Crítica | X-Men: Fênix Negra (Dark Phoenix)

Nota
2

1992. Os X-Men são considerados heróis nacionais e o professor Charles Xavier agora dispõe de contato direto com o presidente dos Estados Unidos. Quando uma missão espacial enfrenta problemas, o governo convoca a equipe mutante para ajudá-los. Liderado por Mística, os X-Men partem rumo ao espaço em uma equipe composta por Fera, Jean Grey, Ciclope, Tempestade , Mercúrio e Noturno. Ao tentar resgatar o comandante da missão, Jean Grey fica presa no ônibus espacial e é atingida por uma poderosa força cósmica, que acaba sendo absorvida por seu corpo. Após ser resgatada e retornar à Terra, aos poucos, ela percebe que há algo bem estranho dentro de si, o que desperta lembranças de um passado sombrio e, também, o interesse de seres extra-terrestres.

A franquia dos X-Men já está estampada na memória dos fãs de cinema. Completando 20 anos desde que o primeiro longa foi lançado nas telonas, a franquia sofreu altos e baixos durante duas décadas, tendo como marcas registradas a imensa qualidade nos seus personagens e atuações e também o fato de não se importar com as linhas temporais, ou até mesmo a preocupação com simples questões de continuidade de um filme para o outro. Pois bem, aqui, em Fênix Negra, a sensação de desgaste e descomprometimento com personagens e continuidade chega ao seu ponto máximo.

A produção dirigida por Simon Kinberg é centralizada no arco da personagem Jean Grey, que, após sofrer um acidente no espaço, desenvolvendo uma força descontrolada que coloca todo o planeta em risco. Para quem acompanha os filmes da série, no  longa anterior, X-Men Apocalipse, durante a batalha final contra o vilão, a produção  sinaliza ao público as primeiras indicações que Jean Grey já continha o poder da Fênix dentro de si. Nesta produção, essa informação é descartada, e, aqui, a personagem só ganha o poder no acidente espacial. Esse é apenas um dos exemplos de como a franquia falhou nos últimos anos.

Não apenas falhando na continuidade entre roteiros, o longa também é um verdadeiro desserviço à alguns personagens tão bem construídos nos longas anteriores. Os que mais sofrem são o Professor Xavier e a Fera. Enquanto o professor de repente começa a ficar vaidoso, algo que nunca foi do seu perfil, a Fera escolhe passar dos limites e faz escolhas que não coincidem com nada antes visto nas histórias prévias. Talvez essa seja uma das razões que percebemos como as atuações de James McAvoy e Nicholas Hoult estão tão desconfortáveis. Quem continua muito bem é Michael Fassbender, interprete do Magneto, afinal, o arco do seu personagem é o mesmo em todos os filmes. Magneto está exilado e acaba sendo trazido de volta ao jogo por causa de alguma vingança.

O grande mistério do filme era a personagem vivida por Jessica Chastain, e a produção faz um maravilhoso trabalho (contém ironia) em não nos falar nada sobre ela durante todo o filme.  Além de não sabermos nada sobre essa mulher, a informação de qual raça alienígena invade o planeta terra atrás dela e dos poderes de Jean Grey é deixada sem a mínima resposta. Provavelmente, o filme poderia ter sido bem melhor se Jean Grey, muito bem interpretada por Sophie Turner,  fosse realmente a única ameaça que os X-Men precisassem enfrentar.

Pelo menos podemos apontar que as cenas de ação de X-Men Fênix Negra são bem montadas. Temos uma boa sequência de ação fora e dentro da mansão da personagem interpretada por Chastain, e também temos uma satisfatória cena dentro de um trem que envolve todos os personagens do longa.

A finalização momentânea dos X-Men no cinema, já que agora os diretos dos mutantes foram adquiridos pela Disney, que deve guardá-los por alguns anos até que sejam introduzidos no universo da Marvel, deixa um gosto ruim para os fãs. Talvez a melhor ideia seja realmente dar um tempo na franquia, para que ela possa respirar, revitalizar-se e, assim, voltar com a força máxima para um universo tão bem construído como o da Marvel.

 

Formado em publicidade, crítico de cinema, radialista e cantor de karaokê

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