Crítica | Meninas Malvadas (Mean Girls)

Nota
5

“Nas quartas, usamos rosa!”

Candy Heron (Lindsay Lohan) sempre estudou em casa. Devido ao trabalho de seus pais, a garota passou os últimos 12 anos na África mas, após a mudança de sua família para os subúrbios de Illinois, Cady finalmente tem a oportunidade de enfrentar a pior selva possível: o ensino médio. Traçando seu convívio escolar com as savanas africanas, a garota tem uma rápida introdução ao caos organizado nos claustrofóbicos corredores do Colégio North Shore onde sua vida muda drasticamente ao conhecer a maior predadora do local: Regina George (Rachel McAdams).

Regina é o mal em formato de gente. Ela parece uma garotinha egoísta, traiçoeira e descarada… mas na verdade ela é muito mais do que isso. Ela é a abelha rainha e junto com suas seguidoras Karen Smith (Amanda Seyfried) e Gretchen Wieners (Lacey Chabert) formam As Poderosas. A realeza do colégio. Todos veneram e temem seu poder e ninguém ousa contrariar suas vontades. Mas, quando Candy é misteriosamente introduzido ao seleto grupo de Regina ela vê uma oportunidade de ouro.

Após ter sua paixonite escolar Aaron Samuels (Jonathan Bennett) roubado por Regina, Candy decide se vingar dando início a um plano que pode colocar todo o colégio de pernas para o ar enquanto ela se transforma no que mais teme e odeia: uma versão bizarra de sua pior inimiga.

Baseado no livro de Rosalind Wiseman, Meninas Malvadas vai além do típico besteirol americano e mergulha em algo bem mais complexo e divertido levando os filmes de adolescentes a outro nível. Dirigido por Mark Waters e roteirizado por Tina Fey, o filme desenvolve situações aparentemente clichês de uma forma inteligente e cheia de uma ironia exemplar que conduz sua trama de uma maneira engraçada que desperta o interesse daqueles que assistem.

O longa trata de assuntos delicados, satirizando a macrocósmica sociedade escolar levando tudo ao seu extremo com gangues visuais que afirmam ainda mais essas questões. Repleto de uma linguagem jovial, o roteiro tem um mira precisa, possuindo ritmo ágil que conversa com seu público e faz poderosas criticas sociais que atingem seu objetivo ao mesmo tempo que nos diverte e nos desperta. Tudo aqui é magistralmente pensado para nos transportar ao universo cor de rosa das Poderosas e nos encarregar de descobrir o quão hipócrita e tóxica esses aspectos podem ser.

O filme possui sacadas tão icônicas que é impossível não lembrar de situações ou bordões apresentados durante suas cenas memoráveis. Como não lembrar da emblemática cena de Jingle Bell Rocks, ou a apresentação de Regina ao público? O longa se mostrou tão indenizado na cultura pop que se tornou referência para toda uma geração, se mostrando ainda tão atual quanto no ano em que foi feito.

Mas, o grande acerto de Mark está no seu elenco. Lindsay vive uma protagonista ingênua que se vê jogado na selvageria escolar e tentando lidar com a avalanche de informações que é jogada na sua cara. A atriz mostra uma segurança sublime ao transitar entre os diferentes comportamentos de sua personagem, nos mostrando duas Candys distintas, que evoluem e se tornam criveis à proposta da trama. A garota ainda levanta questionamentos latentes, ao nos fazer indagar ate onde iriamos para conseguir a tão desejada vingança?

Em contra ponto temos a magnífica Regina George, que se tornou tão emblemática que se mostra como exemplo de uma vilã até os dias atuais. Detestável e divertida, a Queen Bee tem um humor ácido e pontual, carregando em seus olhares e manipulando (e menosprezando) todos ao seu redor apenas para mostrar quem manda. As sacadas da personagem são tão bem construídas que amamos e retratamos sua presença com a mesma intensidade. Você pode até virar os olhos para Regina, mas você nunca vai conseguir esquecer sua presença marcante.

Gretchen e Karen tem um time cômico impecável, construindo algumas das melhores interações cômicas da trama. Cada uma tenta bajular Regina de uma maneira diferente, para que não sejam esquecidas ou descartadas. Mesmo menosprezadas pela “amiga”, as garotas preferem fazer parte das Poderosas do que serem ninguém no colégio. Janis (Lizzy Caplan) e Damian (Daniel Franzese) são os primeiros amigos de Candy na escola. Cansados da tirania de Regina, eles convencem a amiga a espiar e destruir o reinado da patricinha por dentro. Os dois tem uma química tão palpável que faz o publico desejar fazer parte do seu grupo e se divertir com eles, mostrando bem a força de seus personagens e nos apresentando, junto com Candy, a loucura e divisões escolar.

O elenco ainda conta com o time cômico de Tina Fey, que vive a desastrada Professora Norbury e serve como bússola moral da protagonista, nos ensinando uma importante lição em uma das cenas mais poderosas do longa, o dedicado Diretor Duvall (Tim Meadows), que tenta manter a sanidade em meio a toda loucura adolescente, e a hilária Sra. George (Amy Poehler), que, em sua tentativa de parecer descolada e jovial, esquece seu papel como mãe.

Repleto de influencias significativas que perpetuam até os dias atuais, Meninas Malvadas se tornou um marco de uma geração. Virando um divisor de águas e apresentando um elenco grandioso, o longa nos mostrou que não é por ser um filme satirizando sobre os conflitos adolescentes que ele tem que ser superficial. Conduzindo com brilhantismo suas reflexões, piadas e linguagem a algo que se tornaria memorável e poderoso. Nos marcando e mudando nos perspectivas em algo que, aparentemente, seria apenas mais um filme de plástico. E isso é TÃO BARRO!!!

“Anda logo, otária! Vamos pro shopping!”

 

https://www.youtube.com/watch?v=QWlFwo2qktI

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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