Crítica | Superman – O Retorno (Superman Returns)

Nota
3

Quando um homem do espaço assumiu seus poderes e começou a salvar a humanidade, uma nova onda de esperança atingiu Metrópolis, mas quando um grupo de cientistas encontrou resquícios de vida em Krypton, o homem partiu em busca de seu planeta natal. Cinco anos se passaram, um asteroide surge no quintal de Martha Kent, trazendo Kal-El de volta à fazenda de sua mãe adotiva, trazendo Clark Kent de volta à sua vida na Terra, onde encontra Lois Lane casada e com um filho, trazendo o Superman de volta a sua cidade, onde agora Lex Luthor está solto, rico e em posse dos Cristais Kryptonianos que ficavam guardados na Fortaleza da Solidão. Depois de cinco anos desaparecido, é chegada o momento de o homem de aço reassumir seus postos e corrigir os desastres que se sucederam por conta de sua ausência. Agora Lois o odeia, agora Martha está desolada, agora Lex está poderoso, será que Clark será capaz de salvar a Terra novamente?

O longa dirigido por Bryan Singer, baseado no roteiro de Michael Dougherty e Dan Harris, é uma homenagem do diretor à quadrilogia de filmes estrelada por Christopher Reeve. O longa dispensa qualquer apresentação básica do Super-Homem, usando apenas uma introdução no inicio do filme para contar a história que baseia o filme (e que inicia a mitologia do sobrevivente de Krypton), situando os espectadores em que ponto da história estamos, uma artimanha que, segundo Singer, foi usado para que o longa usasse os quatro filmes de Reeve como preludio, usando esse longa como se fosse o quinto da saga narrativa, mesmo que toda a trama funcione de forma independente e todo o elenco tenha sido reescalado.

Apesar de o longa trazer Kevin Spacey como Lex Luthor e James Marsden como Richard White, todo esse bom elenco é deixado de lado para focar nos personagens de Brandon RouthKate Bosworth, trazendo muito mais do dilema entre Clark e Lois, com o repórter temendo ter perdido toda a proximidade que tinha com a mulher, e entre Lois e Superman, onde a repórter passou a ter raiva da forma como o herói abandonou sua cidade e, principalmente, a abandonou sem dar satisfações. O vilão acaba sendo deixado de lado quase que boa parte do filme, sendo lembrado apenas na metade do filme quando Lois começa a ir mais fundo na origem do blecaute, dando a Spacey um aumento no tempo de tela e, aos poucos, dando um sentido para suas (poucas) aparições na primeira metade do longa. Os personagens Richard  e Jason White são criados exclusivamente para o longa, servindo apenas como ganchos no roteiro, impulsionando certas subtramas e, de certa forma, distanciando Lois de seus dois amores.

O longa é ainda mais marcante por trazer uma participação de Marlon Brando como Jor-El, o pai de Kal, e resgatar Jack LarsonNoel Neill, atores de The Adventures of Superman, que surgem para fazer ponta no longa em papeis curtos e pontuais. Larson, que viveu Jimmy Olsen na série, aparece como Bo, o barman que atende Jimmy e Clark no filme, já Neill, que viveu Lois Lane na série, surge como a idosa a beira da morte que se casou com Lex Luthor e deixou sua herança para ele.

Apesar de ser menos épica quanto deveria, o ‘retorno’ do Superman para as telonas pelas mãos de Singer se torna marcante na história do cinema, e do herói. Infelizmente a produção não consegue ser tão bem sucedida em seu roteiro, usando um enredo que não se torna necessário na linha do tempo, tendo uma trama que se perde bastante, não sabendo inicialmente se definir como um drama romântico ou um filme de herói, e felizmente se encontrando posteriormente e acertando num plot interessante de se assistir, porém sendo, no conjunto da obra, uma trama nem tão relevante quanto deveria.

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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