Resenha | A Viajante do Tempo

Nota
4.5

“Alguns indivíduos são escolhidos (…) para afetar os destinos de muitas pessoas. Talvez você seja uma delas. Talvez não. Não sei por que você está aqui. Você não sabe. Provavelmente nenhum de nós jamais saberá.”

Em 1945, após o final da Segunda Guerra Mundial, Claire Randall finalmente pode encontrar seu marido Frank e reavivar seu amor após tantos anos separados. Ambos trabalharam na guerra, ela como enfermeira e ele no serviço secreto e precisam desse tempo para se reencontrar e se conhecerem após tantos anos separados. Eles decidem desfrutar uma segunda lua de mel em Iverness, nas ilhas Britânicas, e gozar da beleza das terras altas e seus múltiplos encantos.
Em meio às pesquisas para descobrir mais sobre um curioso antepassado que teve uma participação constante em eventos Escoceses, Frank descobre um antigo ritual Druida e convida Claire para observa-lo às escondidas em meio ao misterioso Graig no Dun – um antigo monumento formado por pedras em sentido circular.

Fascinada pelo misterioso ritual, e pelas curiosas plantas ao redor do monumento, Claire, como uma boa amante da botânica, decide voltar ao local e recolher amostras da mesma. Ela então se sente atraída por uma das curiosas pedras e atravessa uma fenda temporal, e acaba no mesmo lugar em que estava mas em uma Escócia do século XVIII, 200 anos antes do seu tempo. Atordoada. Claire acaba metida em uma batalha entre Escoceses e Dragões (como era conhecida a guarda inglesa no século XVIII), mas é salva ( ou seria sequestrada?) por um grupo escocês, onde conhece Jamie, um belo e jovem guerreiro com um espirito singular que meche com seus sentimentos.

Agora, Claire se vê submersa em meio aos costumes da época e ao jogo politico dos clãs escoceses enquanto tenta a todo custo voltar ao circulo de pedras e consequentemente a seu marido que ficou no futuro. Mas será Claire capaz de lutar contra uma paixão arrebatadora e os dilemas e perigos na qual se encontra para retomar ao seu tempo, ou estaria ela presa aos novos sentimentos que a consomem?

Não tem como negar que a escrita de Diana Galbadon é simplesmente arrebatadora. Seu texto transita entre fatos históricos e eventos fictícios com uma facilidade impar. A construção realista e plausível da autora mostra um intenso estudo sobre a época que enche os olhos daqueles que leem. Outlander: A Viajante do Tempo tem um detalhismo impressionante e magnifico que emergem aos leitores e prendem sua atenção desde o primeiro momento.

O livro é narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Claire, e dividido em seis partes. Embora detalhado a escrita de Galdadon é envolvente e bem construída, sem se tornar maçante. A narração é vivida e fluida, e por isso conseguimos imaginar bem os belos cenários e vivenciar junto com a protagonista todos seus dilemas e medos, criando uma empatia forte logo nas primeiras paginas.

E por falar em Claire, que personagem magnifica. Forte, destemida e muito a frente do seu tempo. Ela esta longe de ser a mocinha que aceita o destino que lhe é imposto sem lutar com garras e dentes. É magnifico ver sua reação em contraste com os pensamentos e atitudes da época. O fato de possuir defeitos a torna ainda mais realista e próxima aos leitores. Obrigado por nos presentear com a Claire.

Os personagens de Galbadon são profundos e cheios de camadas, temos uma variedade expendida de personalidades e tons distintos. Com historias bem trabalhadas e que despertam o interesse e um misto de sentimentos. Esse é um dos pontos altos do livro, o misto de sentimentos que temos durante toda a trama e a complexidade que nos é mostrada.
Temos Frank, o carinhoso e gentil que ficou no futuro e que poucas pessoas parecem se importar, mas temos uma contra parte cruel e atroz com o mesmo rosto do marido de Claire. Jack Black é o mal encarnado. Sádico, perverso e extremamente inteligente, o vilão da trama é tão bem construído e tão bem colocado na mesma que você sente asco só de ler o seu nome. Diana não tem medo de dar vida a sua crueldade e constrói cenas fortes e impactantes, que vão marcar bem a mente do leitor que passar desavisado pela obra. Um dos melhores vilões que tive o desprazer de ler. Outro destaque é Dougal com seu ar de quem guarda bem seus segredos e esta disposto a tudo para conseguir seu objetivo, mas uma das melhores personagens é a misteriosa Geillis Duncan que rouba a cena quando aparece e parece ter um segredo profundo a ser guardado.

Então chegamos a Jamie, um dos personagens com mais camadas do livro. Ele pode ser teimoso e irritante em um pagina e passar para gentil e ingênuo na outra. Repleto de sentimentos e marcas de um passado que o atormentam até o seu presente momento, e aprendendo a lidar com seus erros e acertos.

O livro chega em nova capa as livrarias como lançamento da Editora Arqueiro, nos trazendo uma das imagens mais icônicas da primeira temporada da aclamada serie produzida pela canal Starz. A diagramação é impecável e a tradução é maravilhosa. As folhas amareladas são um conforto aos olhos e a fonte escolhida é confortável e agradável.

A Viajante do Tempo marca o inicio de uma saga literária profunda e magnifica, que agrada tanto aos amantes de historia como aqueles que procuram um romance profundo e intrínseco. Com sua mistura de crenças, mitos, politica e fatos históricos, Diana Gabaldon constrói um universo bem estruturado, repleto de beleza e dor que nos acompanha mesmo depois da ultima pagina.

“Tive a impressão de que um estava sustentando o outro. Se um de nós soltasse a mão ou desviasse os olhos, ambos cairiam. Estranhamente, a sensação era reconfortante. Onde quer que estivéssemos nos metendo, ao menos estávamos juntos nisso.”

 

 

 

Ficha Técnica
 

Livro 1 – Outlander

Nome: A Viajante do Tempo

Autor: Diana Gabaldon

Editora: Arqueiro

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Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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