Crítica | Drácula de Bram Stoker (Bram Stoker’s Dracula)

Nota
5

“O sangue é a vida… e ele será meu!”

No ano de 1462, a Constantinopla havia sido tomada por turcos mulçumanos, que varriam a Europa com uma força devastadora. Mas eis que surge um cavaleiro vermelho, vindo da Transilvânia, sobre a Sagrada Ordem do Dragão conhecido como Draculea (Gary Oldman) que se mostrou implacável e avassalador.

Mesmo sendo vitorioso em suas batalhas, o cavaleiro perdeu a coisa que mais amava. Sua noiva, Elisabetha, acreditou numa falsa carta que revelava a morte do seu amado e se jogou no rio da mais alta torre do castelo. Desesperado, Draculea revoga a igreja e o nome de Deus tornando-se um monstro sanguinário e cheio de remorsos.

Quatro séculos depois, o jovem advogado Jonathan Harker (Keanu Reeves) parte de Londres para encontrar um misterioso cliente, que deseja comprar dez terrenos na área urbana da cidade. Mas, o que parecia um negócio de ouro pode se transformar em um verdadeiro pesadelo. Misteriosos acontecimentos começam a surgir na sombria mansão e o jovem se vê aprisionado pelas redes e artimanhas de seu cliente.

Enquanto Jonathan tenta se livrar de seu tormento, o Conde parte para Londres em busca de seu verdadeiro objetivo. Transformado, ele passa a atormentar a bela Mina (Winona Ryder), noiva do seu prisioneiro, usando todo seu charme e determinação para conseguir algo que um dia foi seu…

O mito do vampiro sempre se mostrou poderoso e sedutor, seja pelas obras literárias ou suas inúmeras versões cinematográficas, mas nenhuma se mostrou mais grandiosa que o livro de Bram Stoker. Drácula se tornou um símbolo respeitado e referenciado, trazendo o supra sumo do horror e revolucionando a forma de se contar uma história, mas a grande pergunta que fica é: como trazer esse livro de volta a vida?

Antes de mais nada, é preciso falar que Drácula de Bram Stoker não é apenas um filme de terror. O longa dirigido por Francis Ford Coppola é, antes de tudo, uma historia de amor poderosa e sedutora. Pode parecer estranho à primeira vista, mas, quando reunida na visão do diretor, se mostra algo sublime e arrebatador.

Com uma fotografia impecável e um roteiro ágil, o filme nos conduz com maestria a seus cenários sombrios e sua historia visceral. Abusando dos tons avermelhados e azuis, o longa sabe utilizar bem suas vantagens e dar um toque ainda mais grandioso a narrativa. É impossível não lembrar os jogos com sombras, os olhares icônicos que ficaram tão marcados ou ate mesmo a explorada sexualidade que o longa trás.

Isso fica ainda mais acentuado pela brilhante atuação de seu elenco. Toda mitologia ao redor dos personagens é tão bem construída que, quando suas várias versões são apresentadas, apenas olhamos extasiados pelas nuances das performances. Gary Oldman consegue passar de um velho decrépito e esquisito para um jovem galanteador e sedutor com uma maestria impecável. Seus olhares, trejeitos e sua voz nos mergulham em um magnetismo sobrenatural que casa tão perfeitamente com o papel que se torna difícil não acreditar no monstro que nos é mostrado.

Winona nos entrega uma doce e determinada Mina, que esta aprendendo sobre seus desejos e trazendo uma latente preocupação com o noivo. Durante seu encontro com o conde, a personagem vai sofrendo uma crescente, se despindo de suas camadas para descobrir um novo eu em sua persona, abandonando a inocência por algo mais férreo e forte. A atuação aqui se mostra precisa e encantadora, trazendo tudo que Winona tinha de melhor a nos entregar.

Keanu tem uma participação mais singela, mas não menos potente. Passamos pela sua transformação ao fugir do castelo do vampiro, de uma das cenas mais carnais e latentes do personagem para um comportamento mais apático de alguém atormentado pelos demônios, que parece apenas existir. Anthony Hopkins entrega um Dr. Van Helsing totalmente oposto do investigador sério e centrado do livro. Seu tom mais carismático da uma nova vivacidade ao personagem, trazendo assim um novo contexto e uma forte ligação com o publico.

Mas, quem verdadeiramente brilha no elenco de apoio é a implacável Sadie Frost. Sua Lucy é profana, sedutora e extremamente cativante, somos envolvidos pela personagem e nos apegamos à sua breve loucura, que preenche a tela em cenas quase poéticas, e que vai permear o imaginário das historias de vampiro. Sua transformação e entrega é tão presente que sentimos seus vários estados, entrando de cabeça na personagem, a ponto de tornar tudo tão perturbador.

Memorável, grandioso e sedutor, Drácula de Bram Stroke entrega um clássico atemporal, que trouxe uma nova vivacidade a um dos contos mais amados por todos. Investindo em criatividade, o longa reconta com maestria uma das maiores obras já feita, perpetuando sua maldição por gerações e rogando ainda mais os obscuros desejos de seu protagonista em nossos corações.

 

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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