Nebulosa trazem uma química profunda, que verdadeiramente encanta o público. Suas semelhanças e diferenças são tão bem trabalhadas que desejamos mais momentos entre eles, nos indagando o que poderia ser se o longa não focasse no dramalhão desnecessário de seu protagonista.

Drax e Mantis (Pom Klementieff) trazem um dos melhores complementos do longa, de uma maneira tão natural e hilária que é impossível não se divertir e amar suas interações. Mas, com toda certeza, a melhor coisa da trama esta no adorável Baby Groot, que rouba cada uma das cenas em que aparece. Ele é simplesmente adorável e todas suas piadas são magníficas e bem construídas. Um grande acerto Sr Gunn, meus parabéns.

Visualmente, o longa é impecável, trazendo cenários deslumbrantes e uma boa construção de universo. O uso da câmera é de tirar o fôlego e os efeitos estão na medida certa, um pena que o enredo não tenha seguido o mesmo caminho e nos dado um verdadeiro espetáculo.

Embora tente parecer mais grandioso que seu primeiro longa, Guardiões da Galáxia Vol. 2 parece uma cópia menos gostosa de seu antecessor. Os personagens ainda estão lá e ainda tem seu carisma, mas nem mesmo isso consegue dar suporte à trama fraca e sem vida que nos é apresentada. Sim, o longa tem mensagens emocionantes sobre família e pertencimento, mas já vimos isso antes e, convenhamos, feito de uma maneira melhor construída.

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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