Review | Great Pretender [Season 1]

Nota
4

“A gente vai comendo aos pouquinhos pelas beiradas e aí fica com a grana toda.”

Makoto Edamura é um jovem vigarista japonês, que acabou entrando no mundo do crime após ser estigmatizado pelos crimes de seu pai e ter sido levado a trabalhar numa empresa fraudulenta sem saber, mas sua vida começa a mudar depois que ele conhece Laurent Thierry, um golpista de elite francês que vive de grandes golpes pelos Estados Unidos, e enxerga em Edamura um grande potencial, o colocando para trabalhar junto com ele e seu braço direito, Abigail Jones, em golpes milionários contra pessoas ricas, usando sempre a ética de só tirar o dinheiro daqueles que sejam corruptos e se tornem uma influência negativa para a sociedade.

Lançado em 8 de julho de 2020 pela Wit Studio, o anime é uma comédia policial japonesa dividida em casos, sendo relançada mundialmente na Netflix em agosto de 2020, com uma primeira temporada composta pelos três primeiros casos. Começamos com “Los Angeles Connection”, onde conhecemos Eddie Cassano, um diretor de cinema de Hollywood que vende drogas secretamente, e que acabou se tornando o primeiro caso, com 5 partes, esse primeiro caso nos leva a conhecer mais a fundo a personalidade de Edamura, Laurent e Abigail, nos fazendo conhecer aos poucos quem são os três protagonistas da série, e nos fazendo amar cada um deles.

Seguindo num estilo semelhante do filme Focus, a série vai nos mostrando o golpe se desenrolar e, com num passe de mágica, nos revela detalhes que passaram imperceptíveis numa primeira observação, mas que se mostram essenciais para o destino do golpe, nos levando a ficar fascinados pelo excelente plano de Laurent, que parece prever tudo que pode acontecer. E é justamente nesse primeiro caso que conhecemos a excepcional Cynthia Moore e os divertidos Kudo Kim Si Won, que logo se tornam figuras repetidas na série e fontes de cenas maravilhosas, tudo isso enquanto somos levados mais a fundo do passado de Edamura, conhecendo suas motivações e valores.

O segundo caso é “Singapore Sky”, disposto em 5 partes, onde vemos alguns anos se passarem até o grupo se reunir novamente para um novo golpe, dessa vez contra Sam Ibrahim, um príncipe árabe que é um magnata do petróleo e organizador da Pathfinder Air Race, e seu irmão mais novo, Clark Ibrahim, o piloto de Sam. É nesse segunda parte que começamos a conhecer realmente sobre Abbie, vendo pequenos flashes sobre seu passado e entendendo o que a levou até onde ela está agora, nos dando a chance de conhecer as motivações e valores da melhor personagem do anime. O segundo caso mostra muito mais da humanidade de Edamura e da sensibilidade de Abbie, mudando bastante o conceito que o primeiro caso acabou construindo, garantindo ainda mais momentos divertidos protagonizados por Kudo e Kim Si Won e ainda mais brilho para Cynthia Moore, que agora é uma personagem regular. Além de tudo isso, temos boas pitadas de mistério adicionadas pela presença de Lewis MuellerIsabelle Mueller, que nos deixam em estado de alerta a cada nova aparição.

O terceiro, e último, caso da temporada é “Snow of London”, que é dividido em 4 partes, onde vemos o primeiro golpe iniciado por Edamura, um golpe em James Coleman, um bem conceituado avaliador de arte, tudo motivado em tentar salvar uma bela pousada familiar. Este é um caso muito mais emocional, que segue em um ritmo mais lento, mas não deixa de ser instigante. Vemos uma grande motivação por trás dos atos dos golpistas e uma evolução mais precisa na relação de Edamura e Abbietudo isso enquanto somos carregados pela torrente violenta que é o passado de Cynthia. O passado de James e Cynthia faz o grupo entrar de cabeça nesse novo golpe, e a chegada de Laurent ao plano leva tudo a um outro nível, tudo rondando em volta do lendário quadro Neve de Londres. Toda a trama tem seu brilho potencializado pelas interferências de Thomas MeyerFarrah Brown, que dão um impulso mais romântico para essa trama cheia de raiva, magoa e atrito.

Com seus cenários bem construídos, cheio de coloridos e estilos bem diferentes, a trama constrói uma fotografia espetaculosa, que contrasta graciosamente com seu protagonista meio deprimente, o roteiro cria um contraste na magia dos roubos ao apresentar diversas situações bem exageradas, coisa que preenche habilmente os 23 minutos de cada um dos 14 episódios da temporada. Fugindo do tradicional, Great Pretender nos leva ao submundo dos golpes de elite para conhecer as formas mais inescrupulosas de executivos, ele constrói seus vilões de uma forma que os anti-heróis (golpistas) se tornam amados pelo público, que nos faz desejar ver aqueles ricaços serem depenados por justiça moral, um grande feito.

“Esses brinquedos são como a fusão de um horóscopo e um amuleto.”

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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