Crítica | Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força (Star Wars: Episode VII – The Force Awakens)

Nota
4

“Houve um despertar. Você sentiu? O lado sombrio e a luz.”

30 anos após a destruição da segunda Estrela da Morte, a Aliança Rebelde restaurou a República Galáctica, mas os remanescentes do Império Galáctico se fortaleceram e se tornaram a Primeira Ordem, que causaram a insurreição de um jovem padawan, resultando no surgimento de uma nova guerra e o desaparecimento de Luke Skywalker. Agora a Resistência da República enviou o piloto Poe Dameron em busca de uma pista do paradeiro do Jedi mas, após um ataque da Primeira Ordem, a pista é escondida em BB-8, que recebe de seu dono a ordem de fugir em Jakku e esconder a informação até que a Resistência possa resgata-los. O destino acaba colocando o BB sob a responsabilidade de Rey, uma catadora órfã que acaba sendo incluída numa aventura sem precedentes para salvar a galáxia.

Com um inicio que lembra muito o encontro de R2-D2 e Luke em Tatooine, o sétimo filme da franquia Star Wars parece buscar na trilogia original a magia que encantou os fãs e iniciou uma das franquias mais amadas da atualidade. Sendo o primeiro filme da saga após a Lucasfilm ser adquirida pela Disney, o longa deixa de lado toda a magia e a fantasia que já é marca registrada do estúdio do Mickey e começa a nos levar numa trama muito mais crua e sentimental do que politica, fugindo um pouco dos temas que as duas trilogias anteriores trataram. Temos a mudança da dinâmica do trio protagonista, apresentando uma mulher como a detentora da Força (assumindo o lugar de Luke e Anakin), um negro como o melhor amigo e maior ajudante (no lugar de Han e Obi-Wan) e o bonitão galanteador como o guerreiro que é mais forte do que aparenta (ocupando o posto de Leia Padmé).

Com a direção de  J. J. Abrams, e um roteiro feito por Lawrence Kasdan e Abrams, o longa mostra o quanto os amigos de George Lucas tem uma capacidade de engrandecer a saga de uma forma que o próprio Lucas não foi capaz de fazer. O longa se inspira no passado da saga, atualiza as problemáticas e dá aquele toque Disney de forma discreta, nos surpreendendo ao mostrar que ainda pode ser bom assistir Star Wars depois de tanto tempo, completando a equação ao trazer pitadas de fã service ao trazer o trio original e continuar sua história de uma forma tão independente, dando aos fãs da trilogia original uma continuação justa e aos novos fãs um longa completo, dando aos novos fãs a opção de assistir ou não os filmes anteriores ao mesmo tempo que brinda os fãs do original ao dar aquelas piscadelas que só eles vão entender.

O longa se torna de certa forma controverso, enquanto temos um longa que renova as energias da saga ao mesmo tempo que converge rostos conhecidos e novos, temos uma trama que parece uma versão reinventada do episódio IV, onde vemos Luke como um eremita isolado, assim como Ben Kenobi, sendo caçado pelos vilões que são liderados por seu aprendiz, Kylo Ren, assim como aconteceu com Obi-Wan que foi caçado por Darth Vader. O longa ainda traz bastante ação, destacando a empolgante luta entre Rey e Kylo, mas ainda assim nos cativa com os traumas que envolvem o passado dos personagens de Daisy RidleyJohn Boyega, que se engrandecem pela forma como lidam com a evolução que ambos vivem, saindo do papel coadjuvante e entrando na frente da batalha com um impeto extraordinário.

As participações de Harrison FordCarrie Fisher acabam por fortalecer ainda mais a saga, dando um ar de passagem de bastão tão preciso que nos deixa cientes que estamos vendo a finalização da saga do trio da trilogia original ao mesmo tempo que vemos a evolução e o nascimento de um protagonismo no trio da nova trilogia. Adam Driver completa o protagonismo com seu trabalho incomparável em Kylo Ren, desenhando um antagonista mimado e odioso que faz os fãs odiarem e terem repulsa ao mesmo tempo que constrói uma base plausível para criar um embate valido entre ele e a protagonista, mostrando a forma como ter a Força não significa ser forte, e lidando com subtramas que nos deixam em dúvida sobre a validade das motivações desse ‘vilão’.

“- Existem histórias sobre o que aconteceu.
– São verdadeiras… Todas elas.”

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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