Crítica | Annabelle

Nota
3

Após o sucesso mundial em que acabou sendo o filme “Invocação do Mal”, a Warner Bros Pictures e New Line Cinema, responsáveis por toda a produção, resolveram arriscar e explorar mais a fundo o universo sobrenatural dos Warren. Foi assim que surgiu Annabelle que, mesmo sem James Wan no comando, possui as referências e o estilo do trabalho feito em Invocação do Mal, mas dessa vez com o tabalho de John R. Leonetti, que usou nitidamente, como uma das maiores fontes de inspiração, o clássico “O Bebê de Rosemary”.

Essa inspiração é vista principalmente na forma profunda que a narrativa mostra o laço maternal de Mia (Annabelle Wallis), que esperava ansiosamente por sua primeira filha ao lado do seu esposo John (Ward Horton). Eles viviam uma vida comum, curtindo a vida de casados, ela cuidava da casa e ele estudava medicina, mas acabaram tendo a casa invadida por um casal de uma seita demoníaca, cuja mulher entra no quarto do bebê e acaba cometendo suicido agarrada à uma boneca de Mia, o que tem um efeito semelhante a ter repassado uma maldição ou deixado uma abertura para que os espíritos pudessem habituar nela.

O casal deixa a casa mas, com o passar do tempo, passa a perceber que alguns fatos sobrenaturais continuam acontecendo, com frequência cada vez maior, o que acaba por deixar explicito que tudo estava interligado à boneca. Recorrendo ao Padre Perez (Tony Amendola), o casal passa a receber ajuda e conselhos na batalha contra tudo o que a boneca trouxe após a visita.

Com o enredo se desenrolando na Los Angeles da década de 60, a produção do filme procurou trabalhar de uma forma contínua, trazendo elementos do primeiro filme da franquia The Conjuring. Entregando um ambiente típico do universo do suspense, com ausência de iluminação, e um material cheio de jump scare, para consagrar aquele toque de terror, o longa as vezes apela para efeitos sonoros de forma exagerada. Mesmo assim, Annabelle trouxe mais um filme que se consolidou bem nas bilheterias mundiais.

O maior risco, que também pode ser considerado um erro em alguns pontos de vista, foi a forma como a produção encerrou a trama, trabalhando uma imagem cristã, e quebrando todo aquele “peso” que o enredo estava trazendo, ao invés concluir de forma mais direta, anexando uma ponte para um possível segundo filme.

Mesmo com esses problemas, o spin-off conseguiu agradar boa parte fãs de Invocação do Mal, e garantiu a conexão da imagem da boneca ao universo da franquia. Hoje é praticamente impossível falar sobre um filme sem lembrar-se do outro, devido à forte ligação e ao nexo de continuidade da trama.

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