Análise | Adventure Escape: Asylum

Nota
4

Lançado pela Haiku Games em meados de 2015, Asylum é mais um dos capítulos da franquia Adventure Escape, uma franquia que consiste em Escape Games a base de Click-and-Point. Seguindo a premissa de sempre, somos colocados no papel de uma protagonista que precisa entender o que está acontecendo ao seu redor e encontrar uma saída para o local onde está ‘aprisionada’. Desenvolvido com a programação de Andrew Ow e o design de Helen Chang, o jogo foi lançado para iOs Android gratuitamente, aumentando ainda mais os atrativos do jogo.

 

ENREDO – OS VERDADEIROS MONSTROS ESTÃO AO SEU REDOR

Anna Caulfield acorda numa cama de hospital muito estranha, ela está amarrada e descobre que foi diagnosticada com amnesia, desorientação, alucinação e demência, e tudo parece fazer total sentido já que ela acordou em meio ao Byers Institute e não sabe como veio parar ali e nem quem é a garotinha fantasma que está aparecendo para ela o tempo todo e indicando urgência em sair daquele lugar. Agora Anna (você) tem a obrigação de explorar o hospital, entender o que está acontecendo, tentar encontrar o Dr. Edward Byer, cruzar com um monstro de carne e osso e tentar lembrar quem ela é e como foi parar ali, tudo isso enquanto precisa criar coragem para vagar por esse hospital tenebroso, abandonado e destruído, o que torna ainda mais estranho o fato de ela estar sendo tratada ali, já que tudo indica que aquele hospital deveria estar fechado há anos.

GRÁFICO – BELOS DESENHOS E BELOS CENÁRIOS

Assim como outros jogos desenvolvidos pela Haiku Games, o jogo não possui exatamente uma animação muito complexa, mas cada local que você visita tem seu próprio cenário, te permitindo explorar cada canto desse cenário para avançar no jogo e interagir com as pessoas presentes. A equipe de arte teve um ótimo trabalho na criação do visual de cada personagem e local, deixando claro a insanidade nos traços de Adam e o desespero no olhar de Lily, e tantos outros detalhes que só deixam claro a importância do papel de Helen Chang nesse jogo indie.

AMBIENTAÇÃO – SIMPLESMENTE O FOCO DA GAMEPLAY

Separado em 10 capítulos, o jogo é construído com dez cenários completamente únicos (mesmo que um dos cenários apareça duas vezes, fica claro a individualidade deles) que servem para desenvolver todo o enredo do jogo. Cada cenários tem um grupo de quebra-cabeças que vão te levar a senhas, chaves e objetos essenciais, e é justamente o cenário que serve para oculta-los e criar toda a dramaticidade do jogo. Com um belo trabalho de luz e sombra nos cenários e locais que podemos visitar, fica dificil decidir se queremos jogar e quebrar a cabeça encontrando as diversas soluções ou se seria melhor gastar um tempinho para admirar cada uma das locações.

SOM – UM PIANO E MUITO SUSPENSE

O jogo não possui muita desenvoltura sonora, ele tem uma única trilha que se mantém no jogo inteiro e é sobreposta apenas pelos efeitos sonoros da jogatina. A música que predomina durante todo o jogo é uma trilha de piano envolvente, que enche a exploração de um suspense arrepiante e triste, criando a atmosfera perfeita para o desenrolar do jogo e que se torna ainda mais perfeita quando chegamos ao final do jogo e entendemos todo o sentido do roteiro, que se mostra ainda mais genial, dando uma nova perspectiva sobre todos os elementos da gameplay.

JOGABILIDADE – EXPLORE CADA CENÁRIO E ENCONTRE CADA PISTA

O jogo segue uma linha clara no enredo, garantindo que cada capitulo só possa ser finalizado depois que todos os segredos sejam encontrados, não deixando que o enredo possa ser atrapalhado por qualquer tentativa de speedrun, o que nos força a acompanhar o roteiro do jogo e nos envolver com sua proposta. A jogatina inteira é feita apenas com cliques, seja para abrir as áreas de interesse, para coletar as ferramentas e peças ou para interagir com os itens coletados nas áreas de ação, o que torna toda a jogabilidade muito mais intuitiva e praticamente dispensa muitas das dicas que o jogo nos oferece.

EXTRAS – NADA ALÉM DO PLOT PRINCIPAL

Não existe side-quests e nem conteúdos adicionais, o jogo propõe claramente uma história e a segue, sem delongas e sem atrativos paralelos. Enquanto muitos jogos apresentam diversas subtramas para compensar sua monotonia na trama principal, este jogo prefere investir pesado no lado emocional por trás da história para dispensar side-quests, assim como faz questão de usar Lily para aguçar nossa curiosidade, nos incentivando a não parar de jogar, a encarar cada um dos desafios e buscar entender o que aconteceu no passado de Anna para leva-la àquele lugar. Por outro lado, fica clara a dispensabilidade de extras no jogo visto sua construção, que o torna ágil para que possa ser finalizado em apenas algumas horas.

CONCLUSÃO – UM JOGO RÁPIDO E UM TERROR ENVOLVENTE

Seguindo o formula de sucesso que já se consolidou entre os jogos da Haiku Games, Adventure Escape: Asylum une a praticidade da jogatina com a genialidade de um roteiro envolvente, criando uma jornada indescritível para o usuário que nos leva a um final reflexivo que merece ser aplaudido de pé. Com puzzles que são difíceis na medida certa, ele é mais um dos exemplares que deixam claro o motivo do sucesso da franquia Adventure Escape, que tornou o orgulho da empresa de jogos indie. Nos incentivando a desvendar o mistério, o jogo é viciante e direto no quesito enredo, infelizmente ele acaba com um gostinho de quero mais, nos deixando com vontade de que existisse algum conteúdo extra ou a possibilidade de coletar mais detalhes sobre o evento que o para o jogo, mas nada que impeça o jogo de ser bom e atrativo.

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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