Crítica | Esquadrão 6 (6 Underground)

Nota
2

“E se eu te dissesse que sei o que acontece depois que você morre?”

One é um bilionário que forjou a própria morte e criou seu próprio esquadrão para missões especiais, recrutando cinco pessoas que abdicaram de seus nomes e suas vidas em prol da causa. Aos poucos vamos conhecendo os GhostsTwo, a espião da CIA; Three, o matador; Four, o cara do parkour e ladrão; Five, a médica; e Six, o motorista. Mas tudo muda na vida deles quando Six morre e One recruta Blaine, ou melhor, Seven, um sniper da Delta Force aposentado.

O longa da Netflix dirigido e produzido por Michael Bay é explicitamente um filme de Michael Bay, não tem como negar. Cheio de explosões, protagonizando mais cenas do que os protagonistas do filme, Michael Bay pode ter tido sua pior escolha, fazendo questão de colocar Transformers no esquecimento e surrupiando facilmente o posto de pior filme do diretor, e se tornando um forte concorrente para o Framboesa de Ouro desse ano. A maior falha do longa é, com toda certeza, o roteiro nada linear da produção, que fica indo e voltando de uma forma tão confusa que fica claro que os 15 primeiros minutos do filme, cheio de ação e comédia durante a fuga Florença, é a unica parte realmente boa do filme. Se você quer ter uma experiencia incrível e sair feliz, pare o filme depois dos primeiros 15 minutos e procure outro filme da Netflix.

O mais revoltante desse filme é o fato de uma divulgação estupenda ter nos levado a ver um filme tão decepcionante, é ver que um filme que foi estrelado por figurões como Ryan ReynoldsDave FrancoCorey HawkinsAdria ArjonaBen HardyManuel García-Rulfo Mélanie Laurent pode estragar tudo de uma forma tão angustiante. O roteiro escrito por Paul Wernick e Rhett Reese em Deadpool e Deadpool 2 podem ter sido envolventes e bem humorados o suficiente para conquistar o público, mas a dupla não teve a mesma sorte com Esquadrão 6. A falta de linearidade e a falta de emoção que o roteiro possui só é piorada pelo excesso de ação e explosões que Bay adiciona, e nem o humor é suficiente para balancear o desenrolar da trama. Talvez até a escolha de deixar maior parte do humor nas mãos de García-Rulfo, ao invés de despejar na tela o clássico (e sempre elogiado) humor natural de Reynolds, tenha sido outra grande falha do roteiro. Outro ponto alto da trama são as cenas de parkour protagonizadas por Ben Hardy, que são deslumbrantes e conseguem ser potencializadas pelas adições de cortes em GoPro.

Depois de 2 horas de tiroteios, explosões, mulheres bonitas e nenhuma história, temos o clássico visual sem conteúdo que já costumeiro de Michael Bay. Esquadrão 6 termina sendo um filme indeciso, que não sabe se quer ser uma comédia pastelão ou um filme de ação pseudo-filosófico e termina ficando perdido no meio dos caminhos, criando cenas de ação realmente incríveis, esbanjando o carisma de Ryan Reynolds e a beleza de Adria Arjona. O longa mostra claramente o quem é Michael Bay sem limitações criativas, isso faz a gente ver Michael Bay sendo a pior versão dele mesmo e mostrando que uma única lição pode ser tirada desse filme: dar liberdade criativa a Michael Bay é algo extremamente perigoso.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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