Crítica | Capitã Marvel (Captain Marvel)

Nota
4

Depois de uma década, finalmente podemos conhecer o primeiro filme solo de uma super-heroína no MCU. Num momento tão importante para falarmos sobre diversidade no cinema e na constante busca para representar o seu público, a Marvel demorou (ponto para a DC), mas trouxe o que queríamos de uma forma satisfatória, mas não maravilhosa.

Todo o filme se passa em meados da década de 90 e conheceremos Vers (Brie Larson), que faz parte da equipe militar dos Kree. Em meio a uma guerra intergaláctica entre os Kree e os Skrull, ela é capturada. Tentando fugir dos seus inimigos, a militar vem parar na Terra, onde descobre sobre o seu passado e sua verdadeira identidade que, na verdade, é Carol Denvers.

O importante é perceber que Capitã Marvel é um filme introdutório. Mas isso não quer dizer que ele precisa ser entregue de qualquer forma. O roteiro do filme é, digamos, previsível. Desde os primeiros minutos, o telespectador percebe que há algo de errado entre as raças alienígenas rivais. E o que poderia ser um plot-twist no final da produção, acaba sendo somente uma confirmação de uma pista deixada desde o início. É assim que percebemos uma divisão entre a raça boa e a má, a pergunta que não quer calar é? Será mesmo que algumas dessas raças são tão boas quanto é mostrado na produção? Provavelmente, deverá ser algo mais desenvolvido no decorrer dos próximos filmes, mas a sensação é de que falta algo a ser explicado.

A Brie Larson entrega uma boa super-heroína confiante (principalmente quando descobre toda a verdade sobre o seu passado) e forte (mas não dá a impressão de ser a personagem mais forte do MCU), outro bom adjetivo para caracterizar a personagem é superação, a não desistência. Durante todo o longa, vemos uma Carol Denvers em busca do seu passado, perdida entre dois universos completamente diferentes. Logo, é aceitável a confusão da personagem e um pouco do sentimentalismo de ter sido enganada, e isso é perceptível através da relação entre a protagonista e sua melhor amiga, a Maria Rombeau (Lashana Lynch), que traz humanidade para o arco da personagem.

Se Capitã Marvel teve um desenvolvimento razoável, não podemos falar o mesmo dos antagonistas… todos são pouco ou mal desenvolvidos. É possível abrir uma exceção para o Goose, o gatinho da Denvers. Fora isso, nenhum dos outros personagens conseguem contrabalancear com a protagonista do filme. Vemos um Nick Fury (Samuel L. Jackson) completamente diferente do que costumamos ver em outros filmes, e isso até pode parecer estranho, mas não necessariamente ruim.

Além do apagamento de outros personagens (o que pode ter sido feito propositalmente), há a falta de lutas coreografadas. Faltou ousadia em relação ao lado Girl Power do filme. E, precisamos falar a verdade, a Carol Denvers merecia um pouco disso. Afinal, estamos vendo um filme solo da personagem mais forte do MCU, que é uma mulher; logo, ela merecia cenas tão grandiosas quanto outro(s) herói(s). O que é importante levar em consideração é que é um filme somente para incluir a personagem em Vingadores: Ultimato, e isso é confirmado nas cenas pós-créditos.

Capitã Marvel, no primeiro momento, parece ser somente mais um personagem no MCU, isso pela forma como a Marvel apresentou a super-heroína. Mas isso não quer dizer que a produção seja ruim. Pelo contrário, é possível perceber todo o potencial da Brie Larson como Carol Denvers, mesmo que o roteiro tenha sido fraco e, é claro, prejudicado o desenvolvimento da personagem. No fim, a produção é redonda, tímida e muito, muito introdutória. A sensação ao final é que queremos ver mais da Capitã Marvel e esperamos verdadeiramente que consigamos ver todo o seu potencial nas suas próximas aparições.

 

Universitário, revisor. E fotógrafo nas horas vagas.

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