Creepygeek | Armin Meiwes, O Canibal de Rotemburgo

Muitos casos reais de assassinatos e crimes têm grande destaque na mídia ou acabam ganhando presença em filmes e séries,
a grande maioria deles está por aí, despercebido ou esquecido, mas é sempre bom lembrar dos casos mais absurdos que existem para que não se repitam.
Considerando esses diversos casos reais, que tal iniciarmos essa matéria especial conhecendo Armin Meiwes, O Canibal de Rotemburgo?


 

Gleydson Armin Meiwes era um pacato técnico de computadores e vivia na cidade de Rotemburgo, na Alemanha, onde nasceu no dia 1º de dezembro de 1961. Seus pais haviam se divorciado quando ele tinha seis anos, o que o fez viver apenas com sua mãe enquanto seu pai partiu levando seus dois irmãos, deixando Armin para trás correndo atrás do carro e gritando para ele voltar. Não se sabe muito sobre a infância de Armin, apenas que ele gostava de brincar de dissecar bonecas e depois queimá-las, existem relatos de que a mãe de Armin decidiu decorar a casa como um castelo medieval, e que passou a obrigar seu filho a, assim como ela, usar roupas tradicionais do período. A relação entre Armin e sua mãe sempre foi descrita como estranha, ela foi descrita como controladora e amarga, não tinha amigos e criticava tudo que Armin fazia, além de trata-lo como um empregado e ele sempre precisar pedir permissão a sua mãe para tudo, mesmo já sendo um adulto de 30 anos. Quando era criança, Armin era apaixonado pela história de João e Maria, principalmente pela parte em que a bruxa alimenta as crianças para devorá-las. Na infância ele chegou a criar um amigo imaginário chamado Frank, que ele chegou a idealizar até sua aparência física e, aos 12 anos, sentir atracão por esse amigo, o que o fez questionar sua sexualidade.

Armin passou alguns anos servindo ao exército, ele era um soldado exemplar e, segundo disse, não pensava mais em canibalismo. Depois ele procurou uma agência de casamentos, onde conheceu Petra, sua noiva, mas não conseguia sentir uma ligação forte por ela, ele sentia que precisava comer parte da carne dela para realmente se conectar a ela. Alguns psiquiatras sugeriram que esse pensamento era uma forma de mascarar sua homossexualidade, que ele “renunciou” para agradar sua mãe. Mas foi após o falecimento da mãe que a vida de Armin começou a virar completamente, ele decidiu explorar seus desejos canibais, e foi quando começou a explorar a parte obscura e oculta da internet, a Deepweb. Depois de várias pesquisas, Armin acabou conhecendo dezenas de pessoas que partilhavam o mesmo desejo que ele, e até de pessoas que sonhavam em ser comidas (no sentido literal da palavra), e foi aí que ele começou a participar de diversos fóruns sobre o assunto. Segundo registros Armin contatou mais de 400 pessoas na busca por encontrar alguém que quisesse ser uma refeição. Um desses fóruns foi o The Cannibal Cafe.

Em março de 2001 Armin fez uma publicação marcante no fórum, ele anunciou que procurava uma pessoa forte e robusta entre 18 e 30 anos para ser abatida e consumida por ele. Apesar do anuncio ser bastante bizarro, ele foi respondido por diversas pessoas, que acabaram desistindo ao longo da conversa com ele, até que Bernd Jürgen Armando Brandes e começou a conversar com Armin. Brandes era um engenheiro de Berlim, masoquista e fantasiava em ver seu pênis sendo mordido e arrancado a dentadas, os dois conversaram e acabaram combinando um encontro. No dia 9 de março de 2001, Brandes foi até a casa de Armin, onde eles transaram, depois Brandes é dopado com vinte comprimidos para dormir e meia garrafa de Schnapps, e então Armin começa a gravar o que acontece, começando por tentar arrancar o pênis de Brandes com os dentes, mas sem sucesso, então ele pega uma faca e corta o genital, que ambos tentam comer e não conseguem, segundo Armin era duro de mastigar. O canibal então fritou em uma panela com sal, pimenta, vinho e alho, depois cortou em pedaços e, como estava muito queimado, deu ao cachorro. Brandes então pede um banho quente, pois estava com muito frio, e morre de hemorragia na banheira da casa de Armin enquanto ele um livro para sua vítima consensual.

Quando Brandes perdeu a consciência, o canibal orou por sua alma, o matou com um golpe na garganta e pendurou seu corpo em um gancho de carne, onde o fatiou. Armin enterrou as entranhas e a cabeça em seu quintal, e armazenou os quase 20kg de carne em pedaços de Brandes em um freezer, usando essa carne para se alimentar pelos 10 meses que se seguiram. Em dezembro de 2002, quando a carne estava acabando, Armin voltou ao fórum em busca de uma nova vítima, foi quando acabou conhecendo um estudante universitário de Innsbruck, na Áustria, que decidiu ligar para a polícia e denunciou Armin. Quando a policia chegou à casa de Armin, encontrou partes remanescentes do corpo de Brandes, diversas provas que o incriminaram e a fita de vídeo do assassinato, onde todo o processo de morte, relação sexual, corte e congelamento estão gravados, além de um trecho onde Brandes deixa claro que consentiu com tudo, um vídeo com cenas tão gráficas que os polícias precisaram passar acompanhamento psicológico após a prisão. Em 30 de janeiro de 2004, Armin foi condenado por homicídio culposo, como na constituição alemã o canibalismo não é crime e o ato foi consentido, ele foi condenado a oito anos de prisão, uma pena relativamente leve visto que ele apenas assistiu Brandes tirar sua própria vida.

O caso então atraiu atenção da mídia, em abril de 2005, um tribunal alemão ordenou um novo julgamento após o argumento de que Armin matou para gratificação sexual, algo comprovado pelas fitas do crime. O tribunal decidiu que o vídeo refutava o argumento de que Armin só matou porque lhe pediram para matar, um psicólogo constatou que Armin poderia reincidir, pois “ainda tinha fantasias de devorar carne de jovens” e, em 10 de maio de 2006, um tribunal em Frankfurt condenou Meiwes por homicídio e sentenciou-o à prisão perpétua. Armin confessou seu crime e afirmou que desejava escrever um livro pedindo a seus leitores para não cometerem os mesmos erros que ele, sites dedicados ao canibal apareceram, com pessoas que se anunciando como vítimas voluntárias. Armin acabou virando vegetariano na prisão. Em 2020 ele foi autorizado a sair da prisão para excursões supervisionadas, podendo andar disfarçado em uma cidade de um estado diferente. Na prisão, ele trabalha na lavanderia e frequenta os serviços religiosos. Em 2023 sua antiga casa pegou fogo, a policia suspeita que tenha sido um incêndio criminoso.

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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