Crítica | Aquaman

Nota
5

O que acontece quando dois mundos que não coexistem colidem?

Numa noite tempestuosa, Tom (Temuera Morrison), o faroleiro, encontra uma mulher jogada nas pedras aos pés de seu farol e logo parte em seu resgate. No dia seguinte, ao acordar, a mulher misteriosa descobre um mundo totalmente novo, cores, sabores, sons, texturas e cheiros nunca antes experimentados; o homem, curioso, descobre que ela se chama Atlanna (Nicole Kidman) e que está fugindo de um casamento arranjado no seu reino submarino. Com o passar do tempo, a amizade virou amor e o amor gerou uma criança, que decidiram chamar de Arthur (Otis Dhanji). Mas nem tudo são flores, pois o Atlante a quem ela estava prometida a encontrou, colocando em risco pessoas importantes para Atlanna. Decidida a protegê-los, ela decide voltar para Atlantis e cumprir o seu dever, mas com a promessa de que um dia retornaria.

Arthur, após descobrir seus poderes, começa a ser treinado por Vulko (Willem Dafoe), onde aprende sobre sua metade subaquática, como lutar e se defender. Até que descobre que sua mãe foi morta pelo até então rei de Atlantis e interrompe seu treinamento. Anos depois, já conhecido como Aquaman, Arthur (Jason Momoa) é abordado por Mera (Amber Heard) que o alerta sobre os planos de seu meio-irmão Orm (Patrick Wilson), que almeja destruir todos os seres vivos da superfície. A única maneira de detê-lo é assumir seu papel de direito como rei, mas,  para ser aceito pelo povo, ele precisará conseguir o tridente do primeiro rei de Atlantis. Assim, Aquaman parte em uma jornada épica ao lado de Mera, desbravando os reinos aquáticos.

Momoa fez um excelente trabalho de construção do personagem, é perceptível a raiva e o rancor que o personagem guarda pela morte de sua mãe, ao mesmo tempo ele consegue ser doce com as pessoas que ama, além de ser em vários momentos o alívio cômico do longa. Já a Amber Heard nos apresenta uma mulher frustrada, o que a incita ainda mais a seguir o Aquaman, um verdadeiro exemplo de girl power, que é capaz de abandonar tudo aquilo que ama para fazer a coisa certa. Mesmo não sendo o vilão principal, Yahya Abdul-Mateen II rouba a cena, pois, além de ser muito bem trabalhado durante o enredo, tem sua própria trama individual que não é abafada pelo arco principal; muito pelo contrário, ela está inteiramente ligada a ele.

O enredo é esplêndido e bem construído com a direção de James Wan. O diretor foi elevado a um ponto excepcional, transitando entre diferentes gêneros sem se perder ou se confundir no meio do caminho. Passamos de uma batalha épica a uma cena cômica em questão de segundos e sentimos tanto a emoção quanto a diversão de forma precisa. O uso de plano-sequência garantiu fluidez e dinâmica nas cenas de ação, além do excelente uso do CGI em praticamente todas as cenas, o que não prejudicou em nada na construção delas; pelo contrário, engrandeceu ainda mais a obra. Inclusive, temos também uma gigantesca expansão do universo, o filme cria uma base mitológica de dar inveja aos seus antecessores, além de dar claras referências a duas obras de Júlio Verne, 20 Mil Léguas Submarinas e Viagem ao Centro da Terra.


Em suma, Aquaman é um bolsão de oxigênio no terrível afogamento em que o DCU tinha mergulhado, mostrando, sim, que a empresa é capaz de fazer filmes solo e que Mulher-Maravilha não é o único diamante em que ela (DC) colocou as mãos. Finalmente, a DC está construindo uma base sólida para o universo compartilhado e trazendo assim uma esperança para os fãs sedentos por este magnífico universo.

 

Graduado em Biológicas, antenado no mundo geek, talvez um pouco louco mas somos todos aqui!

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