Crítica | Aniquilação (Annihilation)

Nota
2

A bióloga e ex-militar Lena (Natalie Portman) tenta lidar com o desaparecimento de seu marido Kane (Oscar Isaac), que a dois anos partiu em missão e nunca mais foi visto. Sua rotina muda completamente quando Kane surge em sua casa, sem nenhuma informação sobre o tempo que passou fora e aparentemente muito doente.

Para descobrir como ajudar seu marido, Lena se junta à equipe formada pela Dra. Ventress (Jennifer Jason Leigh), Cass Shepard (Tuva Novotny), Anya Thoresen (Gina Rodriguez) e Josie Radek (Tessa Thompson). Uma equipe de mulheres numa missão exploratória em um local tomado por um fenômeno denominado “o brilho”, onde fauna e flora se misturam e estranhas criaturas são encontradas. Baseado no livro de Jeff VanderMeer, o filme é dirigido por Alex Garland.

Aniquilação é esteticamente uma experiência interessante, com uma fotografia de tirar o folego, cores bem empregadas, e uma identidade visual digna de elogios, infelizmente, esse esmero não foi compartilhado com o resto da produção.  O filme tem problemas sérios no que diz respeito ao roteiro, deixando cenas sem explicação e tornando situações simples em algo confuso, na tentativa de criar um quebra-cabeça inteligente. O ritmo é inconstante, estendendo cenas tediosas e não desenvolvendo bem as sequências de ação, criando uma narrativa cansativa que parece acrescentar horas a um filme que já é longo.

Natalie Portman entrega uma atuação muito boa, dentro da proposta do longa, carregando boa parte do filme em suas costas, dividindo o peso brevemente com Jennifer Jason Leigh, Tuva Novotny, Gina Rodriguez e Tessa Thompson. O grupo funciona bem, com dramas pessoas e justificativas interessantes para se expor aos perigos da missão, até que no segundo ato, a trama segue por um caminho que desconstrói muito do que foi proposto até então, criando momentos incoerentes, indo de encontro ao perfil apresentado das personagens.

É no terceiro ato que vemos como um conceito interessante poderia ter sido melhor aproveitado, a descoberta e resolução do problema central do filme é cheia de simbolismo e leva o espectador a várias reflexões, passando por uma ressignificação da existência e de como lidamos com o desconhecido, sendo este o ponto alto do filme. Toda essa magia é quebrada com uma única cena, que explica desnecessariamente uma condição, fazendo a alegoria desmontar frente aos olhos do público.

Aniquilação está disponível na Netflix.

 

Estudante de Museologia na UFPE, Cavaleiro Jedi, viciado em cinema, HQs, e coleções. Já gastou mais tempo de vida vendo séries que dormindo.

1 resposta

  1. É uma produção espetacular. Natalie Portman é ótima. Adoro os filmes de ficção cientifica, são muito emocionantes! Li que iam lançar o filme Fahrenheit 451, e o tema não me interessou, mas um dia vi um trailer e fiquei intrigada. Além, ouvi dizer que o filme é baseado em um livro, nunca tinha escutado dele, mas li uma resenha e me chamou a atenção. Também tem um ótimo elenco, como Michael Shannon e Michael B. Jordan. Espero muito do filme, espero que seja umas das melhores adaptações para ver, não posso esperar para vê-la. Acho que é uma boa idéia fazer este tipo de adaptações cinematográficas.

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