Crítica | A Fabulosa Aventura de Sharpay (The Fabulous Adventures of Sharpay)

Nota
3

“Tudo na sua vida trouxe até esse momento, seu momento. Aproveite!”

Sharpay Evans (Ashley Tisdale) sempre foi maravilhosamente fabulosa. Após terminar o ensino médio, ela decidiu tirar um ano de folga para realmente achar o seu lugar no mundo. Depois de um show em um evento de caridade dos pais, a garota é chamada para a audição da mais nova peça na Broadway estrelada por ninguém mais, ninguém menos que a poderosa Amber Lee Adams (Cameron Godman).

Decidida a agarrar essa oportunidade com todas suas forças, a loirinha precisa convencer seu pai de que é realmente capaz de se virar sozinha e cumprir seu objetivo sem problemas. Eis que surge a proposta: ela terá um mês para mostrar a todos que é capaz de viver sozinha em uma cidade grande e ganhar o papel no show, ou será obrigada a voltar para o luxuoso resort de sua família e trabalhar com seu pai.

Após arrumar suas malas, e determinada a conquistar fama e sucesso, Sharpay e seu cachorro partem para Nova York prontos para trilhar seus caminhos. Mas nem tudo é tão fácil quanto ela pensa. Acostumada a ser paparicada e apreciada, Sharpay precisa encarar sua nova realidade enquanto percebe que ela, talvez, não seja tão grande quanto pensa. Em meio a todas as dificuldades que encontra, a garota conhece o encantador Peyton Everett (Austin Butler), um aspirante a cineasta que a ajuda a reavaliar o que ela realmente quer e o que seu sonho de se tornar famosa significa.

Que a trilogia High School Musical foi um sucesso estrondoso ninguém duvida, mas o que podemos falar quando o estúdio decide ampliar seu universo e lucrar mais um pouco com um filme tão amado? A Fabulosa Aventura de Sharpay é o filme spin-off de uma das sagas mais amadas da última década. Dirigido por Michael Lembeck, o longa conta a história da antagonista mais amada do East High tentando achar seu lugar no mundo.

Com claras referências à trilogia criada por Ortega, Lembeck tenta aprofundar umas das personagens mais idolatradas da saga, mostrando bem que ela ainda tem muito o que crescer e muito o que contar. O filme apresenta uma produção inferior aos demais, com transições incômodas e com uma parte musical não tão presente e importante (não me entenda mal, as músicas ainda estão lá, mas parecem bastante apagadas e com pouca importância durante o longa, bem diferente do musical crescente de HSM).

Ashley Tisdale revive seu papel icônico, mostrando-nos outros lados de sua personagem e sabendo aproveitar bem o maior tempo de tela. Afinal, esse é um filme sobre ela e sobre seu desenvolvimento pessoal. A loirinha começa a perceber que talvez ela não seja o centro do universo e que as coisas não sejam tão fáceis quanto imagina, mas reluta em deixar seu futuro a mão do acaso (segundo ela, o acaso costuma colocar garotas com sobrancelhas peludas que costumam acabar com seus planos e roubar a cena… Oi, Gabriella!). É divertido acompanhar a personagem, as indiretas e os trejeitos espalhafatosos da personagem é explorado ao máximo, assim como seu crescimento, declínio e a estonteante volta por cima. Ashley é o pilar central da trama e não deixa a peteca cair nenhuma vez.

Como nada é tão simples na vida da loirinha, vemos como ela lida com pessoas manipuladoras, uma guerra acirrada e até as decepções antes que ela aceite ser quem é. Peyton é uma boa parte desse desenvolvimento. O rapaz aparece para apoiar a patricinha em Nova York, onde ela não conhece ninguém, e lembrá-la de que é uma pessoa especial. Grandiosa, espaçosa e… extremamente Fabulosa. Ele que levanta o ânimo dela é diz verdades quando ela não parece enxergar. Além de ser extremamente fofo e companheiro, uma ótima adição ao filme (mas ainda sinto falta dos Cream Brulee).

Roger (Bradley Steven Perry) é o grande rival da protagonista. Trazendo cenas divertidas e engraçadas, o garoto de 12 anos se mostra um inimigo a altura, sem nunca ser cruel. Ele tem o mesmo objetivo da loirinha, mas sabe ser sensível e se importar com assuntos importantes, mostrando uma profundidade razoável ao decorrer da trama. Já a grande vilã, a Amber, mostra-se falsa e descarada. Ela mostrando bem o lado negro do Show Business, finge ser boazinha e doce para tirar proveito  de quem esta à sua volta, para logo depois apunhalar seus aliados pelas costas. É uma ótima crítica a todos os fãs que pensavam o mesmo de Sharpay.

O cãozinho da protagonista apresenta um papel importante na trama, pois tem seu próprio arco e uma mescla de sentimentos notáveis que nos fazem rir com a fofura excedente do cachorrinho.

Em meio a paixões caninas, viagens e decepções na Big Apple, A Fabulosa Aventura de Sharpay está longe de ser uma perfeição, mas cumpre bem o seu papel de entreter e consolar um pouco os ansiosos fãs de uma saga, ou seja, o de trazer um novo arco, divertido e encantador, para uma das personagens mais fabulosas que já passou pela nossa telinha. Então, preparem sua bolsa Prada, sua tiara da Tiffany’s e acompanhe a Sharpay uma última vez para a maior aventura de sua vida. E se ela quiser que tudo seja minimamente fabuloso, isso é tão errado?

“I’ve got a feeling inside of me
Running all through my veins
It’s like electrical energy
A world’s about to change
It’s an open road
So here I go”

Preso em um espaço temporal, e determinado a conseguir o meu diploma no curso de Publicidade decidi interagir com o grande público e conseguir o máximo de informações para minhas pesquisas recentes além, é claro, de falar das coisas que mais gosto no mundo de uma maneira despreocupada e divertida. Ainda me pergunto se isso é a vida real ou apenas uma fantasia e como posso tomar meu destino nas minhas mãos antes que seja tarde demais...

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