Crítica | É o Fim (This Is the End)

Nota
3

“A gente devia ir na casa do Franco. É, ele tá inaugurando a casa dele, terminou de construir a casa.”

Depois de muito tempo, Jay Baruchel decide viajar a Los Angeles para uma boa farra ao lado de seu grande amigo, Seth Rogen. Depois de um bom papo, muita comida e muita maconha, Seth decide ir com Jay na nova casa de James Franco, onde o ator está fazendo uma grande festa de inauguração, e onde eles se encontram com Jonah Hill, Danny McBride e Craig Robinson, numa festa que seria perfeita se não se iniciasse uma série de acontecimentos catastróficos que prenunciam o fim do mundo e irão ensinar o verdadeiro significado da amizade.

Com roteiro e direção de Seth Rogen e Evan Goldberg, o longa lançado em 12 de junho de 2013 é baseado em “Jay and Seth vs. The Apocalypse”, um curta criado por Rogen e Baruchel que mostra, em quase nove minutos, a dupla tendo que conviver isolados em meio a um mundo pós-apocalíptico enquanto são rodeados por um inimigo implacável. Se o curta é cheio de tensão e drama, essa não é a vibe que Rogen e Goldberg decidiram dar ao longa, tudo começa com uma festa de arromba na casa de James Franco, cheia de personalidades diversas, é seguido de uma mágica cena de arrebatamento, onde vemos as boas pessoas sendo puxadas para o céu, e ruma a uma divertida luta pela sobrevivência enquanto o grupo enfrenta as piores catástrofes apocalípticas e presencia as mais sangrentas mortes. Numa festa que nos proporciona ver o lado mais insano por trás de cada personalidade, somos levados a construir um personagem para cada um deles, dando ao filme um limiar tênue entre a realidade e o roteiro, que nem os espectadores são capazes de distinguir, e que cria uma base perfeita para o papel de cada um após o inicio do fim do mundo.

Numa festa onde temos Christopher Mintz-Plasse, Emma Watson, David Krumholtz, Michael CeraMartin Starr, Jason Segel, RihannaAziz Ansari, Mindy KalingKevin Hart, e tantas outras personalidades, é dificil ter tempo de tela e orçamento para garantir uma construção ideal, mas temos um milagre quando assistimos à produção de um filme tão estrelado, com tempo de tela suficiente para cada uma das participações e ainda com mais de 240 tipos de efeitos visuais, que levam o longa fundo numa história extremamente gráfica sobre os eventos do fim do mundo e os efeitos que eles tem em cada pessoa, com direito às brilhantes participações como Paul Rudd, Brian Huskey, Channing Tatum e os Backstreet Boys, tudo isso graças aos protagonistas do longa, que aceitaram uma redução em seus salários para que os diretores pudessem investir mais nos efeitos especiais, que, diga se de passagem, são um dos pontos altos do filme.

Com um desempenho enérgico, um show de efeitos visuais e uma  alta carga de humor autodepreciativo, É o Fim consegue ser um belo exemplo de comédia extremamente audaciosa, que nos ganha pela originalidade e pela forma como nos provoca gargalhadas sinceras com toda a sua loucura. Sua trama selvagem, nada épica e claramente despretensiosa, acaba dando ao longa uma atmosfera de ser bastante inteligente, principalmente pela sua falta de medo de errar, o que compensa as diversas falhas de roteiro e a falta de uma maior variedade de locações. Outro ponto alto da obra é seu bom timing, transformando o filme numa verdadeira paródia do showbiz, profanando o gênero dos filmes apocalípticos enquanto nos diverte. Fica claro que o longa de Rogen e Goldberg não é uma obra de arte, mas ele é capaz de marcar história e abrir portas para tantas outras comédias nesse estilo.

“A Hermione roubou tudo que tínhamos.”

 

Sonhador nato desde pequeno, Designer Gráfico por formação e sempre empenhado em salvar o reino de Hyrule. Produtor de Eventos e CEO da Host Geek, vem lutando ano após ano para trazer a sua terra toda a experiência geek que ela merece.

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