Crítica | Quando as Luzes se Apagam (Lights Out)

Nota
3.5

Após um trauma psicológico, Sophie (Maria Bello), ao lado de seu filho Martin (Gabriel Bateman), precisa enfrentar a recente perda de seu marido, o que a afunda numa assustadora opressão espiritual, nascida de acontecimentos de seu passado. Após descobrir sobre o passado de Sophie, Rebecca (Teresa Palmer), a filha mais velha da mulher, precisa encarar Diana (Alicia Vela-Bailey), uma poderosa entidade que se sente incomodada e passa a perseguir Rebecca através das pequenos brechas nas sombras, aterrorizando-a com sua voz distorcida e desaparecendo ao menor vestígio de iluminação.

Trabalhando com uma atmosfera noturna e obscura, a paleta de cores mais presente no desenrolar do longa é a variação entre os tons saturados de amarelo a vermelho, que servem de compensação à ausência de iluminação no ambiente. Já no quesito efeitos sonoros,  temos um sincronismo perfeito nas cenas, que são carregadas de jump scares, acrescentando o clima agonizante de pura tensão para uma ambientação horripilante, conduzindo a um desconforto psicológico através da mecânica visual. A imprevisibilidade é o ponto que foi mais bem explorado, destacando o elemento onipresente de Diana na trama, sempre dando a impressão de que ela está à espreita em algum canto da casa com ausência de luz.

“Deixem as luzes acesas!”, é o que ordena enfaticamente a mensagem final do terror criado a partir de um curta de David F. Sandberg, que ainda conta com o sutil toque de James Wan. Deixando sempre em evidências os traços que já se tornaram um registro típico do seu trabalho, o longa é tão afetado por Wan que pode causar a leve impressão de ser uma produção pertencente ao famoso universo da saga Invocação do Mal, mas tudo não passa apenas de uma impressão, já que a dominância dos elementos de Sandberg surgem para deixar claro que não há nenhum vinculo entre os longas.

Encerrando a produção da forma mais drástica possível, o longa consegue criar sua própria mitologia de uma forma tão sutil que, sem percebermos, colocamos Diana dentro do hall dos ‘monstros’ modernos, ao lado de tantas famosas entidades como AnnabelleO Homem TortoA Freira, nos deixando cada vez mais claro do quando a interferência de Wan no longa foi essencial para torna-lo tão icônico.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *