Crítica | Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma (Star Wars: Episode I – The Phantom Menace)

Nota
3

” O maior problema do universo é que ninguém ajuda ninguém. “

Quando a Federação de Comércio inicia um bloqueio comercial ao planeta Naboo, o Mestre Jedi Qui-Gon Jinn e seu aprendiz, o jovem Obi-Wan Kenobi, são enviados para negociar uma solução. Mas a dupla acaba sendo atacado por ordens do Vice-rei Nute Gunray, fiel servo do misterioso Darth Sidious, um Lorde Sith que age secretamente para tomar o poder da galáxia. A dupla volta a Naboo, o que faz Qui-Gon fugir com o droíde R2-D2, o exilado Jar Jar Binks e a Rainha Amidala, disfarçada sob o nome de Padmé, e ,acidentalmente, ir parar no planeta Tatooine. Lá Qui-Gon acaba cruzando com o jovem Anakin Skywalker, um escravo que possui uma enorme conexão com a força e, segundo ele acredita, pode ser o Escolhido, que foi profetizado como capaz de equilibrar a força.

Logo de cara a decepção nos acerta em cheio na forma de A Ameaça Fantasma. O longa, que se desenrola cerca de 32 anos antes de Uma Nova Esperança, introduz Qui-Gon Jinn como forma de alavancar o passado de personalidades como Obi-Wan e Anakin, acreditando que conhecer a origem das grandes personalidades da trilogia original pudesse empolgar, mas é complicado se sentir engajado com a caminhada de Obi-Wan ou de Palpatine quando já sabemos o destino que a dupla vá ter, por outro lado a escolha de contar a origem de Anakin, e potencialmente nos levar a conhecer a origem de Darth Vader, é bem interessante. O longa peca por não saber no que focar, ele parece querer deixar Anakin em segundo plano, jogando o protagonismo nas mãos de Amidala e Qui-Gon, mas aos poucos vamos vendo que suas melhores cenas são aquelas protagonizadas pelo jovem Jake Lloyd, que com toda inocência consegue nos cativar e nos fazer ver Anakin da mesma forma que quando sua personalidade renasceu em Vader, em O Retorno de Jedi.

A atuação de Ray Park, como Darth Maul, é outro destaque da trama, o dublê fez por onde ganhar um destaque e consegue nos cativar com sua vilania sith, mesmo que tenha pouco tempo de tela, e nos leva à  cena de luta mais bem realizada do longa, mostrando todo o potencial do ator e o quanto a experiencia de Liam Neeson é insuficiente para carregar a trama sozinha. Por outro lado, a escolha de Ewan McGregor para viver a versão padawan de Obi-Wan Kenobi foi agradável, mesmo que a trama não agregue valor ao personagem, mas nos deixa com esperança de um destaque no futuro da trama. A volta de Ian McDiarmid para interpretar o Senador Palpatine também foi outra boa escolha, ver o ator viver uma versão jovial de seu personagem é estarrecedor, Ian consegue dar um tom que torna Palpatine mais jovem mesmo sem mudar muito sua aparência, mas não consegue deixar hora nenhuma seu segredo velado, é terrivelmente evidente para o público a verdadeira identidade do Senador e suas verdadeiras intenções.

Quando o assunto é mitologia, Star Wars sempre foi um sucesso, expandindo seu universo de forma concisa e bem planejada, mas, por alguma neurose descarada e sem justificativa, George Lucas fez sua maior burrada com o roteiro de A Ameaçada Fantasma ao introduzir as piores decisões da saga através de seus caprichos. Os Gungan surgem como um povoado um pouco desnecessários inicialmente, eles ganham sua relevância no decorrer do longa mas ainda deixam sua personalidade inquietante, mas nada se compara ao tedioso Jar Jar, com toda a certeza o pior personagem introduzido pelo longa e que precisa morrer o quanto antes para não acabar afundando ainda mais os rumos que o roteiro assume. A introdução dos midi-chlorians foi outra derrocada na saga, que sempre tratou a Força com uma atitude mistica e religiosa, fazendo o Caminho da Força ser quase uma religião, e agora dá um tom orgânico a ela, justificando que os Jedi são aquele que possuem mais midi-chlorians em suas células.

O longa aposta fundo na politica, tentando seguir um caminho diferente da trilogia original, mas acaba por ir tão fundo na politica que perde o tempo de apresentar as trapaças dos bastidores, nos deixando pouco inteirados de como a Federação de Comércio ascendeu ou qual o papel de Darth Sidious em tudo isso, por outro lado temos rápidas cenas que nos apontam o funcionamento da ascensão a Cavaleiro Jedi, além de um rápido flash do funcionamento do Conselho Jedi e da Ordem Sith. O longa nos deixa muito mais com um desejo de esquecer o que aconteceu do que realmente com a vontade de ver seu prosseguimento, se fechando de uma forma bem aparada e não deixando nenhuma expectativa para uma sequencia, apesar de sabermos se tratar de uma trilogia.

” O medo é o caminho para o lado negro. O medo leva a raiva, a raiva leva ao ódio, o ódio leva ao sofrimento.”

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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