Crítica | Era Uma Vez Em… Hollywood (Once Upon a Time In…Hollywood)

Nota
1

Los Angeles, 1969. Rick Dalton é um ator de TV que, juntamente com seu dublê, está decidido a fazer o nome em Hollywood. Para tanto, ele conhece muitas pessoas influentes na indústria cinematográfica, o que os acaba levando aos assassinatos realizados por Charles Manson na época, entre eles o da atriz Sharon Tate, que na época estava grávida do diretor Roman Polanski .

Nessa quinta-feira (15) estreia nos cinemas brasileiros o nono filme do aclamado diretor Quentin Tarantino. Conhecido por seus filme longos, engraçados e cheios de ironias e violência, Era Uma Vez Em… Hollywood chega com a proposta de colocar dois personagens fictícios, vividos por Leonardo DiCaprio e Brad Pitt, no meio da história verídica que aconteceu nos Estados Unidos com Sharon Tate, interpretada por Margot Robbie.

Pois bem, se a primeira intenção era juntar personagens fictícios e reais na mesma história, Tarantino já começa a falhar desde o começo, visto que, apesar de dividirem o mesmo bairro, morarem em casas vizinhas e trabalharem com pessoas do mesmo ramo de entretenimento, os personagens simplesmente não interagem um com os outros. Durante as longas duas horas e quarenta minutos de filme, a personagem vivida por Robbie interage com DiCaprio ou Pitt por míseros 20 SEGUNDOS.

Por isso mesmo, Robbie, que interpreta a atriz e namorada do diretor Polanski, tem um total de ZERO IMPORTÂNCIA NARRATIVA para o filme. A atriz desperdiça seu talento e toda sua beleza apenas para rebolar e ir no cinema da cidade assistir seu próprio filme. É difícil compreender como uma atriz do porte de Robbie, que já foi indicada para o Oscar, pode aceitar um papel tão nulo em um filme. Para piorar, ela não tem um bom tempo de tela, o que significa que os 45 ou 50 minutos que assistimos a personagem em cena, tem zero valor para o filme, sendo apenas para preencher um filme que não tem muito o que falar.

Os filmes de Tarantino, na grande maioria das vezes, tem uma duração acima de duas horas e meia. Isso porque o diretor sempre tenta ser o mais detalhista possível, desenvolvendo e extraindo o máximo dos seus personagens. Aqui, em 2019, ele faz um filme longo apenas por capricho, onde se utiliza por muitas vezes de cenas vazias, com uma trilha sonora da época, enquanto alguém dirige um carro. As cenas feitas apenas para a ambientação da época, são vazias, inexpressivas, e lentas, resumindo bem toda a experiência do longa.

Do pouco que se salva aqui, muito se deve as atuações de DiCaprio e Pitt. Enquanto um está tendo uma crise existencial e não sabe que caminho seguir na carreira, e outro vive uma vida inerte e tenta de qualquer forma achar algo pra lhe motivar. Contudo, boas atuações são muito pouco para salvar um roteiro tedioso, com uma direção preguiçosa de uma história que deveria ter no máximo duas horas de duração.

Era Uma Vez em Hollywood é facilmente o pior filme da carreira de Tarantino. Os desgastes na carreira do diretor já começaram a dar sinais em Django Livre, que apesar de ser um excelente filme, se alonga demais, e em Os Oito Odiados, que também não agradou tanto, porém, com toda certeza, aqui em 2019 ele mostra que perdeu muito do seu toque e da sua eficiência na hora de dirigir e contar uma história. Uma Pena.

 

Formado em publicidade, crítico de cinema, radialista e cantor de karaokê

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