Crítica | Colossal

Nota
3

Glória deveria ser uma mulher comum que perdeu seu emprego e bebe o tempo todo, mas quando termino de seu relacionamento chega, ela é forçada a deixar sua vida em Nova Iorque e voltar para sua cidade natal. Tudo normal a não ser que na mesma época surgem relatos de uma criatura gigante destruindo Seul, na Coréia, e Glória percebe que tudo é culpa dela.

O filme protagonizado por Anne Hathaway gira em torno do conceito do quanto a existência de certas pessoas, que se acham perdedoras e insignificantes, tem um efeito colossal e pode interferir no destino do mundo. Um conceito lindo de um filme nem tão bom assim, o longa segue naquela vibe dos filmes que chamam muita a atenção pelos trailers atrativos, trazem um elenco estrelado imperdível, mas que tem uma execução não tão condizente.

A premissa do filme realmente me surpreendeu, temos uma incrível metáfora sobre o quanto as ações de uma bêbada podem fazer mal a todos ao seu redor, e mostra toda a sua construção para agir e lutar contra seus medos, aflições e fraquezas. Com uma ótima forma de mostrar o quanto o bater de asas de uma borboleta pode afetar os acontecimentos de um lugar no lado oposto do globo, o longa se reveza entre comédia e drama o tempo todo, se desenvolve razoavelmente, mas traz um final totalmente inesperado no mal sentido, temos uma finalização digna para o filme, mas que com certeza é o ponto mais mal dirigido e roteirizado do longa.

No longa ainda temos Jason Sudeikis no papel de Oscar, o amigo de infância de Glória, mas que tem um papel completamente mal executado pelo simples fato de não ter uma personalidade definida, ao fim do filme percebemos a grande importância dele para o longa, mas o filme inteiro não constrói bem esse personagem e deixa muitos buracos, além do desprovimento de personalidade para ele. Outro grande nome é Dan Stevens, que vive Tim, o ex-namorado de Glória, e é outro mal aproveitado no elenco, temos pouquíssimas cenas dele e sempre com ele posando como um hipócrita que hora nenhuma adiciona na trama.

Outro artificio que se torna aparentemente descartável na trama são os flashbacks, temos vários que vão aos poucos construindo toda uma explicação para o surgimento da conexão de Glória e o monstro, fora a cena que inicia o filme e nos mostra a primeira aparição do monstro, mas venhamos e convenhamos, 90% deles é descartável, os flashbacks são sempre incompletos e repetitivos, e podiam muito bem ser descartados deixando apenas o último, que mostra a historia completa, e a cena que inicia o longa se torna redundante pelo simples fato de ela não trazer explicação nenhuma e talvez acabar passando sem ser entendida, quando no meio do filme temos uma referencia a ela com todas as informações necessária (informações suficientes para tornar ela descartável).

No final das contas, Colossal tem uma premissa muito boa, uma moral incrível, um elenco brilhante, efeitos primorosos, mas uma execução duvidosa e um roteiro falho, um ótimo filme pra se assistir em casa e refletir, mas não um filme daqueles que te levariam para o cinema e te fariam sair satisfeito.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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